navego pra lá do firmamento!
entrego a alma ao universo
em labirinto, fica o pensamento
coração em saudade submerso.
ouço o hino que o mar canta
e um braço imenso me envolve
a força do mar me encanta
apaixonada linguagem devolve.
o mar é hoje o meu poema
ponho nele a infância recordada
deslumbrado e sombrio é o tema
estertor, duma vida agora acabada.
a vida é agonia que soa
às vezes traz-nos a ideia do medo
traz às vezes ruído que magoa!
e nosso mar é nosso segredo.
vai-se alargando a sentença
da morte do poema e do autor
o tempo não há quem vença
é a força que guarda o rancor.
natalia nuno
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