quarta-feira, 27 de abril de 2011

INQUIETAÇÃO



INQUIETAÇÃO



Já o dia não me rende
Já é difícil o despertar
Já só o sonho me prende
A esta sede da vida amar.



Vai-se a Vida a acabar
Já é curto o meu caminho
Já vou deixar de sonhar
Amortalhada em linho.



Já a vida se desvanece
Já é pequeno o meu dia
Já o Sol pouco me aquece
Só me resta a Poesia!



São restos, tudo o que resta
Castelos de nuvens agitadas
Mas o pensamento ainda em festa
Tem palavras de amor bordejadas.



Trago a vida em sobressalto,
Não pára, não quer parar!
E meu sol já vai tão alto!?
O meu rio a chegar ao mar.



rosafogo
natalia nuno




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segunda-feira, 25 de abril de 2011

AGARRAM-SE OS SONHOS





Papel em branco, verso vazio
Vazio, solitário como o dia
Transpôr limites, um desafio
Esquecer solidão e melancolia.


Gastos os olhos e as palavras
Ousadas ainda saem da boca
Vão morrendo, embora bravas
Em liberdade, saudade louca.


O pensamento, floresta que arde
Quer das cinzas ainda renascer!
Talvez por sorte não seja tarde?
E na riqueza de ideias prevalecer.


Ainda resta alguma esperança
Neste meu Mundo a entardecer
Saudade de quando era criança!
Lembrar é, não me deixar morrer.


natalia nuno
rosafogo


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domingo, 24 de abril de 2011

MEU PAÍS



MEU PAÍS


Meu país de Sol eterno
Onde o céu esbanja azul
Tens manto branco no Inverno
Beija-te o mar de norte a sul!


Há quem diga meu país
Que és pequeno, pobre e triste
Mas é aqui que sou feliz
Onde o mar é azul, o sol existe!


Não sou poeta, pois não!
Mas herdei de ti a solidão
E nas veias pula a razão
De te trazer no coração.


rosafogo
natalia nuno
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quinta-feira, 21 de abril de 2011

CHORAM MEUS OLHOS



São as palavras que escrevo
Um bem que é tão necessário
Quer queira ou não, me atrevo
Escrevê-las em tempo solitário


Escrevo desta maneira, saudosa
Quer seja noite ou talvez de  dia
Ao ver passar os anos, e chorosa
Saudosa ao ver acabar outro dia.


Trago no rosto linhas severas
Ao ver que me fugiu a mocidade
Lembranças me doem... deveras
De tudo que fui resta a saudade.


Choram meus olhos tão caídos!
É já muita a memória que perdi
Voam perdidos os meus sentidos
Já não sei de nada, e nada ouvi!


O coração nesta altura descansa
As lembranças já são coisas raras
Busca às vezes algumas da criança
Que como diamante brilham claras.


rosafogo
natalia nuno

domingo, 17 de abril de 2011

SOLTAS XV



Tudo que escrevo eu sinto
São como lamentos reais
Às vezes para mim minto
Porque me doem de mais!


Há dias em que não escrevo
Para não usar o coração
Tão cansado que nem atrevo
A causar-lhe  desilusão.


O amor é como incenso
Que acende e arde breve
Aroma que odora imenso
A alma de quem escreve.


Na verdade não me conheço
Tão diferente da que fui
Meu caminho eu atravesso
Lembrança que já  dilui.


Já não há nada de verdade
Falo, falo, nem sei quem sou
Sou de mim já só a saudade
Saudade que em mim ficou.




natalia nuno
rosafogo
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SOLTAS XIV



Qualquer noite, qualquer dia
Sinto este amor no peito
Esta profunda melancolia
Sinto-o a morrer desfeito.


Longe  doce viver antigo
Trazia com ele luz divina
O tempo era meu amigo
No meus sonhos de menina.


Já sou dona de cansaços
Fiz de mim um lago triste
Saudade segue-me os passos
A vida comigo insiste.


Reclino-me flor pendida
Já o meu coração calei
Na paixão me deixei perdida
Mas o Amor ainda guardei.


A poesia excede a razão
Tudo que escrevo é loucura
São palavras, apenas ilusão
Que aconchego com ternura.


Conto os dias, conto as horas
Os minutos, os segundos
Chega a saudade a desoras
Com ela sonhos profundos


Vida que me coube em sorte
Eterna como uma encruzilhada
Um atalho e logo a morte
Sou grão de areia arrebatada.


natalia nuno
rosafogo
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quarta-feira, 13 de abril de 2011

SIMPLICIDADES DA VIDA



Arroubos da mocidade
São sonhos, são ilusão
Hoje me dão saudade
Bem a sinto no coração.


