sexta-feira, 15 de março de 2013

incerto que receio

 
 
sou navio em alto mar
à procura dum porto abrigo
meu coração lá irá parar
se o tempo não fôr inimigo.
 
trago o tempo arrenegado
tantos anos a me perseguir
e não me ter acostumado
aos anos que hão-de porvir
 
sou a margem indiferente
do rio que me vê correr
trago minha alma doente
passa a vida... sem me ver.
 
estou agora longe de tudo
não sou princípio nem fim
trago o olhar frio e mudo
eu sou o tédio de mim
 
queria a vida por aqui
leve passo de andorinha
mas se ela vai por aí?!
só no passado foi minha
 
trago pérolas rolando
pela face da fonte pura
assim vai o tempo passando
nos olhos é noite escura.
 
natalia nuno
rosafogo
imag.net





2 comentários:

Amara Mourige disse...

Natalia, mais um belíssimo poema!
Tem poesia do (orvalhadas de saudade) no meu blog.

Amiga obrigada por me deixar compartilhar

http://amaramourige.blogspot.com.br/
Beijos
Amara

orvalhos poesia disse...

Eu é que te agradeço o carinho, bom domingo Amara, beijinho.

natalia nuno