domingo, 11 de dezembro de 2016

meu mar...trovas soltas



rebenta a maré na praia
como a vida em ascenção
talvez a esperança não caia
numa infinda escuridão...

bate a água no rochedo
no olhar a interrogação
abandona-me a fé, e o medo
faz tremer-me o coração...

todo o mar da nossa vida
num esforço inconsciente
quer-nos a vida compassiva
até que a morte nos enfrente

submerjo na agitação do mar
na maré que à alma assoma
sem meu queixume revelar
vem a morte...logo me toma!

já o meu olhar me foge
o dia estonteia-me a mente
a endoidar-me o dia d'hoje
vem dor maior de repente...

meu mar morto m' atordoa
nas vagas horas de solidão
o murmúrio que d'mim soa
é de choro ou de aflição...

então morrer por morrer
sejas tu mar que me levas
pra não ter que envelhecer
e ver meu rosto nas trevas

natalia nuno
rosafogo