quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

meu ruído é o meu canto





benvinda venha esta tarde
e todos que inda me ouvis
de mim só ouvem verdade
feita com palavras senis

meu ruído é o meu canto
meu caminho, minha vida
vezes também desencanto
bandeira branca, despedida

e se algum dia a solidão
me levar ao desalento
qual verdade, qual traição
guarda portas ao pensamento?

que sítio é este sem trégua?
até mesmo o som dos pardais
depois de andar tanta légua
estou pronta! esqueçam os ais

hoje estou dura de ouvido
já por tantos anos passei
de tantos sonhos já ter tido
já nem do meu nome eu sei.

natalia nuno
rimas perdidas, em quadras
antigas



1 comentário:

Roselia Bezerra disse...

Olá, querida amiga Natália!
Que seus ruídos internos rendam belas poesias como a de hoje!
Sonoridade de alma é poesia autêntica.
Tenha dias abençoados!
Beijinhos com carinho fraterno