Arroubos próprios da idade
Que ainda trago na mente
Idade que me dá saudade
Que o meu coração sente.


Arroubos que não esquecem
Tão presentes até no olhar
São estrelas que não falecem
Amores que quero recordar.


Saudades trago da  era
D'outros tempos felizes!
Saudades de quando eu era
Arco- íris de mil matizes.


Era flor da Primavera
Abriu num fechar de olhos!
Olho para trás  quem dera
Ser essa flor, aos molhos.


Era então moça bem nova
Usava saias... aos folhos
Agora faço uma trova!
Com as lágrimas nos olhos.


Era no campo a papoila
Gritante de cor encarnada
...Voltar a ser a moçoila?
Sei lá eu, já não sei nada!


Com as lágrimas nos olhos
Saudades eu vou sentindo!
Da menina da saia aos folhos
Passava por mim sorrindo.


Calo a vontade sentida
De dizer umas verdades
Já pouco espero da vida
Vivo com estas saudades


«Nem tudo o que luz é ouro»
...Tantas vezes só ilusão!...
Guardado trago o tesouro
 dentro do meu coração.


rosafogo
natalia nuno

terça-feira, 12 de abril de 2011

FOLHA EM BRANCO



Folha em branco sem verso
É noite escura, é  solidão!
Uma dor surda, um aperto
E já não sou eu mais não!


Folha a que tem acesso
Meu sonho aqui suspenso,
Folha em branco sem verso
Me pertence, lhe pertenço!


Folha em branco incompleta
Onde meu olhar é agonia
Onde minha alma de Poeta
Se deixa  morrer mais um dia.


Folha em branco é a razão
Do sonho onde quero morar
É dona duma antiga paixão
Onde estou, sem a encontrar.


Trago minhas mãos vazias
Nesta folha em brando traço
Não trago nos dedos pedrarias
O tesouro é Poesia que abraço.


Folha em branco, linha indefenida
O esboço duma mágoa latente!
Contornos duma vida endurecida
Regresso a mim profundamente.


Nesta folha em branco agora
Escrevi versos de ouro e jade
Não vão recordações embora?!
Me deixe alheada a saudade.


natalia nuno
rosafogo

segunda-feira, 11 de abril de 2011

CHORA GUITARRA




Há uma guitarra que chora
Fado triste que em mim habita
Chora porque amor foste embora
Choro eu na saudade que fica.


Chora guitarra chora também
Com o fado que é minha Vida
Noite adentro onde mais ninguém
Veja que trago a esperança perdida.


Chora guitarra, chora a desgraça
Das mágoas que temos da Vida
Bebamos o fel em larga taça...
A este tempo que me tráz cativa.


Chegou a noite, não te contentas
Choras um fado triste em agonia
Protestos vãos, mas te lamentas
Me abandonas à sorte deste dia.


Nada nem ninguém a nos consolar
Solidão, o choro, agonia a morte
Mas eu juro aqui me tens a derramar
Clamores em Poesia, à nossa sorte.


natalia nuno
rosafogo
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POETA É...


O Poeta é uma águia negra
Que voa alegre no espaço
Às vezes nem o sol o alegra!
Se não sente aquele abraço.


No Poeta... vibra
Um dia a sua face
No outro desequilibra,
Escreve Poesia até que passe!


O  Poeta fica silencioso
Deixa-se triste e calado
Perde a fé, fica receoso
Cala e fica só... desesperado.


O Poeta é uma ave sem ninho
Triste é sua existência, sombria!
Desprende da vida devagarinho
Dorme um sonho na noite fria.


O Poeta é um vagabundo
Que sonha e... ousa dizer!
Que o Mundo está moribundo
De tanta falta de amor padecer.


O Poeta é pobre prisioneiro
Se excede, canta sentimentos
Olha o Mundo sobranceiro!
A sós com os pensamentos.


Poeta é vaidoso na sua loucura?!
Pensa ser outro ser... sem ser!
Seus segredos, a sua ventura
Tudo ele tem... sem nada ter.


Tem apenas a sua memória
E vai levando seu triste fado
Sempre é negra a sua história
Finge, finge-se de dor acabado.


Tem prazer no seu sofrer
E ai de quem dele se ria!
Sente a sua mágoa crescer
E canta a mesma melancolia.


