segunda-feira, 30 de maio de 2011

AMORES-PERFEITOS




O sol hoje morreu cedo
Já chega a sombra da noite
Quem sabe traz o segredo
Talvez meu amor se afoite.

O silêncio na noite é lei
A tristeza tão mais penosa
As minhas juras quebrei
Ficou a saudade...Saudosa!

Já nem lembro minha idade
Talvez lembre ao amanhecer
A culpa é só da saudade
Deixa-me entre dúvida e saber.

Percorro becos do pensamento
Neles escondi meus amores
A vida tornou-se um lamento
Onde me perdi em dissabores.

Onde algures brota a nostalgia
Trago meus sonhos desfeitos
Sentem a saudade que eu sentia
Dos amores que pareciam perfeitos.

rosafogo
natalia nuno
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domingo, 29 de maio de 2011

UM SONHO APENAS



Perguntas aonde eu vou
Eu não quero responder
Se o nosso amor acabou
Não tens nada que saber.


À fonte eu irei sózinha
Quando o Sol fôr  bem alto
Este sonho é coisa minha
Quero ir, sem sobressalto.


Meu amor pertence agora
A quem?Não queiras saber!
Já no meu coração mora
Uma outra razão de viver.


Já de ti não quero nada
Ficou a alma em pedaços
Mas agora estou curada
Esqueci até os abraços.


Sou agora de novo amada
Não sigas mais os passos
Sou uma mulher desejada
Cansei-me dos teus cansaços.


Agora vou ter de partir
Sonhando ir mais além
Se o meu amor te servir
Não o entregues  a ninguém.


Que sigo devagarinho
Sem ruído, nem movimento
Esperando por ti no caminho
O sonho embriaga o momento.


rosafogo
natalia nuno
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sexta-feira, 27 de maio de 2011

SOLTAS XXIII



Tudo às vezes se baralha
Somos colhidos de surpresa
E quanto mais se atalha
Mais disso temos certeza

São as voltas tão estranhas
As voltas que dá a Vida
São as ilusões tamanhas
Que ando nelas  perdida.

Quanto mais nos agitamos
Nas voltas que a vida dá
Depressa desesperamos
E ela mais voltas dará.

O ramerrame dos dias
Nos arrasta na saudade
Entre tristrezas e alegrias
Esmaga-nos sem caridade.

Esta Vida é um mistério
Sempre assim p'la vida fora
Nem tudo é de levar a sério
Que a vida é curta não demora.

As sete cores do arco-íris
Ao mau tempo se avizinha
Nas voltas amor se me vires
Procuro por quem? Adivinha!

O dia vai, deixá-lo ir!
Que é um inferno, má sina
Ele volta e torna a vir
À primeira hora matutina.

Trago a Vida cansada
Das muitas voltas que deu
Escuta: Não digas nada
Afinal que mal fiz eu?

rosafogo
natalia nuno
Quadras de  5/2002
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quinta-feira, 26 de maio de 2011

SONHOS DESCALÇOS



Arrasto velhas tristezas
A alma trago ao abandono
Sonhos descalços, incertezas
Ideias já me dão sono.


Os desejos insatisfeitos
Em andamento de procissão
Meus pensamentos desfeitos
Habitando a solidão.


Os pés já cansam a rua
Levam-me sentam na esquina
Quando nasci vinha nua
Nua é esta triste sina.


Sinto-me agora alquebrada
Corpo é ferida sem estancar
A vida é vento de nortada
Por ela me deixo amarrar.


rosafogo
natalia nuno
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terça-feira, 24 de maio de 2011

SOLTAS XXII



Passo as noites ao relento
Vejo-te nas estrelas do céu
No meu sonho acalento
Vires um dia a ser meu.

Já pertinho da aurora
Cansada eu desfaleço
Esperar por ti tanta hora
A tua vinda a DEUS peço.

Chega a doer este desejo
Mas no sonho eu acredito
Reencontro-te num beijo
E vôo,  até ao infinito!

São de luar estas noites
Esperançada... espero!
Que no sonho te afoites
Porque ainda te quero.

rosafogo
natalia nuno
11/2008
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SOLTAS XXI



Ouvi teus passos pertinho
Debaixo da minha janela
Coitado de ti! Pobrezinho
Não tiras os olhos dela.

Se me vires chorar, sorri
Que choro mas de alegria
Porque a DEUS eu pedi!
Que voltes pra mim um dia.

