sábado, 25 de fevereiro de 2017

mãe...trovas soltas





Igual à espiga de milho
que cresce no campo livre
livre quer a mãe o filho
vê-lo a crescer, feliz vive.


Mãe é doce... é rebuçado
que filho não vai esquecer
mãe cuida dele com cuidado
seu menino sempre há-de ser


Os olhos da mãe são belos
naturais como uma fonte
quem me dera ainda vê-los
à minha espera na ponte

choro com alegria secreta
ao relembrar minha mãe
ai se eu fosse poeta...
fazia-lhe versos também


igual à espiga de milho
que o sol ajuda a crescer
também a mãe p'lo filho
amor  eterno há-de ter...

natalia nuno
rosafogo




entardecer...trovas soltas



é doce ...chega contigo
até a brisa do salgueiro
entardecer q' és abrigo
hoje a lua veio primeiro

volto a sentir o pulsar
com ternura serei ave
doce andorinha a voar
serei do amor tua chave

esquivo poema a rimar
o céu é polpa de rubi
andam melros a trinar
nas palavras que eu urdi

tarde obscura de estio
olho agora a quietude
tu o mar ... e eu o rio
correndo pra ti amiúde

no riso do amanhecer
ou no mistério da tarde
em ti me volto a perder
êxtase q'é minha verdade

e logo a luz da aurora...
- as tuas carícias de mel
chegada do amor a hora
se arrepia a nossa pele

natalia nuno
rosafogo







sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

clamor ...trovas soltas



silva o vento pela janela
parece meu nome gritar
passa a vida e eu por ela
e a saudade a contestar

o pássaro chora perdido
como criança sem mãe
e o meu coração partido
chora tal qual ele também

meus olhos tristes caindo
vão morrendo dia a dia
só minha boca sorrindo
com uma estranha ironia

logo os sonhos embrumados
inertes no silêncio da loucura
marioneta de gestos cansados
no peito duendes de ternura.

um dia abre-se uma greta
destas cortinas da janela
e logo a morte como seta
quererá que siga com ela

e na sua ávida avareza
no seu afiado gume...
amarras traz com certeza
segui-la-ei sem azedume.

natalia nuno
rosafogo










chão de beijos...trovas soltas



de onde vem esta tristeza
de  noite ou nas horas claras
da nostalgia é com certeza
saudade q' em mim deixaras.

na concha dos meus ouvidos
falaste-me tão devagarinho
arrepiaram-se meus sentidos
com os arrulhos desse carinho

vencida p'lo espasmo ardente
cercada de sonhos e visões...
logo o rosto de rubor palecente
chão de beijos... aos milhões!

fui rosa tremulando à aragem
enamoradamente em harmonia
sou rosa murcha sou miragem
entre sóis, ora noite, ora dia

espantam as cigarras a solidão
entre vivos ocupando seu lugar
pisa-me o peito, o coração
escuto meu lento desagregar.


natalia nuno
rosafogo

sábado, 18 de fevereiro de 2017

trovas que não calo...soltas



outro dia foge sem q'me apresse
outro virá quer queira ou não
é assim que a vida acontece...
e vai caindo na solidão...

de melancolia sou escrevente
poeta dizem,.. eu não sei não!
coisas trago no labirinto da mente
saudade que lhe chega do coração

se a poesia é meu alimento
segredos que só ao papel falo
o destino não seja mais cruento
que de dores e amores não calo

enfuno as velas do porvir
numa ilusão fugaz de calmaria
o mar encapelado olha-me a rir
eu sei...que amanhã é novo dia

sou mar no riso e na loucura
trago a boca gretada pelo vento
digo palavras d'amor e ternura
faço poemas ao firmamento...

trago a sangrar dentro do peito
numa insondável sede d'amar
um poema triste insatisfeito
de solidão que não sei calar

brotam poemas, dor e ansiedade
mas eu adoro, eu sei que adoro!
sou poeta d'amor e saudade
como voz do sino às vezes choro.

natalia nuno
rosafogo


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

poeta d'alma




tem a alma expressiva
fica dela a recordação
poeta de alma emotiva
de anseio e inquietação

faço m'versos doloridos
os sentimentos espaireço
dolentes ficam os sentidos
em devaneio tudo esqueço

poesia do poeta expressão
som do grito ou do rumor
ímpetos que vêm do coração
elegias, essência do seu amor

que será?sonho, delírio, amor
momento de êxtase ou saudade
quem sabe, talvez seja só dor
o que o Poeta sente de verdade.

natalia nuno

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

incrédula, vi a vida passar...trovas




sigo senhora de mim
sinto descer negra noite
talvez até seja o fim!?
a vida sempre m' afoite

recordando...

um riso fresco, tão doce
era o seu na mocidade
agora quem dera q'fosse
mas é choro de saudade

menina de figura esguia
seu olhar fundo sonhava
fruto ardente q'amadurecia
com o sol que a beijava...

era o viço da primavera
mais linda que a lua cheia
agora ai quem lhe dera
vai sonhando volta e meia.

reflexão......

queixume ou apenas receio
q' nem qualquer um escuta
vai a vida a mais de meio
taciturna vou levando  a luta

que frialdade é envelhecer
resta um frémito de vida
vida,  água do rio a correr
caminho nela reflectida.

natalia nuno