segunda-feira, 11 de novembro de 2024

trovas perdidas




se te amar é esse perigo
de me perder no caminho
em teus braços me abrigo
quero receber teu carinho

sinto a paz entre a gente
num mundo feito braveza 
liberdade esteja presente
seremos felizes de certeza

gosto de flores plantar
gosto também de as colher
estou pronta para te amar
meu amor meu bem querer

a vida às vezes me brinda
e se me dá às mãos cheias
a  saudade que não finda
do amor com que me ateias

sempre que amor me tenta
este meu irrequieto coração
logo outro amor ele inventa
não vai ouvir minha razão.

nnuno
1996-10




quinta-feira, 3 de outubro de 2024

tamanho é meu apego... quadras soltas



trago melodias na voz
letra d´poema tão meu
desta saudade tão atroz
- deste amor meu e teu

saudade não quer partir
crepúsculo à luz da tarde
- gotas de chuva vão cair
q' nosso amor resguarde

recordo as noites antigas
nelas o amor aconteceu
eram tão nossas amigas
que foi que as anoiteceu?

me iludo no aconchego
de tuas mãos anoitecidas
- tamanho é o meu apego
às promessas esquecidas

- tudo que nelas existiu,
amor do tamanho da lua!
que nem o tempo permitiu
que este amor se destrua.

natalia nuno
imagem pinterest

domingo, 22 de setembro de 2024

quadras de outono...





poema de palavras é feito
e o poeta é seu criador...
e é assim deste seu jeito
que tudo é escrito c´amor

são nuvens que já choram
não desabrocham as flores
saudades n´ coração moram
- chorarei se tu te fores!

já a memória se extravia
vou tentar não esquecer-te
vamos vivendo dia a dia
chega o medo de perder-te.

natalia nuno
quadras antigas 2001

simples trovas...

há sentimentos que magoam
por isso de mim, já me calo
não há dores que não doam,
mas dessas, eu já nem falo!

tempo passa e tudo esquece
nada se pode alterar, passou!
vida é mistério, logo merece,
sonho q' ansiosamente sonhou

a vida lá atrás foi primavera
passou a ser fogo de verão...
sendo semente ficou á espera
de germinar e oferecer o pão

mas por vezes quase morta,
tempo inverno, intempestivo
despenha a vida ficando torta
chega a saudade com ela vivo

quadras recolhidas da sebenta
escritas 2001
natalia nuno
 



terça-feira, 27 de agosto de 2024

menina mistério

 
esta menina que eu conheci
 corria a aldeia d'arco na mão
 hoje não lembra d' mim n' de ti
 mas ainda a trago no coração

 corria a aldeia d´arco na mão 
 no pensamento ébrias fantasias
 menina mistério, ternura, paixão
 hoje vive em mim todos os dias

 hoje não lembra de mim n/de ti
 no pensamento vendaval louco
 hoje ao recordá-la ainda senti
 que amá-la, será sempre pouco

 mas ainda a trago no coração
 vai ser sempre assim até ao fim
 menina mistério, ternura, paixão
 corria a aldeia de arco na mão.

natalia nuno
imagem pintarest

 

terça-feira, 20 de agosto de 2024

sol de verão...quadras singelas


mágoa do silêncio crescia
torpor de sombras escutei
troar de trovões dia a dia,
para tudo acalmar implorei

fui ao destino das águas
soltei-me tão lentamente
esqueci todas as mágoas
enchi de luz minha mente

fiquei a mulher erguida
pés bem assentes no chão
que o resto da minha vida
igual sol, radiante de Verão

natalia nuno
imagem pinterest




sábado, 10 de agosto de 2024

quando a água rompe nos olhos...quadras soltas

- anunciadora claridade
daquilo que nunca vem
reina em mim a saudade
que dói como a ninguém

alcançar mais não pude
encontrei algum prazer
mas a vida já não me ilude
foge-me sem eu perceber

ventos frios no horizonte
a vida já não resplandece
os pensamentos a monte
vida que ninguém merece

navio perdido na bruma
longo inverno solidão
aos ouvidos coisa alguma
folhas de outono no chão

sombra azul do arvoredo
solitária e triste perdida
como uma cicatriz o medo
e o segredo celeste da vida

da dor e do esquecimento
deste meu caminho errante
não esqueço só um momento
da minha existência distante.