Que desespero este meu!
Se não te vejo, não há luz!
O teu Amor me enlouqueceu
Fez da m'ha vida uma cruz.

Acreditei! Que ingenuidade!
Cheia de angústia fiquei
Andas tu cheio de vaidade
Gabando-te que eu te amei.

O amor deixou seu rasto
Sinto meu coração desfeito
Mas a esperança não afasto
Mora dentro do meu peito.

Meus olhos perdidos na lua
Palavras eu lamço ao vento
Quando a gente ama...amua!
Lá volta de novo o  tormento.

Ao lembrar o primeiro beijo
Nosso primeiro beijo d'amor
Ainda sinto o mesmo desejo
Lembro tal qual o sabor.

Como se fosse ave presa
Sinto uma infinita mágoa
Tenho no rosto a tristeza
E os olhos rasos de água.

Rasos de água e de saudade
Mas já esqueço... DEUS é pai!
Do peito me tira a ansiedade
Só ELE sabe o que lá vai!

rosafogo
natalia nuno
1/2007
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segunda-feira, 23 de maio de 2011

SOLTAS XX



Trago comigo um tesouro
A sete chaves fechado
Um tesouro que vale ouro
E que trago bem guardado.

Meu coração é farol
Que me guia até no escuro
E é bem maior que o Sol
Mais brilhante e mais puro.

No meu peito bem fechado
Guardado o dia inteiro
É como se fosse meu fado!
Este amor que é o primeiro.

Anda este amor à nora
A murmurar constantemente
Com passos lentos demora
E eu sofro pacientemente.

O grito da alma é tal
Que inquieta minha vida
Meu coração de cristal
Vai vogando à deriva.

Ausente do teu olhar
Tanto que não dás por mim
Sofro eu só por te amar!
Então porque te amo assim?

Bate o sol na vidraça
É hora amor de chegar
Meu olhar já te abraça
Ri, em vez de chorar!

Que loucura é este inferno
Que já a mim amedronta?
Sinto o frio do Inverno!
Neste viver faz de conta.

Meus olhos te querem ver
São duas aves desgarradas
Da dor de te perder ?
São noites escuras serradas.

Passo meus dias à espera
À espera  de quê, nem sei!
Ah...meu amor quem dera!
Dar-te o que eu te neguei.

Trago lembranças doridas
Desse teu primeiro beijo!
Vou sarando todas as feridas
Da paixão, amor e desejo.



rosafogo
natalia nuno
11/1999
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DITOS POPULARES



Bem que sempre dure...não há não!
Diz o Povo com sua razão!
Nem mal que nunca  acabe
É o que ele diz ... ele lá sabe!


Que não há sábado sem Sol
Nem há domingo sem missa
Chove, bruxas amassam pão mol
Á segunda há concerteza preguiça.


Chama ao Março de marçagão
E ao florido Abril das águas mil
De manhã Inverno de tarde verão
«Em Abril está cheio o covil»


Este Povo é bem sabedor
Sabe de chás e mézinhas
Só não sabe calar a dor
Quando parte pra terras vizinhas.


Na boca leva o amargo doce
Sente-se pela terra abandonado
Melhor fora que não fosse
 Pobre terra.Pobre o coitado!


«Água de Julho, não faz barulho»
Água passada moinho não move
Nosso Povo é mesmo um orgulho
É feliz com sol ou então se chove.


Ao lavar dos cestos tudo é vindima
Até ao Natal bico de pardal
Tanto saber e tanta rima
Dos Santos ao Natal, Inverno Natural.


Deus escreve direito, por linhas tortas
E dinheiro não traz muita fellicidade
E o Homem fica a pensar horas mortas
Dinheiro e Santidade, metade, metade.


Assim pró Povo gordura é formusura
Povo rude, mas grande de coração
Água dura tanto bate até que fura
Povo que não deixa acabar a tradição.


rosafogo
natalia nuno
6/2007
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domingo, 22 de maio de 2011

NAMORO Á JANELA



Na janela hoje pousou
Pássaro velho e cansado
Da viagem o que restou?
Seu aspecto desgrenhado.

Na janela hoje pousou
Belas foram suas penas
Só o canto não mudou!
Asas cansadas apenas.

Na janela hoje pousou
Sonho pesado de vento
O tempo não perdoou!
No peito o sofrimento.

Da janela ainda resta
O vazio dos juramentos
Entra dor por uma fresta
No coração os lamentos.

