sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
TROVAS AO DESPIQUE
A trova é para troar
Aos ventos pois então!
Se a trova queres travar
Travas também o coração.
Trova-se na madrugada
Ao doce alvor da manhã
A trova sem ser travada
É vermelha cor de romã.
Morrerei de saudade tua
É o coração quem me diz
Coração não se habitua
À dor de não ser feliz.
Vem atear-me a chama
Não deixes o tempo fugir
Meu coração por ti chama
Desdita se o deixas desistir.
Não traves os sentimentos
Deixa-os na trova travados
Junta aos meus teus lamentos
As trovas são nossos fados.
Um rio é uma gota de água
Meus ollhos são uma torrente
Delicada é minha mágoa...
Que trago desde a nascente.
Já arde em mim a fogueira
Que nem mar consegue travar
Será até que Deus queira...
O fogo, deste jeito de amar.
rosafogo
natalia nuno
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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
AINDA A CHAMA
Numa saudade terna se guarda
A chama duma vida sentida
Chega a hora já não tarda!
Duma certeza crua, o fim da Vida.
O tempo, tempo me roubou
Faço do que me resta um abrigo
Passam os dias e por mim dou
A deixá-los passar como castigo.
Mas há ainda uma réstea de cor!
Que p´la minha alma se espalha
Há momentos doces de AMOR!
E COISAS sem idade, quando calha.
rosafogo
natalia nuno
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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
QUADRAS - PASSA A GRAÇA
Lá vem a graça que passa
Não tem a graça que tinha!
Ela que já foi rainha!?
Já não tem a mesma graça.
Quem a graça lhe levou?!
Ela lá vem e já passa...
Passa a graça e não parou
Já não tem a mesma graça.
A graça que Deus lhe deu?
Ao passar já não a tem...
Graça que a graça perdeu
É a mesma que lá vem.
Perguntei-lhe pela graça?!
Mas da graça ela não sabe
Quem dera saber da graça?!
Desgraça em sorte lhe cabe.
Já passou cheia de graça
Nem sabe a graça que tinha!?
Mas hoje a graça que passa
Não mais parece a rainha.
Já não há com quem engrace
Já é breve o seu passar...
Passa a graça e onde passe?!
È mistério por desvendar.
A graça que era estrela
Orgulho que Deus lhe deu
Já não traz graça com ela!
Até Deus graça esqueceu.
Passou a graça, não a vejo
Na estrada a tarde já cai...
Levou com ela o desejo
Suspirando, graça lá vai.
natalia nuno
rosafogo
Estas são umas simples quadras, feitas há muito,
mas eu acho-lhes uma certa graça, então deixo-as
aqui, um pouco sem graça.
Fi-las no intuito de serem cantadas,
rosafogo
Estas são umas simples quadras, feitas há muito,
mas eu acho-lhes uma certa graça, então deixo-as
aqui, um pouco sem graça.
Fi-las no intuito de serem cantadas,
QUADRAS-INQUIETAÇÃO
INQUIETAÇÃO
Já o dia não me rende
Já é difícil o despertar
Já só o sonho me prende
A esta sede de a vida amar.
Vai-se a Vida a acabar
Já é curto o meu caminho
Já vou deixar de sonhar
Amortalhada em linho.
Já a vida se desvanece
Já é pequeno o meu dia
Já o Sol pouco me aquece
Só me resta a Poesia!
São restos, tudo o que resta
Castelos de nuvens agitadas
Mas o pensamento ainda em festa
Tem palavras de amor bordejadas.
Trago a vida em sobressalto,
Não pára, não quer parar!
E meu sol já vai tão alto!?
Tenho meu rio a chegar ao mar.
rosafogo
natalia nuno
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
QUADRAS INQUIETAS
Onde ficou a primavera?
Trago ferido o coração
Fiquei no Outono à espera
Nem dei por passar o Verão!
Toda esta minha inquietação
P'la Primavera que lá ficou
Só me resta a satisfação
Que a Vida não acabou!
Já fica a Vida um deserto
Anda a memória a escorregar
Trago a saudade por perto
Que essa não quero largar!
A Vida me diz mentiras
O coração perde raizes
Se a luz dos olhos me tiras
DEUS ficam só cicatrizes.
E vivo assim com esta ânsia
A esperança ainda a medrar!
