quinta-feira, 28 de novembro de 2013

soltas...várias

 
 
neste espaço há quietude
e brilhante inspiração
onde descanso amiúde
para refrescar meu coração
 
venho bem devagarinho
sem pedir permissão
deixo um pouco de carinho
regresso sem solidão...
 
rima o vento espalha no ar
surge original como a vida
rima-se à chegada do luar
ou perante a lua emudecida
 
agora que o sol baixou
é bom entrar na poesia
já o dia me abandonou
sem ver quem eu queria.
 
e se outra vez me perdi
na excelcitude do espaço
porque poema sublime li
não foi em vão meu passo
 
mudo fechadura à saudade
a chave no peito guardei
para se me der vontade
ter saudade de quem amei
 
natalia nuno
rosafogo
2003/08


segunda-feira, 25 de novembro de 2013

soltas...tempos difíceis




de sentido muito tosco
mentiras até mais não
se vierem vou convosco
pra lhes dar um empurrão

Utilidade em ser isco...
não me parece, pois não!
mas a dizer eu me arrisco
há para aí muito aldrabão

esses senhores magnates
na vida bem instalados..
não saem nem que os mates
ou tenham os ditos apertados

nem que a própria vaca tussa
que devolvam o que é nosso!
estes doutores da mula russa
são, eu quero mando e posso

com certeza sempre em frente
que a vida não é para parar
se o governo é incompetente
temos mais é que o derrubar

s' querer chegar ao hospício
trago aqui mil e uma ideias
que tal fazermos um comício
para vasculhar as teias...

de o fazer pró pão ganhar
foi pró buraco da fechadura
agora fome temos de passar
assim o governo nos tortura

teriamos sempre saúde
se nascidos noutro país...
mas é tal a vicissitude
aqui já ninguém é feliz

sobre a conta que começa
a dar-me dores de cabeça
e não há nada que impeça
este país é uma tristeza!...

nos deu razões p'ra lutar
palavras de amor e sorte
suspiros de amor no ar
e nosso querer mui forte

os ricos enchem a pança
deixam-nos todos sem norte
se este povo não avança
ficamos entregues à sorte

chora o homem e a mulher
com espinha na garganta
de tanta injustiça ver...
os diabos a pintar a manta

onde nem percebo nada
e entrei só por entrar...
trago a alma incendiada
por me quererem roubar

revolta que lhe empresta
que ainda o leva a acreditar
é por isso que se manifesta
da liberdade não vai abdicar

das razões d'outro existir
outro melhor nos governe
está na hora deste, partir
antes que nos subalterne.

natalia nuno
quadras em resposta às quadras encadeadas do site Horizontes da Poesia, nestas quadras o 1º verso de cada uma não é meu.


domingo, 24 de novembro de 2013

trovas soltas...de amor




depois do amor a saudade
é vasta a solidão do mundo
no coração sobra a verdade
é a vida um poço sem fundo.

para amar-te eu esqueço
esqueço-me até de mim
fico louca nem me conheço
peito aberto, amor sem fim.

sem medo faço a viagem
que já tem data marcada
sou romeira em romagem
trago a vida de mão dada
 
quando a voz tiver calado
e no rosto o sorriso errar
o céu ficará triste, nublado
e nublado ficará o olhar.
 
para viver sem queixume
escrevo trova sem pranto
ao amor ateio o lume...
amar, amar é viver santo

 tantas lágrimas choradas
filho trazemos no ventre
nós mulheres abençoadas
no ventre doce a semente...
 
escrevo sobre a saudade
sobre esta luz tão intensa
no amor ando suspensa
suspensa da realidade...

natalia nuno
rosafogo

12/09/2008
 

quadras soltas (Luso)



não me posso recusar
nasce de forma perfeita
vinda da terra ou do mar
poesia em mim se deita.

poesia de transparência
fluída, alegre e vária
límpida é sua essência
surge às vezes solitária.

tão perto e tão distante
ando na vida à mercê...
só eu vejo num instante
o belo que ninguém  vê.

