sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

encruzilhadas


 
 
pelo tempo desarmada
ignorei a descida...
cheguei à encruzilhada
afrouxou o sol da vida.
 
o relógio já não acerto
é grande meu desvario
trago no coração aperto
e na alma trago frio...
 
minha palavra saudade
a estrada é meu viver
Deus dá-me a serenidade
há vida em mim a caber.
 
do tempo já ando presa
sem agravo nem apelo
perdi meu remo, incerteza
põe-me o coração em gelo.
 
 os sonhos  são canteiros
de magnólias a nascer...
entre roseiras e craveiros
a alegre dor de os ter...
 
há mel no rio do coração
gaiolas no olhar por abrir
o pensamento vive solidão
a esperança a querer fugir.
 
girassóís curvam a cabeça
fecham olhos e a meditar
aguardam o sol apareça
esperança do verão parar.
 
girassol é o meu coração
que bate com ligeireza...
pede e despede a solidão
ama a vida com inteireza.
 
natalia nuno
rosafogo
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terça-feira, 25 de dezembro de 2012

sim ou não...não ou sim?


 
 
passei de um não a um sim
ou de um sim a um não...
E quando dei por mim
tinha entregue o coração!
 
fio de água que vai regando
cantando serena melodia...
vai-se a vida acorrentando,
presa por um fio dia a dia
 
trago o coração tão cheio
que nem sinto o pesar...
a vida passou do meio!
e ao fim há-de chegar...
 
não há nada de errado
o dia a dia não mente...
trago na poesia espalhado
o que o coração sente...
 
vou escrevendo o que flui
como se no mar navegasse
o que sou e o que fui...
e nada me apoquentasse
 
trago a vida renovada
vou andando com alegria
de rugas ameaçada...
às vezes de alma vazia.
 
tudo perfeito não existe
mas nem tudo é tristonho
se fico ansiosa ou triste?
agarro com força o sonho!
 
natalia nuno
rosafogo
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segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

era uma flor...

 



Era uma bonita flor
como outras do jardim
cabelo atado, fita de cor
cruel senão... é o fim!
 
minha ventura sonhei
e o sol não tardou...
logo o amor encontrei
no coração se fechou
 
fui flor e floresci
tive brilho e tive graça
serena em paz vivi...
e assim o tempo passa!
 
dou comigo a despertar
dum sonho onde era flor
tinha tanto amor pra dar...!
tempo desbotou-lhe a cor
 
flor tão bela e ditosa
do jardim a mais linda!
tinha a beleza da rosa
como lembro dela ainda.
 
mas como flor se entrega
à sua sorte, ao destino...
está desfolhada não nega!
despetalou, perdeu o tino.
 
não sente no peito a chama
ainda sente doce aroma!
o que sente por quem ama...
quem os sentidos lhe toma.
 
natalia nuno
rosafogo
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sábado, 22 de dezembro de 2012

hei-de fazer-me um retrato

 
 
 
hei-de fazer-me um retrato
meio corpo ou corpo inteiro
sou Poeta... e me maltrato!
morro de janeiro a janeiro

mas ninguém mo tira melhor
nem lhe dá melhor expressão!
retrato tirado a mim a primor
a mostrar o que vai no coração.

na boca ponho um sorriso
nos olhos um sorriso ponho
da beleza já não preciso...!
dou-me ao retrato e ao sonho.

no retrato uma face linda
não da que sou, mas que fui!
face que traz inveja ainda...
ao sorriso que já não possuí.
 
não há retrato que aqueça,
o  sol lhe foge e o esmorece
gela-me o peito e na cabeça?!
reina saudade.. não esquece.
 
natalia nuno
rosafogo
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sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

sou poeta...

 
 
 
sou um poeta irrequieto
e tudo parece afortunado
em dia de sol aberto...
trago o rosto serenado.
 
a vida é só um instante
é um sono mal dormido
ramo quebrado ondulante
um dia acaba sem sentido
 
o tempo sempre intenta
bramindo sua autoridade
traz-me rugas e inventa
hei-de morrer de saudade.
 
por mais versos que faça
ou não posso ou não quero
tempo ordena e me abraça
mas dele já pouco espero.
 
natalia nuno
rosafogo
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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

falsa esperança...

 
 
 
agora já tudo me cansa
é este tempo insolente!
me dá falsa esperança
de ter muito p'la frente.
 
entra-me p'la alma a luz
que me foje da memória
em ditos não se traduz...
o amor e sua glória...
 
tardios os sonhos vieram
agora que anos são tantos
um a um se desfizeram
com eles foram encantos.
 
mas a vida não acabou
eu lhe quero com furor!
de todo o resto que ficou
há nela um sonho de amor.
 
a vida é capricho forte
fez de mim forte mulher!
ergo a fronte frente à morte
frente eu lhe vou fazer.
 
natalia nuno
rosafogo
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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

a menina dos olhos




olho o sol... e a claridade,
segue-me na caminhada!
gastei o tempo e a saudade
é companheira obstinada.
 
faço do tempo meu canto
faço versos... amor dobrado
esqueço da vida desencanto
e os anos que hão passado.
 
faço poemas ao luar
misturo tristeza e alegria
agruras e ânimos até gastar,
as palavras do meu dia...
 
seja amanhã...que seja!
vida triste, amargura...
a menina dos olhos veja
nela... nesga de frescura.
 
natalia nuno
rosafogo
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terça-feira, 18 de dezembro de 2012

fado...calei a dor

 
 
