terça-feira, 22 de março de 2011
OLHOS CAÍDOS
- Fico pasmada a olhar!
E já tudo tanto me cansa
A Vida de a ver passar
Levando nela a esperança.
Trago o rosto descorado
E os olhos em desencanto
Meu entusiasmo é passado
Se eles choram eu canto!
Já não ergo as mãos ao Céu
Trago meus olhos caídos
Intrépido este destino meu!
A esmo sonhos esquecidos.
Um dia hei-de folgar a tristeza
Ficar a sonhar o dia inteiro
Um sonho todo ele certeza
Ainda que seja o derradeiro.
Hei-de plantar cravos na boca
Deixar-me cantar como cotovia
Pairar nos ares, como louca
Esqueçer noite negra, invernia.
Sonharei mais alto que montanha
Fitarei o céu de ouro ardente
Com ardor no peito, força tamanha
Hei-de rir e chorar simultâneamente.
Há fragâncias no ar semeadas
Quem foi que as sementes lançou?
Promessas sempre renovadas
Foi Deus quem as semeou.
Meu esquecimento já é tanto
- Meu olhar fixo e absorto!
Que já me esqueci entretanto
Esquece assim quem está morto.
rosafogo
natalia nuno
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