segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

trovas perdidas...

já contorno a encosta!
meus olhos são vitrais,
meus versos a quem gosta
já não estarei por cá mais.

caem em cascasta ao mar
as palavras entusiasmadas
aquelas que não sei calar
caem em paixão derramadas

esta tarde tão efusiva
tarde de paz não se afunda
é memória de mim viva
onde a saudade já abunda

estrelas da noite minha
olhos, lágrima errante
coitado de quem caminha
no poema, neste instante.

ouvi risos a céu aberto
ao incendiar da aurora
havia pássaros por perto
e rosas, a abrir na hora

ouvi canção entre a bruma
senti que minha voz não era
rumor de coisa alguma
era o sonho à minha espera

de par em par abro janelas
escapam-se aves para o céu
quem me dera ir com elas
coberta, com branco véu.

logo um astro anoiteceu
tinge já ...o anoitecer!
aprendizagem Deus m'deu
humilde, venho agradecer.

natalia nuno
trovas soltas que andavam por aí perdidas.





 

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