Dias passados já vão à distância
Nos que hão-de vir quero sonhar
natalia nuno
rosafogo
QUADRAS SOLTAS II
As lembranças vêm à tona
São como imagens fugazes
São pretas como azeitonas
Ou são lindas como liláses.
Trago estilhaços no peito
Que o tempo me arremessou
Pedaços dum sonho desfeito
Que esse tempo me roubou.
Ninguém os vê, porém eu
Os sinto dentro de mim
Instantes que a Vida me deu
Tesouros levo até ao fim.
A felicidade não se alcança
Pensá-lo é já fantasia
Sempre se consegue a esperança
De a ter conosco algum dia.
Caminho de lanterna acesa
Não vá o diabo tecê-las
E num desprazer sem beleza
Trazer-me a noite sem estrelas.
Anda a memória por atalhos
Viaja cansada é seu destino
Estão seus caminhos já falhos
E seu passo é de peregrino
São como imagens fugazes
São pretas como azeitonas
Ou são lindas como liláses.
Trago estilhaços no peito
Que o tempo me arremessou
Pedaços dum sonho desfeito
Que esse tempo me roubou.
Ninguém os vê, porém eu
Os sinto dentro de mim
Instantes que a Vida me deu
Tesouros levo até ao fim.
A felicidade não se alcança
Pensá-lo é já fantasia
Sempre se consegue a esperança
De a ter conosco algum dia.
Caminho de lanterna acesa
Não vá o diabo tecê-las
E num desprazer sem beleza
Trazer-me a noite sem estrelas.
Anda a memória por atalhos
Viaja cansada é seu destino
Estão seus caminhos já falhos
E seu passo é de peregrino
natalia nuno
rosafogo
imagem-retirada do blog imagens para decoupage
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domingo, 16 de janeiro de 2011
CANTEIRO DE SAUDADE
Saudade levo ao partir
Saudade trouxe ao chegar
De saudade trago o sorrir
Saudade aperto a magoar.
Saudades trago às mãos cheias
Nos corredores vazios de mim
- Saudades trago nas veias...
Saudades, duma saudade sem fim.
Saudades do tempo perdido
Saudades do tempo por achar
Trago esse tempo esquecido
Com medo de o encontrar...
Segredos a saudade guarda
Segredos de mim menina
Correu o tempo não tarda
Aquele que Deus destina.
Tráz-me saudades a saudade
Saudades neste entardecer
Saudades que na eternidade
Ainda me hão-de fazer doer.
Quase esquecida do tempo ído
Cá dentro trago as saudades
Revivo o tempo, tempo perdido
Neste vagar das minhas tardes.
natalia nuno
rosafogo
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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
ALENTEJO
ALENTEJO
Hoje quem canta é o galo
Enquanto a galinha põe o ovo
É do ALENTEJO que falo
Quem mais ordena é o Povo.
Agachou-se por demais
Quase sem penas ficou
Mas hoje brilham trigais
ALENTEJO se alevantou!
Cantem, cantem cigarras
Atrás da folhagem escondidas
LIBERDADE? Horas amargas
Promessas de ABRIIL..perdidas!
Ah ALENTEJO, terra quente
Terra que a gente não esquece
Gente de coração, boa gente!
O Sol nos embriaga e aquece.
Teu POVO te sabe amar!
Sempre foi e é capaz!
Escreveu no tempo a passar
Que luta se precisar...
Mas que é gente de PAZ!
dedicado ao Alentejo e suas gentes.
QUADRAS SENTIDAS
QUADRAS SENTIDAS
Fazer poesia é minha vocação
Não tenho adornos nem oficina
É como prá minha boca o pão...
- Sou assim, desde menina.
Com a minha falta de jeito
- Eu até sou paciente...
Nasce-me a poesia no peito
E é assim que me sinto gente,
Exausta de corpo e mente
Às vezes me sinto fracasso
Mas surge o Sol derepente.
E de novo a Vida abraço!
Ressuscita o vigor habitual
Logo o meu ser se afadiga
A fase morre de morte natural
Logo escrevo uma cantiga.
A semente sempre rebenta
-Com àgua e do Sol a luz,
Mas se como eu fica cinzenta?
- Já pouco ou nada produz!
Sou cópia duma antiguidade
-Mas creio ser genuína!?
-Reato o sonho e a saudade!
Trago-os em mim de pequenina.
rosafogo
natalia nuno
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
QUADRAS Á DERIVA
QUADRAS À DERIVA
Do meu rosto fugiu a côr
Dos olhos fugindo a Vida
Secam as plantas ao calor
Na mão dos anos eu perdida.