Por isso todo o poeta é
Gentil, e nunca se cança!
Só a loucura apenas ele não vê
No sonhar é apenas criança.


natalia nuno
rosafogo
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domingo, 10 de abril de 2011

QUADRAS AO VENTO



A Poesia alimenta a alma
O Amor....o coração!
Quando um está doente?
O outro cai de aflição!


Tudo se perde na corrida
Que importa destio alheio?
No furacão que é esta Vida
A esperança fica de permeio.


Lamenta-se a Vida inteira
Que viver é um tormento
Mas não há quem não queira
Padecer este sofrimento.


O desespero é sopro frio
Deixa a Vida sem sentido
Forja em nós um vazio
Fica o coração sofrido.


Vive-se nesta guerra acesa
Á espera dum pouco de sorte
Na corda bamba da incerteza
Na esperança de sacudir a Morte.


natalia nuno
rosafogo
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QUAQRAS SOLTAS XIII


Caem folhas é OUTONO
Saudades da PRIMAVERA
Fica o VERÃO ao abandono
Já o INVERNO nos espera.


Quero correr em campo verde
Do tom verde, verde esperança
A esperança que não se perde
De ser livre pássaro ou criança.


O vento espalha a semente
Leva-a longe p'ra bem distante
Quem cala, cale e consente
Eu sou da liberdade amante.


Livre sempre vou querer ser
Deixar-me nas asas do vento
Livre puder correr...correr!
Quero livre...livre o  pensamento.


É este o último choro meu!
Uma dor que o peito sente
Pelo Amor que não esqueceu
E por estar de ti ausente.


Mas se logo estás presente
Esqueço a Vida em pedaços
Esqueço o que o coração sente
Se me acolhes com teus abraços.


natalia nuno
rosafogo
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QUADRAS SOLTAS XII



Já se avista a Lua gulosa
Chega, vem amar o Luar
Só eu estou tão desgostosa
Por não te ver nem falar!


Que triste está hoje o dia!
Tão triste que tem chorado
Ao destino ninguém foje
Tráz-se o destino marcado.


Há dentro de mim um querer
Sinto-me navio sem mastro
Tenho fome de querer saber
Ter luz, tal qual a dum astro.


Minhas mãos, mesmos gestos
Já sem rumo nem destino
Se param...surgem protestos!
Continuam, perco eu o tino.


Minha alma não tem idade
Partirá da vida descontente
Ficará com ela a saudade
Na mão de DEUS docemente.


Anda o Sol tão perdido
Lá no cume da montanha
Assim o dia triste e esvaído
Eu romeira, de viagem tamanha.


natalia nuno
rosafogo
quadras de 2000


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sexta-feira, 8 de abril de 2011

CAMINHO ANDADO



Virei a página, resisto!
Rasguei caminhos, cheguei
De caminhar não desisto!
Chego ou não, logo saberei.



Passa tempo, tudo esquece
Há muito que estou sem vida
Também o Inverno arrefece
A mágoa da alma saída.



Depois de passos já dados
Já não quero nem me atrevo
A lembrar tempos passados
Nesta palavras que escrevo.



Meus versos de imperfeições
Com eles privo íntimamente!
Cheios das minhas afeições
Que o coração por eles sente.



Minhas ideias são viandantes
São como a vida...fugaz!
Mas dos versos são amantes
Dasalinhados, tanto faz...



O pensamento voa  sereno
Nestes versos desalinhados...
Como estrelas dum céu ameno
Pássaros de olhos deslumbrados.



Não sei dos dias, das horas
Tão pouco dos pensamentos
Por isso coração...choras!
Só restam descontentamentos.



Passo o tempo em sobressalto
Já tudo a mim me foi mostrado
Vai a Vida como o sol  tão alto!
Sombria a terra, coração magoado.



rosafogo
natalia nuno
Quadras de 1999


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PENSAMENTOS



Passo meus dias inteiros
A pensar neste meu Mundo
Meus sonhos são trapaceiros
Minhas horas vazio profundo.



Mas hoje um Céu inventei
Um tempo que hei-de vencer
Pela vida dei e então a saudei
Estendi, veio a mão estender.



O coração bate não desiste
Cospe bem na cara da Morte
Diz-lhe que existe, ainda existe!
Preso por fio, mas um fio forte.



Á Morte fecho a porta na cara
Se não fôr eu quem o fará?
Meu coração, ele não pára...
Anuncia um dia mais viverá!



Mas se a Vida me abandonar
E não me restar vontade
Que ninguém venha chorar!
Só me lembre com saudade.



rosafogo
natalia nuno
Quadras de 1999.


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