terça-feira, 29 de abril de 2014

trovas...saudosas

a memória é uma casa
um cofre, guarda tesoiro
às vezes pássaro sem asa
que só lembra mau agoiro

é tarde, muito tarde...
já outro dia passou
lembro-o com saudade
ainda mal terminou.

hoje escrevo para ti
com amor e dedicação
com carinho pra ti sorri
por um pouco d'atenção

trago o corpo a ruir
já é grande o cansaço
mas quero ainda sorrir
e dar a vida um abraço

bagagem eu quero leve
pesada não quero não...
a terra a mim nada deve
lhe devo berço e caixão.

natalia nuno
rosafogo

hoje fiz estas trovas no metro de Madrid a caminho do parque de Osuna

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Liberdade sempre




Diga tudo o que souber
diga sempre sem lamento
diga pois o que quiser...
pois é livre o pensamento

O que vos parece agora?
Nem dá para acreditar
o que vai pelo país fora
a juventude a abalar...

Que se exija valentia
que se exija pulso forte!
O Povo quer, não se adia
acaba-se esta maldita sorte.

Neste verso afirmo eu
que foi  tão grande o motivo
em liberdade o Povo venceu
Que o 25 de Abril está vivo!

É assim que tem que ser
façamos ruidoso celebrar
não nos deixemos entristecer
que a Liberdade é pra durar.

natalia nuno
rosafogo



namoro de janela....trovas



teu cabelo meu trigo loiro
minha alma à tua unida
teus beijos o meu tesoiro
teu amor minha guarida

há em mim novo abril
sonhos mudam de côr
são então mais de mil
todos eles contigo amor

tão bela é a primavera
flor dourada folha verde
continuo à tua espera
pra matar a minha sede

não sabes o que sofri
por procurar, não achar
versos tristes eu escrevi
tudo fiz para te amar

de que servem lamentos
nestes versos tão polidos
percurso dos pensamentos
que de seda são tecidos

juro eu que te ouvi...
sem nunca te encontrar
o que eu amei e sofri
lembrança posso levar

no fundo nunca saberei
pois não sei qual a razão
que era amor, isso eu sei
escrito na palma da mão.




quarta-feira, 16 de abril de 2014

Linhas de seda...trovas soltas





Trago um lenço cheio de cor
bem dobrado ao meu jeito
com letras grandes «AMOR»
grande como trago no peito

Caem-me lágrimas soltas
a crescerem-me pelo rosto
enxugando-as dou eu voltas
de manhã até ao sol-posto

Quando o dia se faz escuro
noite criadora, preciosidade
torna o viver menos duro
e lá volta de novo a saudade

Alheia me deixo ao coração
é completamente indiferente
nunca quer saber da razão
mas nunca anda contente...

Linhas de seda eu usei
para o teu nome bordar
bordei até que cansei...
hoje não ouso lembrar

Sem te dirigir o olhar
bordei então a letras pretas
com força maior que o mar
minhas lembranças secretas

Pousei agulhas e linhas
dei descanso ao coração
não sei por onde caminhas
manda agora minha razão

Sento na cadeira de palha
dirijo palavras à lua
não há santo que me valha
esquecer q' um dia fui tua

natalia nuno
rosafogo





olha-me com amor...



Não m'olhes assim de frente
que apontas armas ao peito
olha-me antes docemente
olha amor... mas a preceito.

natalia nuno
rosafogo


terça-feira, 15 de abril de 2014

soltas...esta sede



Que importa cantar?
ainda que cante mal!
Só nasci para te amar
é esse meu canto real

Sinto-me águia presa
vou morrer a cantar
sou como a natureza
m' terra hei-de rasgar

Sou poeta com razão
olho mar surpreendida
de Deus é a criação
e Dele é a minha vida

Se à noite houver luar
a solidão eu afogo
na noite velha a cantar
por amor mendigo e rogo

Pra nunca mais sentir
ser Poeta ignorado...
não quero mais repetir
os erros do passado.

natalia nuno
rosafogo




sábado, 5 de abril de 2014

soltas...à deriva



Rói-me no peito a dor
fechando a minha vida
aventura, paixão amor
saudades em despedida.

Já os lilases floriram...
p'los campos, p'lo jardim
dias de inverno partiram
e o desassossego em mim.

Numa doce melancolia
passam nuvens no poente
olho a noite olho o dia
passa o tempo indiferente.


Pego os sacos da viagem
sigo e vou dizendo adeus
vou por aí fazer romagem
levo sonhos meus e teus.

Sol posto de cores liláses
e as laranjas já tão doces
ai...a falta que me fazes
Quem dera doce tu fosses

Os momentos de donzela
entre flores de laranjeira
acenei beijos da janela...
Não te quis à minha beira

Sou eu tão pequena ao pé
do vento que vem soprar
faço súplica com fé...
por amor maior que o mar.

natalia nuno
rosafogo







quinta-feira, 3 de abril de 2014

magia.. trovas.soltas






olhando sempre em frente
vejo-me ao longe, espero
a saudade constantemente
no coração é desespero...

trago lágrima no olhar
ao rever o passado...
ando por aqui a lembrar
tanto caminho andado

estas folhas de poesia
dispersas pelo vento
levam com elas magia
do amor e seu juramento

sou Poeta na Primavera
e Poeta sou no Outono
Inverno a alma desespera
no Verão me abandono

olho a primavera a chegar
recordações duma vida
vale a pena conservar
ficar a seus pés rendida

natalia nuno
rosafogo