pelo tempo desarmada
ignorei a descida...
cheguei à encruzilhada
afrouxou o sol da vida.
o relógio já não acerto
é grande meu desvario
trago no coração aperto
e na alma trago frio...
minha palavra saudade
a estrada é meu viver
Deus dá-me a serenidade
há vida em mim a caber.
do tempo já ando presa
sem agravo nem apelo
perdi meu remo, incerteza
põe-me o coração em gelo.
os sonhos são canteiros
de magnólias a nascer...
entre roseiras e craveiros
a alegre dor de os ter...
há mel no rio do coração
gaiolas no olhar por abrir
o pensamento vive solidão
a esperança a querer fugir.
girassóís curvam a cabeça
fecham olhos e a meditar
aguardam o sol apareça
esperança do verão parar.
girassol é o meu coração
que bate com ligeireza...
pede e despede a solidão
ama a vida com inteireza.
natalia nuno
rosafogo
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