natalia nuno
imagem pinterest

quarta-feira, 7 de agosto de 2024

era então Janeiro...


na terra ocre dos olivais
era imenso o azul do céu,
nos ramos cantavam pardais
e a este mundo chegava eu

perco-me já na memória
no entanto nunca esqueci
pássaros da minha história
q' cantavam quando nasci

trinados, música, nostalgia
sol, astro e companheiro
à raiz profunda me prendia
naquele primeiro Janeiro

tocada p'las ondas do vento
acabavam canções de estio
oscilava o meu pensamento
na fronteira do inverno frio

ao chegar os confins da tarde
as pálpebras da bruma abri,
rapariga alegre de verdade
inicia seu despertar, o rio ri.

logo as borboletas fazem soar
o rebuliço da minha chegada
uma folha em branco a elevar a
terra que seria plo Poeta amada. 

natalia nuno
imagem pintarest

quinta-feira, 1 de agosto de 2024

pedras no caminho...



para aumentar o estrago
da vida escassa e adiada 
esta saudade sempre trago
dentro do coração calada

tempo cego que me acolhe
pouco consola nesta hora
não há lágrima q' não molhe
um rosto quando olhar chora

tempo que é já desapiedado
que investe com pulso d'ira
traz meu passo desterrado
adensa na pela e vida me tira


aqui dentro de mim já tudo é
pulsar que aviva o sobressalto
duras as sombras mas tenho fé
que a morte não me fará assalto.

natalia nuno
imagem pinterest
trovas 2008/02




segunda-feira, 29 de julho de 2024

sonho atrás de sonho...quadras




raios já serpenteiam o céu
o sonho enche-me a cabeça
acordado o céu  e eu!
não há quem esta dor mereça

olhos sonolentos, mas atentos
à procura da palavra certa
ouvindo o rumor dos ventos
nostálgica como a rua deserta

olhei o espelho não me vi
havia alguém semelhante
de tristeza os lábios mordi
coração palpitou inquietante

semelhança muito aquém
sem a essência da hortelã
ignoro o laço, nada, ninguém
apenas o dia de amanhã

olhei uma ou duas vezes
assim com ela me cruzei
foram anos, foram meses
que no sonho me quedei

arde verso incandescente
rasgo o papel encarquilhado
hoje nem me sinto gente
dou o verso por acabado

quadras de 2005
natalia nuno
imagem pinterest








fecho memórias...quadras simples





às vezes sou criança feliz
fecho memórias num saco
sempre alguma coisa me diz
por isso a esperança acato

vão vir ventos de mudança
abre-se o coração à natureza
traz-me alguma esperança
esqueço a minha tristeza

o final da  noite escura
faz-me sentir mais sozinha
poesia amiga ando à procura
para ser companhia minha

a vida me passa ao lado
esta noite já não melhora
e este poema inacabado
também ele por mim chora

quadras escritas em 2006
imagem pinterest

casa sem telhado...quadras





desta vida partirei serena
sempre morre uma andorinha
não há vida sem ter pena!
e é triste esta vida minha

só este desejo me prende
e me sangra o coração
coração que ninguém entende
pobre... pobre cheio de ilusão

uma teia tão bem urdida
trago em mim desde criança
esta saudade não esquecida
saudade feita lembrança

às vezes caio da montanha
meu coração fica quebrado
tristeza acerta-me, tamanha!
que sou casa, sem telhado.

