quinta-feira, 26 de dezembro de 2013
à terra
é tanta ,tanta a suavidade
a que sinto no coração
os choupos o rio a saudade
do meu pedaço de chão...
sou como abelha afadigada
passo o dia para lá para cá
flor, vivo ao caule abraçada
presa à raiz da banda de lá
banda de lá, da banda de além
onde a saudade se manifesta
lá na minha terra amiga e mãe
onde o coração andou em festa
trago tua imagem na memória
e o coaxar das rãs nos ouvidos
a procissão da Srª da Vitória...
sinto-te com todos os sentidos
minha aldeia bela e orvalhada
saudosa quem dela se ausenta
riqueza por Deus me foi dada
hoje é saudade que apoquenta
natalia nuno
rosafogo
quinta-feira, 19 de dezembro de 2013
natal...
o natal é todo o dia
quando o homem quiser
é amor, paz e alegria
e aos outros bem querer.
entra o sol nasce o vento
e minhas letras cantando
trago em mim cada momento
os natais que vou lembrando
se o mundo não anda bem
traz sossego mas é irreal
o bem estar é de ninguém
o bem estar é de ninguém
ainda que se aproxime o natal.
há tanta tristeza no mundo
e tantas vidas pelo chão...
países que estão no fundo
Natal ?! É já só desilusão!
Mas eu quero acreditar
Pois Deus... é Paz e Amor!
Que para o ano vai melhorar
pão na mesa, no coração calor
pão na mesa, no coração calor
a rua está tão deserta
mas brilhando iluminada
a fome a alguns já aperta...
uns com tanto outros sem nada
vou contra maré remando
num mundo tão desigual
aos outros eu vou amando
mesmo quando não é Natal
natalia nuno
rosafogo
quarta-feira, 18 de dezembro de 2013
Coitado do Zé Povinho
esta obsessão hoje em dia
deste governo para ficar
lembra-me a mim que o rufia
quer imitar o Salazar...
desaustinado vai farejando
põe o resto do jogo na mesa
máscaras de vitória desenhando
a todos roubando já sem subtileza
qual dos dois terá gritado
Portugal está a ir prá frente?
ouvi isto em qualquer lado!
Ao irrevogável, ao incoerente?
É a cilada do costume
do Povo não querem nem opinião
não passam sem bom perfume
qual deles o mais aldrabão
tanto roubo consecutivo
tanta falta de gente séria
Portugal de orgulho caído
e o Povo já na miséria...
perante tanta estupefação
e tamanha perversidade
ralham todos e com razão
já ninguém tem serenidade
escravizados com sacrifício
sem tentativa de evasão
e eles sem saber do ofício
arrastam a Nação pelo chão.
natalia nuno
rosafogo
segunda-feira, 16 de dezembro de 2013
malfadado governo...
que não têm pai nem mãe
como este mundo é cruel
mas para tantos, porém,
é um mundo feito de mel
serão mal escolarizadas
mas se fosse isso somente
quantas mal alimentadas?
de estômago, coração e mente
contra o q' estava instaurado
serve bem... a constituição
mas este governo desgraçado
parece não ser dessa opinião
Desses filhos dum ladrão
ou daquela que os pariu
nunca vi tanto aldrabão
tanto ladrão ninguém viu
E pôr a mentira a nu!
já que nada é verdade
sei-o eu e sabe-lo tu...
eles mentem com maldade
e ficamos nós sem nada
como já achamos natural
relevamos a esta cambada
e nem lhes levamos a mal
Fazerem o que quiserem
assim o povo vá permitindo
se acaso os combaterem
eles não vão ficar rindo...
natalia nuno
rosafogo
estas quadras são encadeadas, e cada primeiro verso é do poeta a quem se responde. Deixo-as para não as perder.
quinta-feira, 12 de dezembro de 2013
trovas... murmúrios
quando a novidade se gasta
desvia-se um tanto a atenção
é que o tempo tanto afasta
que nos deixa na solidão...
ao princípio o entusiasmo
os olhos vertem desejos
cada contacto um orgasmo
cada ternura mil beijos...