doce e quente teu olhar
como gostava de possuir
conseguir sempre rimar
só para ver-te sorrir...

rimas trago no pensamento
rimas trago no coração
rimas faço cada momento
as rimas me dão a mão...

são pobres rimas coitadas
como elas eu pobre sou...
mas, não somos mal amadas
como por aqui se provou.

natalia nuno
rosafogo

quadras feitas a ( comentários a outras rimas minhas por amigos) no Luso.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

momento


 
 
 
MOMENTO
 
O dia se fez saudade...
Saudosamente lá partiu
Levou com ele a claridade
Que no meu olhar existiu.
 
O dia se fez saudade
Morreu com ele o sol-pôr
A mim me veio a verdade
Não sei viver sem amor.
 
Ponte Lima, 20/07/2012
 
 

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

soltas...antigas



conto histórias inventadas
sobre amores pertfeitos
já de sonhos desmaiadas
feitas de versos imperfeitos

meu sonhar é em vão
a cada verso, cada linha
neles ponho o coração
e assim a vida caminha
 
tantos nomes me chamas
 nomes por ti inventados 
se tanto assim... me amas
serão meus dias dourados
 
podes não gostar de mim
desiludires meu coração
ponto final évai ser o fim...
e longa vai ser a solidão.
 
já não sei com que contar
algo deve ser mudado
estou a pontos de chorar
p'lo amor desencontrado

mas se o amor surtir efeito
meu corpo será a estrada
onde caminharás perfeito
nem me darei por achada

natalia nuno
rosafogo
18/10/2006 (aldeia)

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

trovas à toa


fica a vida sem calor
toca a flauta toca o vento
nos salgueiros o rumor
a vida é breve momento.

entre as searas crescida
vive a papoila encarnada
com teus beijos seduzida
em teus braços apertada

nas asas do amor pousei
renascida e enamorada
vivi a esperar-te e sonhei
tua mão em mim pousada.

se digo que te odeio...
é mentira, eu que minto
é certo que tenho receio
que não sintas o que sinto.

natalia nuno
rosafogo
12/2009

domingo, 17 de novembro de 2013

soltas... sedução


lembranças são o que são
pedaços perdidos à toa
trazem com elas emoção
e sempre alguma magoa

quando chego pra te ver
vejo um pedaço de céu
sinto-me a entontecer
com o brilho do olhar teu

calo o amor no peito
és cantico és sedução
trago-te no olhar a jeito
teu coração é meu chão

de tanto querer-te  amar
palavras de amor e sorte
suspiros de amor no ar...
e nosso sentir mui forte

prazer de bem te amar
é do tamanho do mundo
como é que posso calar
este amor que é profundo.

vem, deixa-me te beijar
ao canto... da lua nova
deixa o sonho arrulhar
fruír amor nesta trova.
 
natalia nuno
rosafogo
 
aldeia...19/09/2007

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

soltas...delírios




nascem já no campo lírios
e as brancas margaridas
minhas ideias são delírios
minhas súplicas atrevidas

meu coração d'alvorada
gira, gira até ao poente
quando por ti sou amada
dia e noite, docemente.
 
sou morena como a lua
meu riso é riso livre...
a boca tem fome da tua
e o coração por ti vive
 
percorro longo caminho
sem ter pressa de chegar
fim da estrada é pertinho
sigo... mas vou devagar

já meu peito me dizia
que o amor era passagem
que faz de nós zombaria
e nos emsombra a viagem

natalia nuno
rosafogo

10/09/2008
 

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

soltas...loucura minha II

 
ao tempo arranco o coração
pra que deixe viver o meu
será isto só ilusão?
mas a cada um o que é seu!
 
deixo marca do meu passo...
deixo o caminho marcado!
que este tempo já é escasso
tudo e nada tem-me cobrado
 
tempo fatídico há-de chegar
à morte fuga não haverá
fará gota d´agua transbordar
onde fôr a vida me levará...
 
