hoje trago AMOR, perfeito
onde o mar azul s'adivinha
igual ao que trago no peito
já que amar é sina minha...
dizem ser m' poesia triste
também sou triste n' minto
se a felicidade existe...
não sei onde, não a sinto!
vi-me triste a pensar
que nem borboleta louca
segui de perto o teu olhar
mais de perto a tua boca
não há sonhos no m'chão
nem muito em q' acreditar
soletras amor, e o coração
perde-se na ambição d'amar
agonizam minhas pulsações
tanta apatia, não minto,
num rumor de solidões
tanta a tristeza a que sinto
sentei-me à soleira da porta
à espera d'ouvir teus passos
fim do poema eu quase morta
morta d' amor em teus braços
meu corpo se deixa enlaçar
esquece a estranha solidão
deixo meus dedos a rabiscar
o que me vai no coração...
natalia nuno
rosafogo
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