Na janela do namoro
O carinho fecundou
Havia riso e o choro!
Ele contente a beijou.

Da janela  ele partiu
Não ficou ele nem ela...
Amor assim ninguém viu
Hoje ele...não sabe dela!

Na janela a manhã nasceu
Mas a solidão lá está...
Só ela não esqueceu!
Da janela ao Deus dará.

Noite escura, é mais escura
Vai chorando aquele adeus
O amor morreu sem cura!
Morreram estrelas nos céus.

A janela fechada ainda
Nela rezei minha prece
Saudade imensa, infinda!
Da janela que não esquece

rosafogo
natalia nuno
6/2006

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MEDITAÇÃO



Cada vez que sondo a alma
Há lá momentos de felicidade
E em momentos de calma
Interrogo do que tenho saudade?


Do brilho, e vigor da juventude
Da esfuziante alegria, candura
Hoje meu corpo não se ilude
Mas tem no peito ainda ternura.


Para quê acordar a memória?
Se até a lembrança me angústia?
Deixo-me a sonhar na história
O que vejo em mim tudo é magia.


Mas DEUS é corrente de ar puro
Que entra dentro em meu coração
Me enche de luz o que era escuro
Fico presa na alquimia da emoção


rosafogo
natalia nuno
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12 /1999

sábado, 21 de maio de 2011

MADRIGAL



É bom viver... vivo pensando!
Só no Céu se pode estar melhor
Ando nas nuvens suspirando
Canto madrigais ao AMOR.


Faço-o numa paz completa...
Falo de folhas rubras douradas
Sonhos que a poesia me desperta
E vivo de palavras encantadas.


Minha história, é história de fadas
No sonho um príncipe a espreitar
Sonho de encanto e ilusões aladas
Tudo é simples deixo-me deslumbrar.


Sonhos dum tempo sem  fim
Onde tudo é de mentira e verdade
O riso do Sol abre-se para mim!
Neste sonho lírico habita saudade.


rosafogo
natalia nuno
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SOTÃO da LEMBRANÇA



Arrumei no sotão a lembrança
Numa harmonia tão perfeita
Tudo sobre a minha infância
E a vida... já eu mulher feita.


Momentos fortes de saudade
De tudo que na vida contou
Tudo nesta lembrança cabe
O vento varreu, o sol iluminou.


Nela se encontra o passado
Arrecadei numa madrugada
Como um conto tão amado
Como uma história de fada.


Arrecadei o solo onde nasci
Tudo arrecadado na memória
Também o sonho que perdi
E fazia parte da minha história.


O espaço que ocupa é pouco
E é como meu alimento morno
Meu sentir, meu viver louco
Estrada curva sem retorno.


Me sinto a dormir ao relento
Em minha memória um apagão
No meu coração o tormento
Meu dia um verso de desilusão.


Arrecadei  também a saudade
Só resta do Poeta meu olhar
A chaga no coração fala verdade
E agora veio a saudade pra morar.

 
rosafogo
natalia nuno
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sexta-feira, 20 de maio de 2011

VERSO INACABADO



É num rectangulo de terra
Que meu verso vai acabar
Aqui a Vida é uma guerra
E eu não quero mais lutar.


Vai ficar verso inacabado
Bem juntinho à sepultura
Que vos seja segredado
A quem o deixo com ternura.


Sou sim, poeta da tristeza
Mas é esta a minha vontade
Quero saibam com clareza
Que morri foi de saudade.


rosafogo
natalia nuno
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quadras de 2008

O AMOR ACONTECE



O AMOR nos embriaga
É uma benção de DEUS
É como o sol, nos afaga!
Desejos teus, que são meus.


As lágrimas do coração
São pérolas solidificadas
Por não ouvirmos a razão
Andam ideias deslumbradas.


Mudam tempos e vontades
Mas é sempre igual o AMOR
Sempre é feito de saudades
De encruzilhadas e dor!


O mais comum dos mortais
Sempre alguma vez amou!
AMOR de suspiros e ais
Foi bom enquanto durou.


Bate o coração no peito
Louco o AMOR acontece
E se não nos corre a jeito
De AMOR se enlouquece.


rosafogo
natalia nuno
quadras 12/2005


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A FELICIDADE



Carreiros, também atalhos
São eles pontos de partida
Não te metas em trabalhos
Se não queres a vida sofrida.


