As palavras não usei
Ou as usei com nudez
Quando delas precisei
Para te dizer... talvez!
Velha herança d' algum dia
O amor que está a morrer
É ouro...prata...melancolia
Pão de trigo a endurecer.
Aos meus lábios o sabor
Do beijo que sei ser o teu
Como água da fonte, rumor
Fruto que ao sol amadureceu!
O que era redunda em nada
Sonhos são chama ao vento
Mas trazem me bem enganada
Sobre as ilusões me sento.
É tempo de alargar o passo
Quero chegar p'los meus pés
Da Vida falta um pedaço
Meu sonho é como as marés
Era pedra o que eu amava
Coração de tanta dureza
Houve lágrima derramada
Não haverá mais com certeza.
Quem dera ser talentosa
Ou quem sabe talvez rainha
A vida não foi tão generosa
Fui em tempos princezinha.
Fico a meditar meu DEUS
Nessa cruz tão pesada
Andar o pão a mendigar
na terra por ti abençoada.
No peito soluça o coração
Já trago os pés a sangrar
Sofrem os que não tem pão
Sofro por não ter que lhes dar.
Vim aqui prá reinação
Tal qual toda a gente
Cheguei cheia de ilusão
E vou-me embora contente.
Assim a marcha não pára
Então alguém que me siga
Que alegria é coisa rara!
Venha já outra cantiga.
Então vamos para a frente
Vamos, vamos caminhar
Tudo marcha minha gente
Deixem a alegria passar.
Eu cá nasci graciosa
Mulher de muita fé!
Agora não sou formosa
Cada um é como é!
estas quadras são quase mais velhas do que eu...são simples quadras soltas, nem faço ideia se por aqui já estarão, mas hoje ao reler velhos escritos, julgo tê-las em qualquer outro sítio menos aqui.
rosafogo
natalia nuno