é de fino ouro esta vida...
mas esvai-se feita em pó
quando a pensamos colorida
é poema que que morre só...
 
minha escrita é ladainha
ribeiro de água cristalina
nela deixo a mágoa minha
o tempo é ave de rapina.

o pensamento corre veloz
tem medo do esquecimento
e que este tempo atroz...
o cubra de solidão e tormento.
 
passa-me a vida ao lado
já sinto do tempo o peso
na alma o frio infiltrado
na mão um terço que rezo.
 
natalia nuno
rosafogo

2003/12
 
 

domingo, 10 de novembro de 2013

trovas... d'amor



intimamente a tua voz
é doce faz-me sonhar
então se estamos a sós
é cais pra me amparar

chega a lua devagar
e nem sinal de ti...
à espera para te amar
e dar-te o que prometi.

quando chego para te ver
vejo um pedaço de céu
sinto-me a entontecer
com o brilho do olhar teu

e assim logo te beijo
me deixas apaixonada
mais ainda te desejo
sinto a noite enluarada

p'lo amor vou procurando
está difícil de encontrar
anda o peito suspirando
sem ter amor para amar

a lágrima rolou e caíu
é gota de chuva que cai
quando o sol me sorrio
evaporou-se o meu ai.

natalia nuno
rosafogo

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

soltas -.-de amor



se te recuso, te quero
se te odeio, te amo
sem ti ao lado desespero
o dia todo por ti chamo
 
 esta sede de te amar
resguardada no meu peito
docemente vou cuidar
deste amor ao meu jeito
 
tua boca me entontece
tua língua é lentidão
então tudo acontece
tanto amor até mais não.

passa veloz e apressado
bando de aves por aí
no coração trago cuidado
um grande amor por ti.

vou lembrar com afeição
este amor pra toda a vida
que será sempre a razão
duma lembrança querida
 
natalia nuno
rosafogo
 
04/2006 aldeia

terça-feira, 5 de novembro de 2013

soltas...saudade trago


o amor sempre persiste
quer ter oportunidade
se é verdadeiro, se existe
acaba, deixa saudade...
  
nascem flores à beira rio
nas margens do coração
se andas de amor vazio
outros amores logo virão.

é outono dentro de mim
e o fio com que teço dias?!
é de melancolia sem fim
- sei lá escrever alegrias! 
 
parti ontem com saudade
chego hoje, saudade trago
sem teu amor de verdade
a vida tem sabor amargo
 
já não há gesto inventado
os braços já não embalam
de tantas alegrias ter dado
tristezas neles se instalam

natalia nuno
rosafogo

 

domingo, 3 de novembro de 2013

soltas...incompletas



tanto amor tanta ternura
saudade de sermos desejo
se o amor não é loucura...
de ficar louca eu prevejo

não há amor sem defeito
tudo na vida tem seu quê
desconheço amor perfeito
mas chega e ninguém prevê

se o amor nasce frustrado
pára o coração de bater
se é fogo rubro exaltado
é labareda viva a arder

quero sentir os abraços
beijos ardendo na pele
esquecer-me dos cansaços
sermos assim doce mel...

na m' alma sempre triste
paira sempre uma neblina
teu olhar sempre insiste
que me sinta inda menina.

natalia nuno
rosafogo



 
 


sexta-feira, 1 de novembro de 2013

trovas banais



deslizante a lágrima cai
nesta triste madrugada
meu coração sem um ai
uma ferida costurava
 
dos meus lábios tanta vez
ouviste a palavra amar-te
já não te lembras talvez?!
aqui venho a lembrar-te

quem vive um doce amor
acha sempre curta a vida
ama de manhã ao sol-pôr
ama sem peso nem medida

na madrugada te amei
logo ao meio dia sofri
só à noitinha te deixei...
e dei conta que te perdi

vou p'las ruas à deriva
ando por becos e vielas
sem saber da minha vida
vou amando com cautelas
 
natalia nuno
rosafogo