quadras escritas em 2006
natalia nuno
imagem pinterest



saudosas...quadras





tuas mãos trazem carinho
teus lábios doce ternura
agora no fim do caminho
ainda é grande a ventura

deixei sonho na juventude
sou uma folha quebrada
sonho com ela amiúde
e vou sofrendo calada

ilusões uma por uma
agora à espera do momento
sonhos lençóis de espuma
ainda me trazem alento

das memórias ouço ruído
trazem histórias antigas
que me contam ao ouvido
como quem canta cantigas

quadras de 2007
natalia nuno
imagem pinterest


sonhos...saudosos


são ébrias as minhas fantasias
sonho teu corpo junto ao meu
ilumina-se a vida e os dias
e tu és o sol que me acolheu

poderia morrer só para te ver
m' olhos demorarem nos teus
saudade oculta n' deixa esquecer
os sonhos que vivem nos meus

fico a sós a recordar-te
em delírio sinto-me extenuada
meu olhar afoga-se a retardar-te
coração sofrendo p'la tua chegada

inquieto amor por ti espera
como hera entrelaçada no coração
que com tanta saudade desespera
até que chegues e me dês a mão.

natalia nuno
trovas de 1993



terça-feira, 16 de julho de 2024

rosa vermelha...

rosa vermelha voou
era audaz a primavera
de falta d'amor secou
p'lo cravo ficou à espera 

voou perdeu seu verdor
que a aprisionou cativa
mas um tão grande amor
o cravo lhe devolve vida


milagre enfim chegou
já nada a aprisiona!
a primavera fulgurou
o cravo não a abandona 

sua seiva invoca o sol
na sua glória erguida!
faz inveja ao girassol
anda de aroma despida

de liberdade ansiada
volta de novo a voar
p'lo cravo muito amada
à noite namora ao luar

natália nuno
trovas antigas esquecidas
na sebenta desde 2007
imagem pinterest

domingo, 23 de junho de 2024

na companhia do silêncio...


o dia cálido vai morrendo
sombras dúbias nesta hora
luz do campo desvanecendo
porque o Sol se vai embora

no ar há o aroma estranho
são flores flutuando na luz
e a saudade é dum tamanho
e a vida é irremediável cruz

o que caminhei, só eu sei,
volto de novo a recordar
corre água ou então sonhei!
que era a juventude a voltar

à medida que o dia avança
um chilreado... indiferente,
vindo até mim a criança...
na memória bem presente

e o tempo fica suspenso
não é dia, nem noite ainda
dentro de mim amor imenso
e esta saudade que não finda.

natalia nuno
imagem pinterest



sábado, 22 de junho de 2024

aguardando o milagre...



tão longínquos e tão perto
basta apenas estender a mão!
que a vida não será um deserto
quando existe em nós coração.

salva-nos sempre o amor!
com ele somos vencedores,
tempo este, tão constrangedor,
de guerra atroz e, tantas dores

sonhar a paz não tem limite
esquecer tormentoso caminho
não há coração que não palpite
a um Mundo de amor e carinho

tantas as perguntas por nascer
histórias tão preocupantes...
porquê guerras tem que haver,
se somos da Paz amantes?

tenho fé tudo volta a ser verdade
será dado um passo importante
teremos paz voltará a felicidade
n/queremos de nós a paz distante.

natalia nuno
imagem pinterest


segunda-feira, 17 de junho de 2024

a uma flor...

 


Uns versos que fiz faz anos para oferecer a uma amiga


Ele, há lá flor mais bela
que te possa ofuscar?!
Seja branca ou amarela
não precisas invejar...
És de raiz bem nascida
q' te impede de murchar
nem vais ficar esquecida
se a morte a vida levar
Se o tempo é teu algoz!?
Mas esperança é sonho!
Não seja a lembrança atroz
nem o amanhã medonho
Não te tirem a esperança
de amanhã feliz tu seres
recorda-te sempre criança
para feliz assim viveres...
Esquece da vida revezes
de tudo o que ela te afronta
o que é preciso é às vezes
vivermos ao faz de conta.
A vida matiza dias às cores
põe-te o coração a bater
se te invejam outras flores...
tens afecto e bem-querer.
natalia nuno

terça-feira, 30 de abril de 2024

quadras soltas... da vida e não só!

