se um barco me levasse
cruzava mãos no regaço
e se o mar me embalasse
adormecia no teu abraço
trago olhos naufragados
de tantas lágrimas verter
no meu rosto traçados
os sinais deste sofrer
amanhã quando morrer
vais dizer: pobre coitada!
levou a vida a escrever
vai só e ...não leva nada
se uma estrela se apagar
os sinos tocarem dobres
se a morte me embargar
versos deixo mais pobres
e o drama de não saber
e de nem sequer supôr
amarras me irão prender
se te deixo por cá amor.
já ouço mochos calados
sussurra o vento. mistério
soam ecos ensombrados
é a morte...não há remédio
natalia nuno
rosafogo