Rasga-se o corpo alma parte
Não voltará nada que tinha!
Fiquei sómente com esta arte
Que ninguém tira, que é minha!
Mas se tudo um dia mudar?!
- E a minha sorte não...!
Cantigas ainda hei-de cantar
- Com a alma e o coração.
Rompi com todos os laços
- Só quiz sair da prisão!
Sinto no peito os compassos
Aqui ninguém me deita a mão!
A mão dos anos tudo altera
À gente que por eles passa
- A mim levaram a Primavera!
- Mas não aceito a desgraça.
- À Vida não peço socorro!
- Rasgo mordaças e sigo...
- Se perder meu sonho morro!
Mas perdoar-lhe não consigo.
Do meu rosto fugiu a côr
Dos olhos fugindo a Vida
Secam as plantas ao calor
Na mão dos anos eu perdida.
Rasga-se o corpo alma parte
Não voltará nada que tinha!
Fiquei sómente com esta arte
Que ninguém tira, que é minha!
Mas se tudo um dia mudar?!
- E a minha sorte não...!
Cantigas ainda hei-de cantar
- Com a alma e o coração.
Rompi com todos os laços
- Só quiz sair da prisão!
Sinto no peito os compassos
Aqui ninguém me deita a mão!
A mão dos anos tudo altera
À gente que por eles passa
- A mim levaram a Primavera!
- Mas não aceito a desgraça.
- À Vida não peço socorro!
- Rasgo mordaças e sigo...
- Se perder meu sonho morro!
Mas perdoar-lhe não consigo.
Trago o desespero no coração
-Dos golpes que ela me deu!
- Trago o amargo da solidão!
Poesia? Única que sobreviveu.
rosafogo
-Dos golpes que ela me deu!
- Trago o amargo da solidão!
Poesia? Única que sobreviveu.
rosafogo
natalia nuno
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
QUADRAS P'LO CAMINHO
Sou uma roseira sem espinhos
Nascida num monte agreste
De dia vejo os caminhos
De noite o luar celeste.
Passáste por mim com desdém
Por não ser eu flor de jardim
Não te julgues tu alguém
Pois teremos igual fim...
Galgo montes e valados
Já o sol me vai escaldando
Ninguém ouve já meus brados
Sou flor só! Vou caminhando.
- É uma mentira enganosa
Sou do campo, mas sou gente!
- De manhã sou flor mimosa
- À noite mulher ardente.
À nobreza não me rendo
Pois se eu sou flor do Povo!?
Por dinheiro nenhum me vendo
Sou troveira num tempo novo.
Quero ser para sempre esta flor
Simples... do campo o tempo todo
Verdadeira, ter da rosa o odor
Não ver-me nunca afundada no lodo.
rosafogo
natalia nuno
Trovas feitas num Abril já passado, mas ainda
lembrado.
Trovas feitas num Abril já passado, mas ainda
lembrado.
domingo, 9 de janeiro de 2011
TROVAS ( EM LIBERDADE)
A dizer nunca quem se atreve?
Não digam não que é mentira
É que na vida tudo é breve
Diz-se agora, e logo vira...
Peco sempre que p'ra ti olho
E peco só de pensar em ti
- Se ando à chuva me molho
- E por te amar me perdi!
Mas se pecar eu não posso
Se teu amor já não mereço
Ainda do teu mel me adoço
A sonhar contigo adormeço.
Se ser pobre é ultraje...
E ser rico filho de Deus
Morrendo escrevam na lage...
Pobre morri p'los olhos teus.
Por mim em todo o caso
Ainda que modéstia àparte
Me conquistáste por acaso!
Eu te conquistei com arte.
Trago meu coração quente
Nos quatro cantos palpita
Remando contra a corrente
Grita por ti, ainda grita!
Mas se ele algum dia morrer
Morrerá como um mendigo...
De pedir e tanto querer
Poder levar-te comigo.
A noite espanta medos
Aprendi a enfrentá-los!
Dou-lhe a guardar segredos
Que ela bem sabe guardá-los.
Tantas lembranças guardadas
Do passado donde venho.
Feito de grandes caminhadas
Tantas saudades já tenho.
Ruas desertas do pensamento
Passeiam palavras sem sentido
No peito o amor é sentimento!
Nos olhos lágrimas de vidro.
Meu Amor morreu de dor
Por não ser a perfeição
Morreu tal qual uma flor...
