quarta-feira, 28 de maio de 2014
faz de conta...trovas
é...também cansa viver!
caminhos de dor ou beleza
se na vida é só a sofrer?!
pra quê dar largas à tristeza
seguimos por trilhos suados
subindo degraus indecisos
de nossos sonhos roubados
e chega a morte sem avisos
não há alegria que adoce
o sonho sonhado em vão
se só cansaço nos trouxe
só revolta e indignação
há coisas que não entendo
pois, nem quero entender
m' paz não estão querendo
mas eu não me vou render
tapo ouvidos não vou ouvir
minha voz em protesto calo
num insuportável sentir...
são balas... o que não falo
assim me deixo nesta espera
a inventar sonhos floridos
mas quem espera desespera
caíram por terra vencidos
fabrico sonhos à toa
só pra ter com que m' iludir
não há nada que mais doa
que este faz de conta de existir.
natalia nuno
rosafogo
sexta-feira, 23 de maio de 2014
trovas populares
o teu olhar me suplica
meu finge não perceber
se o teu tão triste fica
logo o meu fica a sofrer
o meu parece dormente
e anda ele semi-cerrado
o teu é azul transparente
anda p'lo m'esperançado
trago os olhos bem abertos
não quero cair em pranto
teus sentimentos encobertos
podem tirar-lhes o encanto
vai-me olhando de soslaio
como quem contempla o mar
quem sabe um dia não caio
pra parares de suplicar...
olha-me doutra maneira
faz-me crer que eu sou tudo
que a luz dos meus é a primeira
a deixar-te o coração mudo.
olha-me numa ânsia louca
de tudo o resto ausente
quem sabe se a minha boca
te diz o que por ti sente.
já com os olhos te bebo
és pássaro na minha alvorada
a dizer-te amo-te, me atrevo
quero por fim ser tua amada.
óh doce luz do meu olhar
trazes m'alma apaixonada
d'amor o coração a palpitar
doce ilusão......mais nada!
natalia nuno
rosafogo
trovas de 2003/03
parque da Cerdeira...Gerês
terça-feira, 20 de maio de 2014
soltas...o que quero
quero partir, quero chegar
com o vento partir à sorte
quero ser planura ou mar
viver...esquecer a morte...
quero palavras de esperança
quero ver florir primaveras
ouvir voz meiga de criança
expressões de amor sinceras
quero olhar o túnel escuro
quero olhar o túnel escuro
e ver uma luz ao fundo...
quero Mundo menos duro
onde haja amor profundo
quero sentir passar o vento
quero sentir passar o vento
ver cair a chuva miudinha
quero limpar o pensamento
da tristeza que se adivinha
que digam... partiu enfim
ao cair a tarde ao sol-posto
natalia nuno
rosafogo
quero as mágoas curar
deixar amor em expansão
beijar o rosto e afagar
quem me traz no coração
quero meigos meus cantos
deles desprenda só alegrias
e dos meus olhos os prantos
saudosas... estrelas fugidias
quero perguntem por mim
com um sorriso no rostoque digam... partiu enfim
ao cair a tarde ao sol-posto
natalia nuno
rosafogo
segunda-feira, 19 de maio de 2014
raízes...soltas
as saudades do costume
perseguem meu endereço
trazem com elas o perfume
d' dias que eu não esqueço
quero estar ou ir embora
hesito, duas vezes penso
ainda não chegou a hora
é aqui que eu pertenço
dos meus olhos sou dona
e desta letra miudinha
Poesia não me abandona
nem esta saudade minha
tenho insónias e temores
mas tenho livre o pensar
se na vida tive... amores?!
hoje vivo para recordar
para aliviar meus dias
lembrar os que já lá vão
vou escrevendo poesias
que pão e vinho me dão.
natalia nuno
rosafogo
terça-feira, 13 de maio de 2014
flor de orvalho...trovas
aquele estado de graça
tanta a sua simplicidade
ainda o sonho a enlaça
lembrando lhe dá saudade
bate o sol lá na vidraça
prende a alma e o coração
naquele estado de graça
ser feliz era intenção...
por detrás lá da cortina
ainda o sonho a enlaça
ao ver-se ainda menina
naquele estado de graça
não passa e não convém
ser feliz era a intenção...
lembrar a banda de além
sempre move seu coração
a conversa fica à solta
ser poeta é sonho seu...
quando olha à sua volta
a flor de orvalho morreu.
natalia nuno
rosafogo
domingo, 11 de maio de 2014
impressões
tudo parece cinzento
mas não passa de ilusão
cinzento é o pensamento
Procuro mudar de assunto
mas logo surge a saudade
Porquê? Ás vezes pergunto!
Se é velha tem minha idade!?
Conta coisas da mocidade
de ti de mim, não desminto
tão enfandonha saudade
quero esquecê-la mas a sinto
Quando a noite se faz escuro
logo o dia é preciosidade
torna o viver menos duro...
lá volta de novo a saudade.
natalia nuno
rosafogo
natalia nuno
rosafogo
sexta-feira, 9 de maio de 2014
quadras...há sempre um final.
há uma luz que se apaga
e outra luz se reacende
se o meu tempo se alaga
jaz a alegria lentamente
secreto é nosso futuro
mas é uma fuga talvez!
no tempo ainda procuro
morrer e nascer tanta vez
a vida é grande casulo
onde vivo enclausurada
e nem o tempo regulo
traz me a morte apertada
e é nesta minha lida
q' escrevo algumas trovas
assim renasço pra vida
trago sempre algumas novas
o que passou já não vem
dito isto, digo mais nada
para quê julgar-me alguém
digo à vida « Obrigada»!
e onde irei virar pó...
será um descanso final
lá não me sentirei só
nem o bem e nem o mal
ficarei, até ficar...
até que a terra me queira
seja o sonho sem acordar
a livrar-me desta canseira.
natalia nuno
rosafogo
domingo, 4 de maio de 2014
Dispersas...trovas
Há sempre um laço forte
a prender-nos à vida
não querendo que a morte
a apanhe desprevenida
Olho o céu azul imenso
aspiro o sonho e anseio
meu olhar fica suspenso
um nó à garganta me veio
Maria é flor mimosa...
que abre quando há lua
traz nela o odor da rosa
ao passar na minha rua
A vida é feita de nadas
solidão, alegria ou tristeza
uns dias a alma ensolarada
noutros se veste de incerteza
Nenhum sinal de ninguém
prova do tempo parado
quem dera apareça alguém
trago o sorriso desapontado
Rosto orvalhado como flor
cabelos da côr de ambar
há muito em mim a dor
e sempre o sonho a jorrar
natalia nuno
rosafogo
Nenhum sinal de ninguém
prova do tempo parado
quem dera apareça alguém
trago o sorriso desapontado
Rosto orvalhado como flor
cabelos da côr de ambar
há muito em mim a dor
e sempre o sonho a jorrar
natalia nuno
rosafogo