quinta-feira, 21 de junho de 2012

QUADRAS SENTIDAS









Portugal é pequenino
É como altar eu bem sei!
E o fado é seu destino
E eu também já o cantei.

Encanto e muita história
Mas nada mais que lhe reste
Triste é sua trajectória
Não tem governo que preste.

Mas tem noites enluaradas
Belas paisagens, belo mar!
Pobres gentes bem apertadas
Futuro de cinto pra apertar.

Falar-te de Saramago
Também nasceu no meu chão
Levou com ele o travo amargo
Que sentiu da incompreenssão.

Os outros nasceram tortos
Sou eu tua amiga quem o diz
Falam deles depois de mortos
É assim neste pobre País...

E eu sou do verso inquilina
Meu canto visto de verdura
Sou do Povo, menina traquina!
Tenho por ele muita ternura.

natalia nuno
rosafogo
imagem da net

ESCREVO VERSOS










A vida já se me apouca
Traz-me numa ânsia louca
Do anoitecer à aurora...?
É minha alma quem chora.


Não caio a meio da jornada
Quero levá-la até ao fim!
Deus me leva determinada
Pôs esperança ao redor de mim


Escrevo versos como beijos
Com ternura afagos e prazer
Retratam de mim os desejos
Dos sonhos deixar correr...


Versos pretextos para esquecer
Que a vida são só dois dias
Pra quem tanto a receia perder
São como dedos em carícias...


Meus versos faço e desfaço
São a marca do meu pão...
Migalhas que eu tanto amasso
Palavras saídas do coração.


A vida é escada de madeira
Que range ao sabor dos passos
A lembrar tanta canseira...
E os dias que são já escassos.


Pés que andaram descalços.
Tornozelos foram de dança
Carregando sonhos falsos...
O peito barco de lembrança.


Sou barco em viagem
Vivo ancorada no sonho
Levo do Santo a imagem
Desafio o tempo medonho.


natalia nuno
rosafogo
imagem da net.