Caída, murcha no chão.
natalia nuno
rosafogo
sábado, 8 de janeiro de 2011
QUADRAS (de empolgação)
Os teus olhos são botões
São cinzentos como o mar!
São minhas preocupações...
Deles me não quero afastar.
Tenho meus olhos nos teus
Meu coração em sobressalto!
São teus olhos pecados meus
Raios de Sol que já vai alto.
Cobre-te o cabelo o chapéu
E o bigode te cobre a boca
- Eu cubro o rosto com véu!
Olho-te, o calor põe-me louca.
Arqueaste as sobrancelhas...
Fiquei sem ouvir respostas
Teus olhos são como abelhas!?
De donzelas (flores) tu gostas.
Teus olhos cinzentos agora,
Castanhos daqui a bocado...
Disfarço meu olhar na hora
Ah!Pois meu desejo é pecado.
Prendo o cabelo com fitas
Trago o fogo ardendo em mim
Aquece sempre que me fitas!?
Que hei-de fazer se é assim?!
-Este lindo dia morreu!
Já meu olhar está a finar
-Já não vejo Mar nem Céu!
Fico-me p'los teus a chorar.
Silêncio. É já noite escura
-Já a Lua no céu caminha.
Ando Amor de ti à procura
Para não me sentir sózinha.
Sou uma abelha modesta
Ao teu redor a zumbir
Quando me olhas é festa!?
Lês os meus estão a pedir
Tenho na memória gravada
Côr dos teus olhos cinzenta,
Já nem lembro se fui amada!?
Ou a Poesia o Amor inventa.
Minhas memórias são nada
Sonhos, algum dia sonhados!
Saudade no coração bordada?!
Amores no coração guardados.
rosafogo
Já nem lembro se fui amada!?
Ou a Poesia o Amor inventa.
Minhas memórias são nada
Sonhos, algum dia sonhados!
Saudade no coração bordada?!
Amores no coração guardados.
rosafogo
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
AMOR E VIDA
Meu Deus eu chorei tanto
Chorei de tristeza e dor
Chorei de amargura em pranto
Chorei de alegria e amor...
Passou a vida e sofri
Ai Deus eu dava agora!
Pela juventude que perdi
A minha vida na hora.
Voltar a essa doce idade
Caminho algum já lá volta
Por isso falo da saudade
Em meu peito anda à solta.
Solidão tem tal perfume
Solidão tem tal perfume
Que me enreda em suas teias
Queima às vezes que nem lume
E me põe loucas as ideias.
Mas deixo-as correr ao acaso
São ondas tranquilas de prata
O coração suspira não faz caso
Transborda a saudade, me mata.
natalia nuno
natalia nuno
rosafogo
SONHO
Porque nada me esquece
Lembrança é sol que arde
A saudade quando aparece
Deita-se comigo já tarde.
À noite choro tua ausência
Choro o beijo que não dás
Rezo e é forte minha crença
De que ao meu sonho virás.
Pródigo o passado volta
Pródigo o passado volta
Fala-me da mocidade inteira
Logo minha alma se solta
Corre minha vida ligeira.
Que importa se sonho é
Se me dás beijo também?
Quem vive e sonho não tem
É triste e infeliz até...
De ilusão me enche a alma
Num doce sonhar embebida
Bate o coração mas se acalma
De alguma dor já sentida.
natalia nuno
rosafogo
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
QUADRAS (CRISTALINAS)
Fosse eu Poeta a valer
...Outro galo cantaria
...A todos faria ver!
Não se brinca com Poesia.
Meu forte não é escrever
Mas castigo não mereço
É chama para me aquecer
Sem Poesia eu desfaleço.
Se me quereis dar sentença
Dai em torrentes de Poesia
E a minha sorte será imensa
Deixar-me-ei presa na magia.
Meus versos são de ouro fino
- Com cheiro a naftalina...
São fios do meu destino
Acompanham-me de menina.
Já um pouco desbotados?!
Mas com o brilho de outrora
De fino ouro estão bordados
Envoltos na saudade toda hora.
Não os renego seguem radiantes
Canto-os à aurora e à liberdade
Versos, que ergo triunfantes
Por entre sonhos feitos saudade.
São meu livro e minha verdade
Às vezes tristes como a voz do sino
Falam de risos , lágrimas e saudade
São gotas de agua sem destino.
rosafogo
natalia nuno
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
TROVAS NO TEMPO
Meu canto é de amargo cheio
Poesia eu trago nos braços
Me enleio nela, me enleio!
