sábado, 26 de janeiro de 2019
saudade vem a meu rogo...trovas
escrevi versos a chorar
com saudade te vi partir
chorando aprendi a amar
saudade lágrima a cair
saudade não sai de mim
nem das rimas que te dei
levo mágoa até ao fim
e a escrever não voltarei
saudade o mal não cura
vem ao coração a m' rogo
anseio e ardo na ventura
de ter-te por perto...logo!
gela-me o peito e o passo
a saudade sempre demora
olho-te no meu regaço...
de amor cheia nessa hora
teu rosto, traz meu coração
e fogo que nos teus olhos vi
nos meus é agora só solidão
de lagrimar triste os vesti...
natalia nuno
rosafogo
sexta-feira, 11 de janeiro de 2019
os olhos d'alma...trovas soltas
passam nuvens espavoridas
e o vento sopra atrevido
passa o tempo em nossas vidas
dói o choro dos olhos caído.
fugida também a formosura
pelo tempo maltratada
resta porém a ventura
que ainda floresce na estrada
pisa-nos o tempo sem dó
deixa-nos flores sem encanto
logo apenas seremos pó
quimeras, magia, quebranto
trago o destino nas linhas
marcam elas a minha vida
mãos cansadas estas minhas
no mundo à sorte de corrida
plantaram flores na primavera
têm mais anos que a idade
traçam poemas na espera
de os reviver com saudade
natália nuno
rosafogo
cartas d'amor...trovas
cartas de amor recebi
com beijos da tua boca
tantas vezes eu as li
acabei por ficar louca
cartas d'amor um jardim
de sonhos e de ventura
de rubras rosas, carmim
recordá-las é loucura
trago-as junto ao coração
embora seja imprudente
não vão elas cair ao chão
e este ficar doente...
cartas d'amor são braseiro
o mesmo sinto ao beijar-te
vai Dezembro, vem Janeiro
quero com beijos sufocar-te
meus olhos verde esperança
a que o tempo roubou a côr
côr que ficou na criança
que lia as cartas de amor...
minha alma toda ela floria
e tuas mãos me enlaçavam
e eu rosa em botão m'abria
aos lábios q' me beijavam.
cartas d'ámor vôos de condor
tantas as cartas foram lidas
versos e letras de amor
enfeitaram nossas vidas
restam registos de saudade
nestas cartas, agora lenda
cartas escritas na mocidade
por corações sem emenda
natália nuno
rosafogo
quarta-feira, 9 de janeiro de 2019
fiz pacto com a dor... trovas soltas
chegou a idade sem nenhum aviso
foram tantos, os anos que passaram
em vez de me levarem ao paraíso
os anos ao inferno me entregaram
lembranças vêem ao pensamento
escrevo-as com veia de nostalgia
meus sonhos levados pelo vento
fiz pacto com a dor, volta alegria
e o júbilo no coração é superado
e serena canto à vida e cantarei
esqueço desenganos, do passado
nenhum insulto à vida proferirei
tarde está solarenga, hora bendita
traz-me à janela dourado esplendor
nestes versos toda a ternura é dita
num último adeus que digo ao amor
nesta tarde sem vento e sem trovão
uma saudade enorme coração aperta
bem que eu gostaria, mas em vão...
que a primavera voltasse, fosse certa
a tarde não trouxesse ainda o poente
deixasse-me sonhar coisas espantosas
que na vida fosse ainda tão inocente
onde o doce tempo faz abrir as rosas
natalia nuno
rosafogo