sexta-feira, 8 de julho de 2016
saudade é lema...soltas
o que se forja na desolação?
ou no silêncio obscuro....
ouvindo reclamar o coração
p'lo tempo q' sempre conjuro!
na mente rodopiando s' cessar
interminável sombra crescendo
que espera a cada pulsar...
agravar a dor de estar sofrendo
impõe uma solidão extrema
o pensamento roda abstraído
faço da saudade meu tema
escrevo sobre passado vivido
cerro dentes o tempo desafio
o coração não existe arranquei
desço à loucura...rodopio
com a morte contrato selei
refreei sentimentos e ilusões
revi completa paisagem, vida
esqueci rancores e desilusões
sou tempo com vida reduzida
é a sede erguida que me sacia
rege-me uma paixão suprema
enquanto a saudade me vigia
e eu faço dela meu lema...
natalia nuno
rosafogo
sexta-feira, 1 de julho de 2016
soltas...trinados
cortei o fio que m'atou
a vida à infelicidade
e com sorriso aqui estou
lembrando me c'saudade
persigo aquele norte q' dá
até um calmo sorriso
esqueço o perigo ando por cá
renuncio à morte...preciso!
persistente sonho tenho
que nem consigo perceber
trago-o detrás donde venho
levá-lo-ei até morrer...
aproximei-me da porta...
- olho verde na fechadura
uma ténue voz quase morta
eu alcancei com ternura...
era a menina que m'sorria
lá no baloiço sob estrelas
quase a esfumar-se parecia
mãos a acenar, eu a vê-las
corpo precoce de mulher
veio trancar o portão...
tanto lhe queria dizer...
mas, silenciei o coração
verde canta a primavera
há cânticos, pássaros no ar
engendro palavras de espera
até o tempo se desvendar...
natalia nuno
rosafogo