quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
QUADRAS SOLTAS V
Deixa a fonte lá distante
Ouve-lhe apenas o rumor
A Vida é só um instante!
Logo acaba seu esplendor.
Se temos nós este jeito
Somos assim que fazer?
Às vezes nos dói o peito
Duma dor que faz doer.
A Vida é só uma migalha
E como Inverno, inverna!
Vem a morte que não falha
E logo a Vida desgoverna.
Que tola que tenho sido
Junto agora as pontas soltas
Do quanto tenho vivido
Com voltas e reviravoltas.
O coração caído ao chão
E a alma levo à procura
Já não me aquece a emoção
Do que sinto e se afutura.
Como dar conta do recado
Se do recado não dou conta
Pouco o tempo que me é dado
Faço de conta, cabeça tonta!
Estes versos que vou rimando
Fingindo ter amor que baste
Nasce o dia e eu sonhando
Com a saudade que deixáste.
Sou um fingidor magoado
Finjo até a escrever utopia
Sinto-me um verso mal amado
Nesta hora derradeira e fria.
E as palavras comovidas
tão cansadas de rimar...
Murmuram entristecidas
Porquê deixáste de cantar?
rosafogo
natalia nuno
Feitas (Anos oitenta)
imagem retirada do blog
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