Oportunidades oferece o mundo
Será que não te vais perder?
Escuta a tua alma lá do fundo
E a vida te vai agradecer.


Desapontamentos temos que passar
Mas sê forte Deus está contigo
Deixa-te os sonhos alcançar
Porque Deus é teu grande amigo.


Teus desejos, tuas necessidades
Sem fronteiras nem limite
Viverás com Amor e Amizades
Desde que Deus nelas habite!


Ás vezes a solidão nos esmaga
Precisamos dum bom amigo
Unidos a solidão será vaga
Nesses momentos conta comigo.


Ao meu neto com muito carinho
quadras de 2001


rosafogo
natalia nuno
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quinta-feira, 19 de maio de 2011

GEMIDOS



Lanço uma pedrinha à agua
Deixo-me a olhar o lago
Reflecte a minha mágoa
Da saudade que em mim trago


Lago onde o sol espelha
De azul passa a dourado
Também sou uma centelha
Do fogo que fui no passado.


Já o sol desaparece
Deixa promessas de voltar
O tempo velho nos esquece
Logo que o sol se apagar.


Trago comigo o queixume
E o rosto que vejo na àgua?
É também ele um pálido lume
Que retrata a minha mágoa.


O sol apagando-se em pranto
Digo-lhe adeus soluçando
Ai quanto sonho...quanto!
Sonho de amor vou sonhando.


Fevº 2009


natalia nuno
rosafogo
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Saudade II



Como estrelas vagabundas
Andam memórias à solta
Águas negras profundas
Um deserto à minha volta.


Exausta e envelhecida
Em mim a tempestade
Fico jangada perdida
Ao abandono da saudade.


Não reconheço a imagem
Que no espelho se reflecte
Sou já do vento a aragem
Minha memória se repete.


É a saudade o refúgio
Onde me sinto segura
O futuro é subtefurgio
Que nada de bom augura.


O sonho trago escondido
Posto em lugar seguro
Meu coração ofendido
É como um cristal duro


Trago meu peito rasgado
Com medo de perder-te
De ciúmes povoado
Ai quem dera esquecer-te.

Fevº 2009


rosafogo
natalia nuno
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MORTE



Ronda no silêncio da noite
Passeia-se nas proximidades
Tenho medo que ela se afoite
Já que não escolhe idades.


É um mistério insondável
Chega e a qualquer hora
É armadilha, nunca afável
E a vida leva sem demora.


O coração cede sem vontade
A vida fica frágil e inquieta
Só nos resta apenas a saudade
E pensar, que é a nossa meta.


rosafogo
natalia nuno
quadras de 2001

terça-feira, 17 de maio de 2011

DOCE ILUSÃO



Me abandono à vontade
Resta alguma esperança
Bem no fundo é a saudade
Dos tempos de criança.


É como sede que nasce
Um desejo, uma ternura
Agarram-se sonhos, faz-se
Dos pesares uma ventura.


Lembrar é morrer menos
Se o amanhã não viesse!?
Deixo-me a fazer acenos
Talvez a criança regresse.


Barulho na minha cabeça
Já meu rosto não lembro
Tudo faz com que endoideça
Era Agosto ou era Setembro?


Era tarde bem soalheira
Lembro agora com espanto
Tinha os meus à minha beira
Hoje os recordo em pranto.


Recordo até a fotografia
De tão doce realidade
A sorrir minha mãe dizia
Todos juntos que felicidade.


Procuro então encontrar-me
A mim mesmo, ainda agora
Sinto os braços a abraçar-me
Herança deixada dessa hora.


rosafogo
natalia nuno
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quadras de 2000

PAZ e AMOR



O mundo seria uma avenida
Nem larga, nem comprida
Onde houvesse paz e amor
Onde houvesse luz e calor.


Sem grades nem muros
Onde reinasse a alegria
Todos estivessem seguros
Onde reinasse a harmonia


Onde todos fossem iguais
Batessem os corações certinhos
O Sol brilhasse como cristais
Houvesse flores p'los caminhos.


Ouvir a brisa farfalhando
Haver amor por todo o lado
Os lábios uma canção cantando
Agradecendo a DEUS amado.


rosafogo
natalia nuno
quadras de 7/ 2001


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RESTOS DE LUCIDEZ



Chamaste-me sonhadora
Sonhos já desvanecidos
Fazem de mim sofredora
Enleiam-se aos meus sentidos.

