Flores o tempo maltrata
fiz-lhe frente como pude
de inquietação me mata
duro fado, não me ilude
morreu já a madressilva
atrás vai o rosmaninho
o tempo é ele uma silva
cruel trazendo espinho
até a giesta entristece
entregue à sua sorte
o sol não lhe trouxesse
o calor, seria a morte.
e o cipreste serenado
nossos males ele sente
parece até afortunado
se ouve pranto da gente
duro tempo, inclemente
trata tudo com impiedade
a tudo leva pela frente...
e nem lhe a importa idade.
as tulipas já se foram
ceifadas ainda em vida
logo meus olhos choram
o tempo causou-lhe ferida
memória trago da aurora
passou o tempo apressado
o presente não melhora
se agarrada ao passado.
natália nuno
rosafogo
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