- o amor e os anos...
portas para um e pra mil
foram tanto desenganos
q/ na solidão ficou senil

para quê tantos planos
e tantas linhas traçadas
nos tornamos insanos
com ideias baralhadas

entre a boca e o beijo
tudo ao ímpeto resistir?
- o temor e o desejo,
dois olhares e o sorrir

- jamais a separação!
imensa lonjura, saudade
eis o que nos faz solidão
logo então a serenidade

nasci na casa pequena,
virada ao Sol e ao Vento
hoje recordação serena
serenidade e sentimento

amar a vida pela vida
presente q' Deus m/deu
eu gaivota decidida
Voei à conquista de ser eu.

natalia nuno





domingo, 21 de abril de 2024

quadras soltas...momentos

 




no céu pousava seu olhar...
saudade sem saber de quê
e de tanto, tanto sonhar...
s/dar conta, sem que se dê!

inventava sonhos risonhos
com a mão escrevia poema
dentro, ela ainda traz sonhos
viver, ser feliz,  é seu lema

dentro dela um sonho velho
divide s/ dias com a natureza
d' manhã q' olha o espelho
ainda sente no rosto leveza

no olhar procura certezas
no coração traz a saudade
no pensamento as incertezas
saudade d' tempo d' mocidade

natalia nuno
imagem pinterest
(quadras antigas que vou passando
do arquivo para aqui) 1998

lembranças...


melros cantam no rosto
ainda lembram a menina
banhando-se ao sol posto
brincando na rua...ladina!

na pele ardia-lhe o fogo
planície habitava o olhar
brincar e estudo seria logo
e louca de tanto sonhar

tinha segredos e medos
confidenciava às estrelas
já a poesia em seus dedos
ao vento dizia coisas belas

quando gaivotas dormiam
soltavam aromas as rosas
os sonhos com ela viviam
versos, palavras mimosas

olhar procurando certezas
nela a tatuagem da  terra
aldeia e redondezas
lembranças no coração
encerra.

natalia nuno
imagem pinterest
(quadras antigas que prenoitaram
na sebenta) 1998


quadras de improviso...





saudade o coração a sente
quando chega a madrugada
faz-se na mente presente
abraça-me pela calada...

fecho aos olhos as janelas
deixo de me ouvir, me calo
palavras s' minhas sentinelas
as lembranças são m' embalo

sem predições ou promessas
as palavras vão-me fugindo
o amor,  escuta-me às avessas
e a saudade vai-me atingindo.

o tempo voraz me consome
fico como criança sem riso
numa ansiedade sem nome
punhado d'versos, improviso

natalia nuno
imagem pinterest

quinta-feira, 11 de abril de 2024

do sonho à realidade...quadras soltas

achei.me hoje a rever
os cantos d' minha aldeia
nestas horas de lazer
que a saudade me premeia

q' boa saudade tão amena
q' na minha ideia renasceu
borbulham águas, são tema!
delírios deste momento meu

diferente a vida que levo
pobre foi minha aventura
no recolhimento me atrevo
recordar a outra com ternura

havia então a vivacidade
do rio vinha-me imaginação
passei do sonho à realidade
no dia em que deixei m' chão

levava palavras de fantasia
no olhar cantarolar das águas
longe, chorava todos os dias!
sigilosas no coração as mágoas.

