sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017
clamor ...trovas soltas
silva o vento pela janela
parece meu nome gritar
passa a vida e eu por ela
e a saudade a contestar
o pássaro chora perdido
como criança sem mãe
e o meu coração partido
chora tal qual ele também
meus olhos tristes caindo
vão morrendo dia a dia
só minha boca sorrindo
com uma estranha ironia
logo os sonhos embrumados
inertes no silêncio da loucura
marioneta de gestos cansados
no peito duendes de ternura.
um dia abre-se uma greta
destas cortinas da janela
e logo a morte como seta
quererá que siga com ela
e na sua ávida avareza
no seu afiado gume...
amarras traz com certeza
segui-la-ei sem azedume.
natalia nuno
rosafogo
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