minhas memórias desafio
moinho que mói o grão
nas águas francas do rio
por lá deixei o coração...
sonhos hospedam-se aí
saudade trago no peito
vim de longe me perdi
ora lágrimas são o efeito
bebo destas lembranças
embalo-as nos m'abraços
sonhos velhos, esperanças
levam no rumo cansaços
olhos atentos na praça
sempre na mente velho rio
cheiro a laranjeira grassa
perfuma m' coração vazio
lá em baixo a velha horta
onde as flores, são reais
é meio dia o sol à porta...
ondulam ao vento juncais
já se consomem os dedos
e estas mãos ao desafio
trazem rugas e segredos
afeitas ao tempo e ao frio
errante anda o meu olhar
morrem-me as mãos nuas
o sorriso q' já não sei dar,
morro eu de saudades tuas
restam memórias saudosas
trago agora o rosto enxuto
nas roseiras já não há rosas
nem os pássaros eu já escuto
é assim este amor sem limite
é chama q' brota e queima
é taça de vinho que permite
matar a saudade que teima
10/95
10/95
natalia nuno
rosaofogo
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