natalia nuno
imagem pinterest

terça-feira, 2 de abril de 2024

trovas soltas...a vida é erva rasteira





o vento estremece estrelas
- e fustiga a erva rasteira!
sorriem' olhos ao vê-las
quando estás à minha beira

e a lembrança já indecisa
ainda me fala de aventura
porque a memória precisa
de lembrar-te com ternura

e como as águas e os ventos
que correm como cavalos!
melancólicos m' pensamentos
lembranças são meus abalos.

parece coisa s' importância
lembrar vigor da mocidade
mais distante o da infância
que também me traz saudade

apresso a estabelecer tréguas
não me debruço em demasia
que estas coisas vão a léguas
eu as lembro com nostalgia

lembrar tempos recuados
até me parece ser um castigo
mas se os deixo abandonados
vêm as saudades ter comigo

submissos meus pensamentos
são como lençóis de espigas
dobram varridos pelos ventos
lembrando as coisas antigas

mais de emoção que de frio
rodopia em mim a loucura
fere-me este tempo tão bravio
ligeiro foi tempo desta aventura.

natalia nuno
imagem do pinterest






sábado, 2 de março de 2024

de sonho me cubro... quadras soltas

sinal evidente é q' envelheci
não posso esperar milagres,
a morte serviçal está por aí!
os dias são um pouco agres

a vida não vejo como jogo
ou será?! já nada descubro 
é evidente que a vida é fogo
de verdade e sonho me cubro

a chuva aborrece os vidros
dos meus olhos inquietantes
vão-se os sonhos coloridos
sonho que os sonha distantes

anda a chuva a matraquear
as vidraças como orquestra
numa esquina o Sol a dourar
o olhar nu, à janela empresta

bolor n' meu rosto, tempo ído
gotas fervem em meu coração
olhar morto d' sombra entretecido
já não sou aquela que fui então!

qual a realidade deste poema
se me perseguem ruas vazias
a negar-me que sou eu o tema
e esta a história de meus dias?

se perder a memória mais tarde
logo as memórias distantíssimas
são retido ouro aqui, tanta verdade
rimas urdidas, quadras uníssonas

natalia nuno




momentos...





lágrimas escorrem nos vidros
que dia tão triste meu Deus
lágrimas dos sonhos contidos
sonhos que eram meus e teus

só um gesto, um movimento
E Deus nos dê um céu aberto
que temporal no pensamento,
é dia sem agasalho por perto.

o céu cinzento faz ameaça
m' hoje não lamento solidão
aqui na janela o vento passa
e nostalgia volta ao coração

natalia nuno



quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

meu ruído é o meu canto





benvinda venha esta tarde
e todos que inda me ouvis
de mim só ouvem verdade
feita com palavras senis

meu ruído é o meu canto
meu caminho, minha vida
vezes também desencanto
bandeira branca, despedida

e se algum dia a solidão
me levar ao desalento
qual verdade, qual traição
guarda portas ao pensamento?

que sítio é este sem trégua?
até mesmo o som dos pardais
depois de andar tanta légua
estou pronta! esqueçam os ais

hoje estou dura de ouvido
já por tantos anos passei
de tantos sonhos já ter tido
já nem do meu nome eu sei.

natalia nuno
rimas perdidas, em quadras
antigas



quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

poeta em memória...




é tão bonita a paisagem
do chão que me viu nascer
q' inda hoje trago a imagem
da água do rio a correr...

q' a saudade não se afoite
a toldar-me o pensamento
quer de de dia quer de noite
quero lembrar a m' contento

lembrar o rio e o salgueiro
o açude e da igreja o sino
sonho do tempo primeiro
era eu menina e tu menino

pára coração no momento
lembrando o milho na eira
o pai dormindo ao relento
depois dum dia de canseira

milho alimento no prato
- come menina enjoada!
e eu fazia pose de retrato
deixando m' mãe cansada

hoje que tudo acabou
no sonho inda piso o chão
tão saudosa dele estou
poeto como q' reza oração

natalia nuno
quadras têm anos, perdidas por aí
hoje ganharam vida.


