quarta-feira, 5 de junho de 2013

impiedades do tempo




Flores o tempo maltrata
fiz-lhe frente como pude
de inquietação me mata
duro fado, não me ilude
 
morreu já a madressilva
atrás vai o rosmaninho
o tempo é ele uma silva
cruel trazendo espinho
 
até a giesta entristece
 entregue à sua sorte
o sol não lhe trouxesse
o calor, seria a morte.
 
e o cipreste serenado
nossos males ele sente
parece até afortunado
se ouve pranto da gente
 
duro tempo, inclemente
trata tudo com impiedade
a tudo leva pela frente...
e nem lhe a importa idade.
 
as tulipas já se foram
ceifadas ainda em vida
logo meus olhos choram
o tempo causou-lhe ferida
 
memória trago da aurora
passou o tempo apressado
o presente não melhora
se agarrada ao passado.
 
natália nuno
rosafogo
 








Sem comentários:

Enviar um comentário