domingo, 17 de abril de 2011

SOLTAS XIV



Qualquer noite, qualquer dia
Sinto este amor no peito
Esta profunda melancolia
Sinto-o a morrer desfeito.


Longe  doce viver antigo
Trazia com ele luz divina
O tempo era meu amigo
No meus sonhos de menina.


Já sou dona de cansaços
Fiz de mim um lago triste
Saudade segue-me os passos
A vida comigo insiste.


Reclino-me flor pendida
Já o meu coração calei
Na paixão me deixei perdida
Mas o Amor ainda guardei.


A poesia excede a razão
Tudo que escrevo é loucura
São palavras, apenas ilusão
Que aconchego com ternura.


Conto os dias, conto as horas
Os minutos, os segundos
Chega a saudade a desoras
Com ela sonhos profundos


Vida que me coube em sorte
Eterna como uma encruzilhada
Um atalho e logo a morte
Sou grão de areia arrebatada.


natalia nuno
rosafogo
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