quinta-feira, 28 de julho de 2011

DESVIOS



Levo a vida toda a correr
Levo sonhos e quimeras
As mágoas  fazem sofrer
Quando as julgo severas.


Quando medito me perco
Esqueço até todo o Mundo
E dum murmurar me cerco
Surge do meu eu profundo.


Quando uma luz se apaga
Logo uma outra se acende!
No coração mora uma chaga
Até que novo amor reacende.


O tempo, esse não entendi
Já me causa até saudade
Fui gastando, não o perdi
Vim morrendo é a verdade.


Vou atravessando a ponte
Ora indecisa, ora segura
Vou já perto do horizonte
Deixo o dia, é noite escura.


rosafogo
natalia nuno

terça-feira, 12 de julho de 2011

TEUS OLHOS




Quando me olhas eu sinto
Que me olhas com enlevo!
Ou será que pra mim minto
Este amor quando escrevo?


Se tua emoção fôr sentida
Esquece a dor, e  o pranto!
Olha-me como tua querida
C' teus olhos que amo tanto.


Olhos que saudade me dão
Castanhos doce realidade
Nos meus sempre verão!
Morro por eles de saudade.


Teus olhos são tiranias
Têm espinhos como rosas
Se os olho, páram meus dias
Nas saudades tão dolorosas.


Não é dor, nem é cansaço
Este cuidar de quem amo
Dentro do peito disfarço
Que o que sinto, é por engano.


Trago o rosto sem encanto
O tempo se escapa e gasta
No meu olhar só o pranto
Se a vida de ti me afasta.


Meus lábios querem os teus
Perdidos só de lembrar
Teus olhos fitam os meus
Vêm meus sonhos acordar.


rosafogo
natalia nuno

sábado, 9 de julho de 2011

FOLHAS CAÍDAS



Quanto mais a noite é escura
Mais brilham estrelas no Céu

Nem sempre  amor assim dura
Mas dura o  meu e teu.


Foram  sonhos, o vento levou
São já folhas secas p'lo chão
Lágrimas da fonte que secou
Desfeitos p'la vida em confusão.


É sempre o Amor que nos anima
E o beijo que nos embriaga
O desejo cresce e aproxima
Mas é o olhar que se alaga.


Enfeiticei-me com teu sorriso
E com tuas graciosas maneiras
Mas trago o coração indeciso
Nas brasas das tuas fogueiras.


Sem temor nem hesitação
Entreguei-te minha vida inteira
Com tanto amor tanta paixão!
Fiquei cega de tanta cegueira.


Deixo-me afogar nos teus braços
Vivo desta fugaz ilusão.
Penetro num mar de abraços
Me diluo, em rio de paixão.


De todos os sonhos sonhados
Nem todos a Vida matou!
Rumam em ventos trocados
Calam-se os ventos, lá estou!


E na ânsia de te querer
Já minha força é pequena
Não tenho mais pra te dizer
Só que o amor...valeu a pena!


rosafogo
natalia nuno

domingo, 3 de julho de 2011

SOLTAS XXVIII



Porque nada me esquece
Lembrança é sol que arde
A saudade quando aparece
Deita-se comigo já tarde.


À noite choro tua ausência
Choro o beijo que não dás
Rezo e é forte minha crença
De que ao meu sonho virás.


Pródigo o passado volta
Fala-me da mocidade inteira
Logo minha alma se solta
Corre minha vida ligeira.


Que importa se sonho é
Se me dás beijo também?
Quem vive e sonho não tem
É triste e infeliz até...


De ilusão me enche a alma
Num doce sonhar embebida
Bate o coração mas se acalma
De alguma dor já sentida.


natalia nuno
rosafogo

PORQUE ME CALO



Hoje ao meu canto recolhi
Até pareço envergonhada!
Como rouxinol, ou bem te vi,
Hoje, sinto-me engaiolada.


Sou como gata escondida
Por trás do muro no escuro
Ando de amores perdida
Num vôo que não é seguro.


Cai meu tempo de ilusão
Meus dedos rasgam o frio
A memória esquece a paixão
E com o passado cortou o fio..


Já nada mais vai regressar
Nem o passado à memória
É o presente a ameaçar
Passou o instante de glória.


Os conhecidos partiram...
Onde estão? Em algum lugar!
Onde decerto não me viram
Onde um dia os vou encontrar.


Já vai avançada a tarde
E eu sem rumo nem beira
Perdida me deixo na saudade
Estarei cá até que DEUS queira.


Sou como o eco das águas
Se ouve ao longe murmurando
Na memória insistem as mágoas
Da vida que vou deixando.


rosafogo
natalia nuno
3/06/2011