A Vida deixa sempre um rasto
E o vento o agita sem abrandar
Já dos sonhos eu me afasto
Mas a esperança há-de voltar.

Ao rio que corre nas veias
Grande força vou buscar
Não deixo morrer as ideias
Mas na saudade vou ficar.

Não me obriguem a calar
Rugas trago no rosto sulcadas
Se os versos me fazem chorar
Solto as lágrimas aprisionadas.

Palavras espinhos de rosas
Trago na minha boca dolente
Nem sempre são dolorosas
São de quem amou inteiramente.

Já se me dobram as pernas
Trago memória em esquecimento
Mas as lembranças são eternas
Tal como as estrelas no firmamento.

rosafogo
natalia nuno
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quadras 9/2000

ALQUIMIA



Saúdo o novo dia
Estranha cumplicidade
Manhã clara, nostalgia
Lembra amores, mocidade.

Do orvalho bebo as gotas
Este dia está cheio de luz
Esqueço da vida derrotas
A alquimia me conduz.

Pés descalços de criança
Desabrida rosto ao vento
Sonhando com a esperança
Beijo roubado no pensamento.

O Sol deambulando no céu
Vagaroso, faz-me companhia
Em únissono neste verso meu
Saudamos já ao próximo dia.

Esta minha inspiração de Poeta
É imagem da minha felicidade
Às vezes me sinto um profeta
Apontando a dedo a felicidade.

Felicidade que os olhos procuram
São espelho da vida que passou!
Olhos que os aros emolduram
De verde que o tempo não roubou.

natalia nuno
rosafogo
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2001/Janeiro

segunda-feira, 16 de maio de 2011

ABRIGO



Noite longa, lá vai o luar
Também meu caminho sigo
Ainda há razões pra caminhar
Procuro uma luz, um abrigo.


Sou tenaz! Não me detenho
Ponho-me à prova, tanto faz
Só tenho a força que tenho
De conseguir sou capaz!...


Foi ontem ao entardecer
Fiz com a vida compromisso
De ser feliz, de viver!
Coloquei esperança nisso.


Viver é escalar montanha
É um salt para o vazio
Logo a Morte nos apanha
Na noite a hora tardia.


Os sonhos, são fantasia!
É sem bussola navegar
Mas surge um oásis um dia
É tempo de recomeçar.


Assim no mar desta Vida
Ficamos de braços cruzados
Se a Vida está quase vivida
Estão os mistérios desvendados.


rosafogo
natalia nuno
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1999/Junho

A VIDA È...



Já tudo se desmorona
Vou travando uma batalha
A vida é luta que apaixona
Mas nem sempre se ganha.


Tristeza nos dias que passam
Escrevo eu coisas imperfeitas
Já os anos me ameaçam
Trago as ideias desfeitas.


Nem sempre são devaneios
Os ecos que o vento move
Calo minha voz e os anseios
Já na minha alma chove.


Tem auréola de mistério
Esta estrada onde caminho
Já nada me leva a sério
Teço palavras, são espinho.


rosafogo
natalia nuno
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1999/ abril

domingo, 15 de maio de 2011

QUATRO LETRAS



AMOR é fogo que lavra
Incendeia o corpo e a alma
Quatro letras, uma palavra
Nem DEUS dele nos salva.


Arde no peito a qualquer hora
Assalta, repentino e exaltado
Que nos apraz e nos devora
Delicioso gozo, o desgraçado.


É uma prisão que nos liberta
É uma cegueira onde há luz
É uma seta que sempre acerta
E é ouro, ou é uma cruz!


É uma quimera desmedida
Um fogo posto a arder
Faz-nos levitar e ver da vida
O só que olhos querem ver.


Nasce e renasce como fogo
Não tem tempo, nem idade
AMOR que também é um jogo
Como nos deixa...SAUDADE!


rosafogo
natalia nuno
2008/Maio

AMAR E SER AMADO



Nasceu poema, estava adormecido
Nasceu que o Poeta nunca morre!
Nasce é arco-íris colorido que corre
Num céu que o olha embevecido.

Nasce e vai viver de saudade
Tráz consigo um cheiro perfumado
É Portugûes, gosta de fado!
Este Poema feito Humanidade.

Filho do Poeta, nasceu poema
Cheio de sol, marés e solidão
De sonhos que são a sua razão
De amar e ser amado o seu tema.

E vai viver assim a vida inteira
Bebendo  a liberdade que quiser
E pode vir lá quem vier!
Que ele dirá sempre o que queira.