Em doces e longos abraços.
Digam lá o que disserem
Que de ouvir-vos não me cansa
Calo-me se assim o quiserem
Deixem-me ao menos a esperança.
Se eu de saudade, partisse...
Levava saudade que é bastante
Do poema que eu melhor disse!
Aquele da saudade já distante.
Quanta distância vai de mim!?
Ai quanta distância Deus meu!
Que já nem sei ao que vim!?
Nem lembro se o coração morreu.
Mas sei que nasci do Povo
Desse de quem trago saudade
Estando morto levantou de novo
P'rá conquista da liberdade.
Já subi ao mais alto monte
Mais alto quero ainda subir
Quero enxergar lá no horizonte
Com olhar cansado o meu partir.
Passará por mim o sol e o vento
E eu seguirei até à eternidade
...Só sobrará um pensamento
Saudade levo da mocidade.
Meu olhar seguirá o poente
Nele vazará toda a sua tristeza
E aí se fechará tão docemente...
Esquecendo do Mundo a frieza.
Me enleio nela, me enleio!
Em doces e longos abraços.
Digam lá o que disserem
Que de ouvir-vos não me cansa
Calo-me se assim o quiserem
Deixem-me ao menos a esperança.
Se eu de saudade, partisse...
Levava saudade que é bastante
Do poema que eu melhor disse!
Aquele da saudade já distante.
Quanta distância vai de mim!?
Ai quanta distância Deus meu!
Que já nem sei ao que vim!?
Nem lembro se o coração morreu.
Mas sei que nasci do Povo
Desse de quem trago saudade
Estando morto levantou de novo
P'rá conquista da liberdade.
Já subi ao mais alto monte
Mais alto quero ainda subir
Quero enxergar lá no horizonte
Com olhar cansado o meu partir.
Passará por mim o sol e o vento
E eu seguirei até à eternidade
...Só sobrará um pensamento
Saudade levo da mocidade.
Meu olhar seguirá o poente
Nele vazará toda a sua tristeza
E aí se fechará tão docemente...
Esquecendo do Mundo a frieza.
rosafogo
natalia nuno
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
QUADRAS DA ALMA
Mudam-se os tempos e vontades
Só poder parar é que não...
Rompem na noite as saudades
- Folhas caídas p'lo chão.
Cabelo que vai branquejando
- Olheiras e rugas na testa
- A hora que está passando
- É o tempo que me resta...
Este tempo que tudo altera
Esmorece a alma, e a mim?
- Quem me dera a Primavera
- Sem ter princípio nem fim.
Mas na roda da Vida ando
-Meia volta, volta e meia,
A minha vida ao fim chegando
-Trago-a presa numa teia.
Tudo me vem à lembrança
- Sempre perto desta hora
Vislumbres, já sem esperança
Vou recordando o de outrora.
São minhas rimas um canto
Mudo! Saudades assim o são!
- Elas querendo dizer tudo
Da minha humana condição.
Mas não me dou por vencida
Que o meu querer é forte
Enfrento sem temor a Vida
Sigo minha estrela do Norte.
Quando dos olhos água brotar
Da mágoa farei meu farol...
Se a tempestade se avizinhar?
Deste canto despontará o Sol.
rosafogo
Estas quadras são quase da minha idade, levaram
uma achega pequenina neste momento.
natalia nuno
rosafogo
sábado, 1 de janeiro de 2011
QUADRAS PERDIDAS
O tempo é inquietação!
Sonhos tive noite e dia
Nenhum ao alcance da mão
P'ra quê o sonho servia?
Volto costas, vou deixando
Remo já contra a corrente
Na viagem, vou remando...
Levo raiva sigo impotente.
Fica a Vida cor de cinza
Remei milhas deixei atrás
Estou cansada embora finja
Que a mim, já tanto me faz!
Não sei para onde vou
Nem para onde quero ir
Já meu barco se soltou
Sem razão para partir.
Aumento o rítmo da remada
- Sou p'la Vida coagida!
Pela corrente sou levada
- Nesta tarde já caída.
Quero muito, muito pouco
Já nem do tempo dou conta?!
- Ando neste Mundo louco.
Já levo a Vida a uma ponta.
rosafogo
natalia nunoQuadras perdidas em papelinhos escritas, e rebuscadas, para deixar hoje aqui.
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