sexta-feira, 14 de junho de 2013
levo saudade de mim
com medo me interrogo
porque tenho tanto medo?
se a morte passa logo
e não é nenhum segredo
não me foge a lembrança
nem o timbre da m'nha voz
de quando eu era criança
e rezava o «orai por nós»
vou p'la berma da estrada
pareço-me outra qualquer
sigo um pouco intimidada
com a sombra do anoitecer.
não esmoreço nem canso
levo a saudade sem fim
no mundo triste avanço
levo a saudade de mim
levo versos magoados
sonhos eu mesma criei
até mesmo os não sonhados
eu mesmo os acalentei...
já pouco lembro de mim
pois pouco do que fui, sou
mas se hoje sou assim?
foi o tempo que me mudou..
quadras de 03/1990
natalia nuno
rosafogo
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