Porque é grande a sede sua
Adormecido nasceu tarde
De dia, será fogo que arde
De noite terá a ternura da Lua.

rosafogo
natalia nuno

MEUS OLHOS



Meus olhos são dois vitrais
Adornados de verde cor
São as estrelas suas rivais
Querendo roubar teu amor.

Quero falar-te do meu gostar
Saem palavras em turbilhão
Evoco as estrelas e o luar
Para te falar ao coração.

Quando minha voz se calar
O Céu sem estrelas nublado
Nublado ficará meu olhar
E já meu coração terá parado.

Não haverá mais verde no olhar
E a flor, em mim até então viçosa
Morrerá antes do Céu clarear
E,  por  ti morrerei saudosa.

Murcharão flores na sepultura
Ficam, poemas falando de amor
A viver como delírio que perdura
Cantarei minha mágoa, minha dor.

rosafogo
natalia nuno

sábado, 14 de maio de 2011

QUADRAS DE RESTOS



Tenho algumas eternidades
Só o espelho me diz a verdade
Tenho em mim algumas saudades
Da verdade que me dá saudade.

Desde sempre me conheço
Mas falar-me não me falo!
Se comigo à fala começo?
De tristeza jamais me calo.

Tenho ainda o mesmo olhar?!
O mesmo? Será ele ainda?
Lágrima que vê vida passar
Neste faz de conta, não finda.

E estes passos que se negam?!
- Carregam o peso e sentem!
- Dos anos que já me pegam
Ir mais longe, não consentem.

Trago tudo do avesso, será?
Então o direito enviesou?!
Tal minha cabeça não está!?
Sou o resto, isso é que sou!

Mas é muita coisa o resto?
-Resto de mim e só saudade
Mas ainda uma lágrima empresto
- Por um resto de felicidade.


rosafogo
natalianuno

Quadras amarelecidas andei procurando alguma
poesia para supostamente postar e encontrei estas
quadras quase relíquia.

QUADRAS Á DERIVA



QUADRAS À DERIVA

Do meu rosto fugiu a côr
Dos olhos fugindo a Vida
Secam as plantas ao calor
Na mão dos anos eu perdida.

Rasga-se o corpo alma parte
Não voltará nada que tinha!
Fiquei sómente com esta arte
Que ninguém tira, que é minha!

Mas se tudo um dia mudar?!
- E a minha sorte não...!
Cantigas ainda hei-de cantar
- Com a alma e o coração.

Rompi com todos os laços
- Só quiz sair da prisão!
Sinto no peito os compassos
Aqui ninguém me deita a mão!

A mão dos anos tudo altera
À gente que por eles passa
- A mim levaram a Primavera!
- Mas não aceito a desgraça.

- À Vida não peço socorro!
- Rasgo mordaças e sigo...
- Se perder meu sonho morro!
Mas perdoar-lhe não consigo.

Trago o desespero no coração
Dos golpes que a Vida me deu!
Trago o amargo da solidão!
Poesia?Única que sobreviveu.


.

rosafogo
natalia nuno



QUADRAS SOLTAS




Lá longe deixei o sorriso
Há muito não está presente
Mas às vezes dele preciso!
P'ra me sentir ainda gente.


Já o choro se adiantou
Nada haverá que o afaste?
O contentamento, descontente
E a amargura!?Tanta que baste!


Fosse a alegria então mel
Quem sabe não adocásse!?
A vida que só tem fel
E com a tristeza acabasse.


Se recordar é viver?!
Eu vivo a recordar...
Como hei-de eu esquecer?
Se passo a Vida a lembrar?


Suspiros e ais me consomem
Já nem sei bem o que fazer
Nem só de pão vive o Homem!?
Também o AMOR o faz viver.


rosafogo
natalia nuno
 

AMOR É!



O amor é movediço
É praga , é uma rasteira
Mas quem se importa com isso?
Cai-se, quer queira ou não queira.

É angústia nos nossos dias
É sabor a lágrimas salgadas
Aromas de saudosas nostalgias
Que morrem no peito cansadas.

Amor é como fogo maldito!
Fogueira que queima e arde
É um sofrer tão esquisito...
Que nos consome de saudade.

Amor é dor que  conforta
Que se quer sempre por perto
Sofrer de amor quem se importa?
Se a Vida sem Amor é deserto?.

