quarta-feira, 27 de maio de 2015
rimas quero distantes...soltas
na minha mente saltou
mais uma lembrança viva
em caudal a mim chegou
e dela fiquei cativa...
brilham as consoantes
ao lado fulguram vogais
do passado trago instantes
de risos e também de ais
nos corredores da mente
metáforas em cristaleiras
adjectivos estão presente
as rimas são as primeiras
em colunas de linguagem
logo palpitam meus dedos
soltam-se como a folhagem
lá de trás trazem segredos
- sobrevôo anos a fio...
morro renasço, agonizo
em criança lavei no rio
em sonho a terra piso
e do povo trago o brio
em mim nada se alterou
só m' semblante sombrio
que de rugas enrugou
na mão algumas vogais
uma ou outra consoante
as rimas levam-me os ais
q' fiquem de mim distantes
natália nuno
rosafogo
sábado, 16 de maio de 2015
brincos de princesa...trovas soltas
e atrás na orelha uma flor,
no coração tenho a certeza
que é teu o meu amor...
foi Deus que me segredou
q' voltarias de mansinho
o amor que me abandonou
voltará ao bom caminho
na minha vida entráste
na tua eu fiquei por lá
coração sabe q' me amáste
mas não te sente por cá
sou um pássaro suspenso
no ramo sempre a tremer
calei um amor imenso
da saudade ando a viver
Maio trouxe a primavera
sem memória os meus dias
deixo-me nesta longa espera
vou tecendo fantasias
quando Setembro chegar
cada palavra que escrever
será lembrança pra lembrar
os dias do meu viver
natalia nuno
rosafogo
que é teu o meu amor...
foi Deus que me segredou
q' voltarias de mansinho
o amor que me abandonou
voltará ao bom caminho
na minha vida entráste
na tua eu fiquei por lá
coração sabe q' me amáste
mas não te sente por cá
sou um pássaro suspenso
no ramo sempre a tremer
calei um amor imenso
da saudade ando a viver
Maio trouxe a primavera
sem memória os meus dias
deixo-me nesta longa espera
vou tecendo fantasias
quando Setembro chegar
cada palavra que escrever
será lembrança pra lembrar
os dias do meu viver
natalia nuno
rosafogo
sexta-feira, 15 de maio de 2015
tanto sonho...trovas soltas
atei o amor com laços
em volta de mim, à volta
bem segura em teus braços
fiquei desatada e tão solta
desfolhei uma rosa amarela
no meu coração de outono
debrucei-me depois à janela
pra ver se ele arranjava dono
beijei tua boca ardente
numa tarde de inventar
mas o sonho docemente
fez-me por ti enamorar
troquei as mãos p'las tuas
saudade que em mim trazia
e as minhas sentem-se nuas
sem teu corpo na manhã fria
dói-me a saudade no peito
a vida vai-me agastando
mas ao ver-te satisfeito
na saudade vou-te amando
já madrugada e eu espero
lágrimas como rios a correr
se não voltas eu desespero
com medo de te perder...
natalia nuno
rosafogo
trovas murmuradas...soltas
amadurece ao raiar
e ao anoitecer do dia
é verso perdido ao luar
a inquietude me anseia
estou só com a loucura
e amor que me incendeia
sempre em mim perdura
sempre em mim perdura
da tua boca mendigo
o que tens pra oferecer
beijos que troquei contigo
é hora de os devolver.
a pétala da fresca rosa
anda cheia de vaidade
pujante e tão formosa
logo morre, é realidade!
deixo-me aqui a sonhar
tudo prende o coração
coração não quer calar
a loucura da paixão
tão frágil, já tão esbatida
pedacinho de gelo a partir
delicada e doce era a vida
agora soluços de afligir
natalia nuno
rosafogo
natalia nuno
rosafogo
quinta-feira, 14 de maio de 2015
esperanças...trovas soltas
brota fonte, cresce verdura
trago meus olhos enxutos
se o destino fôr de ventura
ainda verei crescer os frutos
as palavras que eu escrever
podem não ser obra de arte
mas a mim me fazem crer
e da minha saudade são parte
quem fala de mim não sabe
lenços molhados da saudade
não ouvem o canto da m'ave
criticam sem dó nem piedade
ave que segue pleno vôo
e atrás de si, ninguém vai
leva horas choradas que sou
e ninguém lhe ouve um ai
rugas hoje são montanhas
foram sonhos em desvario
hoje saudades tamanhas
no coração como um rio
ainda m' trago na lembrança
com o pai cuidando da horta
ladina e inocente criança
trazendo m' alma já morta
do campo trouxe a fragrância
dos ninhos trouxe a poesia
sempre q' regresso à infância
por mim chamo noite e dia...
se a esperança me permitir
o caminho me der descanso
subo a encosta a sorrir
enquanto no sonho avanço
é o vento que move o ramo
da m' esperança derradeira
onde andas que por ti chamo
harmoniza esta m' canseira...
natalia nuno
rosafogo
trova de 2001