os lábios soltam murmúrios
transborda o peito de amor
mensageiro de bons augúrios
tudo é ousadia...sem favor
como um sonho dourado
melhor que o olhar já vira
amada eu, e tu meu amado
como pode vir a ser mentira?
mais poderoso que magia
é este amor que nos une
Meu Deus como eu queria
fosse para sempre impune
natalia nuno
rosafogo
terça-feira, 10 de dezembro de 2013
novas...soltas
Quem pode dizer ao mar
não rebente a ondulação
sempre ele há-de rebentar
e eu, o que vai no coração
ainda nada me ouviste
ora sossega e ouvirás
se o coração inda persiste
nele sempre habitarás...
no teu rosto de horizontes
mato a sede com maresia
choram os ribeiros as fontes
choro eu de noite e de dia
sem medo faço a viagem
que já tem data marcada
sou romeira em romagem
trago a vida de mão dada
nada me perturba ou altera
digo-te adeus vou embora
cansei d'estar à tua espera
n'espero nem mais uma hora
cobre o monte a branca neve
o meu coração o cobre o gelo
vou subindo esta vida breve
cumpro a missão com zelo
natalia nuno
rosafogo
domingo, 8 de dezembro de 2013
tempo de outono...várias soltas
avista-se o fruto na vinha
canta o rouxinol no ramo
logo o coração adivinha
estar por perto quem amo
anda m'ha boca com desejo
dum beijo dado ou roubado
que boca terá esse beijo?
que o trago tão desejado.
vou andando e não entendo
trago uma dor que esvoaça
novo amor eu não pretendo
viver sem ele não tem graça!
trago o sonho orvalhado
e o silêncio no coração
trago o beijo incendiado
é raio brasa ou trovão...
perdidos no branco leito
trago amores incendiados
se aventuram no meu peito
com versos eu vou amar-te
e espalho aos quatro ventos
perfumada onda a levar-te
pra lá de meus pensamentos
lágrimas vêem amiúde
ao nosso amor embaladonuma tão doce quietude
que levo a cantar o fado
apertar-te forte nos braços
lembrança que me namora
ao longe ouço-te os passos
do sonho não vás embora
natalia nuno
rosafogo
trovas de 02/10/2005
segunda-feira, 2 de dezembro de 2013
várias...estado d'alma
o vento me traz os temas
de amor ciúme ou paixão
todos eles tristes dilemas
que me arrasam o coração
olha, estão as acácias nuas
e os ramos dos choupais!
carícias que doces as tuas,
pra mim não foram demais
voam rouxinóis no canavial
voejam abelhas no alecrim
amor... não me leves a mal,
nem tenhas ciúme de mim...
cegam os olhos porventura
já cansei de os enxugar
andam como a noite escura
lágrimas por alguém a chorar
digo adeus com voz sentida
cansadas dos olhos meninas
dia a dia mais um dia de vida
saudades chegam repentinas
natalia nuno
rosafogo
cegam os olhos porventura
já cansei de os enxugar
andam como a noite escura
lágrimas por alguém a chorar
digo adeus com voz sentida
cansadas dos olhos meninas
dia a dia mais um dia de vida
saudades chegam repentinas
natalia nuno
rosafogo
quadras à saudade
já vou a meio da distância
levo nos olhos dois lagos
um de lembrar a infância
outro de lembrar afagos
todas aquelas que eu fui
e outras que sou também
minha memória já as dilui
entre vós não sou ninguém
morreu-me o tempo chorei
ficou-me a vida sem graça
passou e eu tão pouco sei
se foi graça ou desgraça...
natalia nuno
levo nos olhos dois lagos
um de lembrar a infância
outro de lembrar afagos
todas aquelas que eu fui
e outras que sou também
minha memória já as dilui
entre vós não sou ninguém
morreu-me o tempo chorei
ficou-me a vida sem graça
passou e eu tão pouco sei
se foi graça ou desgraça...
já descamba o sol no monte
meu coração recolhe ao ninho
raios vermelhos no horizonte
futuro não sei nem adivinho.
natalia nuno
rosafogo
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