Roubam-se  estrelas à noite
Faz-se delas nosso travesseiro
Há sonho onde o amor pernoite
Que é luz no nosso candeeiro.

Perdi o riso, o amor foi fugaz
Fiquei frágil como porcelana
Longas as horas já tanto me faz
Ficaram mágoas e amor sem chama.

rosafogo
natalia nuno
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quarta-feira, 11 de maio de 2011

A OUTRA



Viajo pelo passado
Só a solidão me quer
Já nem o espelho é amado
Já namora outra qualquer.


Deixo-me andar assim então
Triste...e sem querer saber!
Pobre deste meu coração
Que não pára de bater.


As minhas mágoas esqueço?
Como se a má sorte me persegue?
E se de mágoas feneço
É porque a tristeza me segue.


Voltei ao lugar encantado
Onde dantes te namorava
Viajei longe, até ao passado
Sonhando que te encontrava.


Ah...mas vou tentar esquecer-te
Mulher que de mim desististe
 Se voltar ao espelho a ver-te?
Faz de conta que não me viste.


Mas se meu par tanto insiste
Vou comprar um outro espelho
Se ele não me quer ver triste
Vou seguir o seu conselho.


rosafogo
natalia nuno

terça-feira, 10 de maio de 2011

SAUDADES DE QUÊ?



Mas que saudades eu tenho
Mas de quê Senhor Meu Deus?


- Da terra de onde venho
Faz tempo lhe disse adeus.


Saudades eu trago sentidas
Saudade até das pedras do rio
Ficámos eu e elas perdidas
Lavei  nelas a roupa e o frio.


Trago saudades da velha ponte
Da água clara correndo no açude
Sol pousado no cimo do horizonte
Guardei no coração quanto pude.


Solto suspiros de saudade
Do que amo e não tem volta!
Vai no meu coração ansiedade
Deixo meus devaneios à solta.


És minha terra quem me inspira
Nos meus sonhos ainda habitas
Em ti fui princesa embora me fira
A lembrança de algumas desditas.


Trago  meus sonhos despidos
Faço trovas renovo a esperança
Faço dos meus versos sentidos!?
- Meus delírios de criança...


natalia nuno
rosafogo


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segunda-feira, 9 de maio de 2011

QUADRAS SOLTAS XVI



Parei na berma da estrada
A vida de promessas vazia
Uma mão de sonhos pejada
Acordei já a aurora surgia.


Olhei a frescura das giestas
E as papoilas desgrenhadas
Me fizeram no rosto festas
Nos braços nas mãos mirradas.


Vento, desabrido, imprudente
Que só as giestas aturam
Sonhos que eu acalente?
Nada de bom já auguram.


Meu passo torpe, cansado
Já querendo ficar para trás
Este meu corpo corcovado
A saudade, não deixa em paz.


Parei na berma da estrada
Neste caminho da Vida
Venho de longe alquebrada
Trago a tristeza engolida.


No poente o sol é de ouro
E é tão grande a imensidade
No coração trago o tesouro
Da  terra trago saudade.


Enquanto  despenhava o dia
Esperei a noite acontecer
E nas horas mortas sentia
Querer-me da Vida esconder.


Mas o vento virou de Norte
Gritos de raiva, era já dia
Então escondi-me da Morte
Que o vento Norte trazia.


A noite é quem tudo sabe
Me levanto vou-me embora
Que na noite tudo cabe!
Não quero chegada a hora.


rosafogo
natalia nuno

segunda-feira, 2 de maio de 2011

NEGRUME NO CÉU



Passa um bando no céu
Levam o tempo apressado
Vestem de negro como eu
Têm seu destino talhado.


Desenham negrume no céu
Vestem  luto as andorinhas
O sol se pôs, a lua ergueu!
Lá levam saudades minhas.


Lá vão elas de abalada
Eu numa abstracta apatia
Quem nunca sofreu calada?
As lembranças d'algum dia?


Lá estão elas de partida
Quem sabe para onde irão?
Há muito perdi a Vida!
Quem me trará consolação?


Pretas são as suas penas
Lá vão, outras virão...
Nossas Vidas tão pequenas
Queira Deus não sejam em vão.


O que há-de ser, há-de ser!
Já minha mãe  então me dizia
Que um dia se há-de morrer
Mas nunca antes desse dia.


Andorinhas deixam saudade
Quem sabe voltarei a vê-las
Já vou tão longe na idade
Como longe de mim as estrelas.


natalia nuno
rosafogo
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