 

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

quadra solta...

 

 faço meus versos doloridos
 os sentimentos espaireço
 dolentes ficam os sentidos
 em devaneio tudo esqueço

natalia nuno


palavras do Poeta...


 

de onde vem esta tristeza
 de noite ou nas horas claras
 da nostalgia é com certeza
 saudade q' em mim deixaras

 que será? sonho, delírio amor
 momento de êxtase ou saudade
 quem sabe talvez seja só dor
 que o Poeta sente de verdade

 poesia é do poeta a expressão
som do grito, talvez só rumor
 ímpetos que vêm do coração
 elegias, essências do seu amor

   _tem a palavra expressiva
     fica dela a recordação!
     Poeta de alma emotiva
     Presente seu anseio e emoção.

natalia nuno

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

trova solta...



talvez Deus concerte o mundo
que fantasia deste instante meu!
inquietante está um caos profundo,
aguardando milagre... esta sou eu.

natalia nuno





quadras perdidas por aí II...




















caminho p'los campos até
ser apanhada p'la tempestade
volto ao caminho com fé
marco importante a saudade

conto os fios do aguaceiro
vou mastigando lamentos
perdi o rumo aventureiro
são frágeis os pensamentos

procuro-me no mar da vida
lanço palavras, me queimam
numa sede intempestiva
as saudades sempre teimam.

versos que são persistentes
causam dúvidas, causam caos
mas também são as sementes
uns são bons, outros são maus.

natalia nuno
quadras que escrevi faz tempo e partilhei
soltas , mas hoje juntei.

trovas perdidas...

já contorno a encosta!
meus olhos são vitrais,
meus versos a quem gosta
já não estarei por cá mais.

caem em cascasta ao mar
as palavras entusiasmadas
aquelas que não sei calar
caem em paixão derramadas

esta tarde tão efusiva
tarde de paz não se afunda
é memória de mim viva
onde a saudade já abunda

estrelas da noite minha
olhos, lágrima errante
coitado de quem caminha
no poema, neste instante.

ouvi risos a céu aberto
ao incendiar da aurora
havia pássaros por perto
e rosas, a abrir na hora

ouvi canção entre a bruma
senti que minha voz não era
rumor de coisa alguma
era o sonho à minha espera

de par em par abro janelas
escapam-se aves para o céu
quem me dera ir com elas
coberta, com branco véu.

logo um astro anoiteceu
tinge já ...o anoitecer!
aprendizagem Deus m'deu
humilde, venho agradecer.

natalia nuno
trovas soltas que andavam por aí perdidas.





 

domingo, 4 de fevereiro de 2024

soltas...que juntei


 é justo que me lamente
 e de saudade lembrar-te
 pensa quem ama e te sente
 do pensamento apagar-te.

tudo o tempo desnuda
até a lua enluarada
fugiu juventude, n/ iluda
fica sonho prata chapeada

já serenou o meu mar
acalmou a tempestade
de que sonho, que sonhar
me chega esta saudade

olho o azul firmamento
o sol oscila no arvoredo
longe vai o pensamento
e com ele meu segredo

soa ao longe cativo o vento
fundem-se as ramas entre si
na memória vive o lamento
e eu vivo aqui e em ti...

natalia nuno



  

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

trova...

 




amor, amparo e abrigo
trago apertado ao peito
valeu a pena ter vivido
o sonhado amor perfeito
não sabe ao certo ninguém
se é infinito ou tem fim
quem vive tamanho bem
tem de acreditar que sim
vai andar sempre contente
sem ter lágrimas choradas
pois se coração não mente
serão doces, não salgadas.
natalia nuno

trovas por aí...




nos olhos da terra a côr
sempre a olhar mais além
seu coração traz amor
e traz saudade também.

aonde vou eu peregrina
a algum lugar sagrado?
talvez lembrar a menina
que trouxe sempre ao lado

natalia nuno