domingo, 21 de junho de 2015

a trova...




a trova é sempre um dom
é como que uma oração
como um sonho que é bom
e escreve-se com o coração

escreve-se c'simplicidade 
só assim ficará formosa
escrita parece milagre...
traz até odores a rosa

não precisa  sabedoria
incendiamo-la com fervor
trova-se a vida com  alegria
se no coração brota o amor

trova aviva em alvoroço
como ir e vir dos pardais
fala-se do presente moço
passado q'não volta mais

no seu ritmo volta e meia
lá fica a rima meio torta
nem muito bonita nem feia
logo a Poeta meio morta...

instala-se nela o sonho
insiste-se nela a fantasia
tantas sílabas nela ponho
que a imaginação rodopia

às vezes é cega, q'cegueira
se não as faço é tormento
febre q'arde como fogueira
enlouquece o pensamento

trova que escolho despida
desprovida de preconceito
fiz eu trovas toda  a vida
até na cama onde m' deito

como um jogo que vicia
como brasa q'estremece
faço trovas de noite e dia
faço uma, outra aparece

à trova não digo adeus
digo só... até mais ver
tal qual... os beijos teus
que reclamo e quero ter

natalia nuno
rosafogo






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