quinta-feira, 18 de setembro de 2014

amuleto...trovas



ando cinzenta de fadiga
s' vontade de acrescentar
à minha poesia antiga
forma de a abrilhantar

comigo nunca se sabe
se é pra norte ou oriente
vou arribando como ave
q'conhece o tempo e o sente

trago no baú a passagem
comprei num tempo s' fim
quando ainda tinha coragem
e o fim era tão longe de mim

cheia de sede... engoli
já vai a idade avançada
as mágoas, e do que aprendi
sei pouco ou quase nada...

trago um amuleto ao peito
não interessa o significado
pra me proteger é o jeito
de fugir à tentação do pecado

o sonho trago sustentado
dia a dia hora a hora...
quem traz o sonho gorado
não foi feliz e nem é agora

à procura duma fuga...
me sinto dum modo estranho
apareceu... mais uma ruga
e uma dor sem tamanho..

natalia nuno
rosafogo
6/2207 Stª Justa




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