 
 
passei p'los laranjais
desditosa a padecer
amor não me ama mais
tê-lo é já nada ter...
 
calei a dor calei
para o amor esquecer
só ao fado confessei
este meu grande sofrer.
 
amor cruel findou
assim padeço de pena
amar-me ele inventou
para me deixar serena.
 
amor me obriga a tanto
tantas lágrimas causou
não quer saber do pranto
que no olhar se formou.
 
o procuro e não o vejo
já de mim esteve perto
feiticeiro do meu desejo
deixou o coração deserto.
 
 
natalia nuno
rosafogo
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11/2008


perfumes de poesia

 
 
 
a noite possui a lua
eu possuo o teu amor
tens-me a mim sou tua!
e o alecrim tem a flor.
 
possui o sol, o calor
aroma dos lábios teus
ilusão ou o que fôr?!
sinto-o doce nos meus.
 
lágrimas mal enxutas
jazem desfeitas no rosto
lágrimas imensas de lutas
desventura ou desgosto.
 
tive-te entre meus braços
como posso ter-te perdido?
últimos versos que faço...!
porém amor não te olvido.
 
roseiral... não deu rosas
trago-as eu na lembrança
eram pétalas maravilhosas
no despontar da esperança
 
 
natalia nuno
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10/2004

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

quadras à vida...


 
 
a vida é como uma nau
ruma ao sabor do vento
que ora sopra e não é mau
ou é confusão e lamento.
 
surge nela a tempestade
mas logo vem a bonança
com o tempo vem saudade
que é a maré da esperança.
 
há sempre farol que guia
sempre um sopro de vento
logo nova luz principia
e nos conduz ao salvamento.
 
deixá-la ir p'lo mar fora
a bom porto há-de chegar
se a morte não se demora
deixa a nau de navegar...
 
natalia nuno
rosafogo
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sábado, 15 de dezembro de 2012

não sei se chore se ria

 
 
 
tenho saudades de mim,
saudosa vou soltando ai!
a tarde esmorece e por fim
 tristeza no coração me cai.
 
saudades trago de além...
lá da inocência de menina
saudades trago também
das manhãs de neblina...
 
saudades dentro do peito
que eu oiço o seu chamar!
lembrar é mais que perfeito
onde o pensamento vai dar.
 
porque ando eu esquecida
não me vejo nem cá nem lá
saudades trago da vida...
ou a vida saudades me dá!
 
não sei se chore se ria
no fundo é esta a verdade
nem sei o que em mim havia
mas de mim trago saudade.
 
se ando de mim saudosa
gostava de me encontrar,
mas traz a vida enganosa,
saudade em mim a morar
 
natalia nuno
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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

beijos que me deste



 


Amoras silvestres
à beira do caminho
tantos beijos me deste
carinhos sem espinho.

o peito estremece
sem sonho, sem amor
o coração padece
e morre a flor.

é triste a história
é ave sem plumagem
a vida transitória
árvore sem folhagem.

o rosto é beldade
o tempo é enguiço
foi-se a mocidade
quem fez o feitiço?

céu de estrelas coroado
olhar de bravura
de verde pintado
tanta formosura.

ondas de saudade
tanto o estremecimento
chegou à idade
perdida em lamento.

natalia nuno
rosafogo
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terça-feira, 11 de dezembro de 2012

lembranças de ouro

 
 
 
 
Trago em mim a esperança
que nem o tempo consome
na memória a lembrança
dos que me deram o nome.
 
há tristeza nos trinados
e eu os oiço embevecida
recordo os terços rezados
volto à infância... rendida.
 
trago o coração tão cheio
que de lembranças suspira
pousa na mente devaneio
vem a saudade e delira...
 
vesti de ilusões e sonhos
o tempo a passar quebrou
perco-me em dias risonhos
que nem o tempo matou...
 
saudade da flor da infância
trago-a no rosto estampada
ao tempo dei importância
quando a vida era risada...
 
quero viver pouco mais
saudade comigo levar...
na poesia deixo os ais
quando a vida me faltar...
 
natalia nuno
rosafogo
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domingo, 9 de dezembro de 2012

quadras...lágrima furtiva

 
 
verso a menos, um a mais
sempre uma lágrima furtiva
saudade me dói demais!
quer que com ela conviva.
 
tem o vento suas nortadas,
rasga o céu a tempestade
tristes passos p'las calçadas
gente triste e sem vontade.
 
gela-me o sangue no peito
a mesma vontade de gritar
dentro de mim dum jeito
como semente a germinar.
 
o som da voz enclausurada
olhos tingidos de saudade,
já se anuncia a alvorada
foi-se a meninice a mocidade.
 
que paixão tão desmedida!
que me traz num riso aberto
canto em versos minha vida
que a morte derruba por certo.
 
natalia nuno
rosafogo
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sábado, 8 de dezembro de 2012

quadras ...anoitece cedo


agora... cedo anoitece
fica o destino sombrio
nada na vida acontece
no mar já morre meu rio.
 
rio do meu esquecimento
que a minha vida sacode
mas eu fiz um juramento
ao Santo que sempre acode.
 
conspira a vida, conspira
e tudo em mim desarruma
a noite sonhos me tira...
o dia alegrias,uma a uma.
 
a vida some-se devagar
traz no seio a desilusão ...
novas promessas a aflorar
que não passam de ilusão
 
e o corpo à terra lá volta
como chuva volta ao mar
a alma é nuvem à solta
que noutra vida vai morar.
 
fico à esquina da saudade
até que surja algum caminho
sonho com a felicidade
sou andorinha a fazer ninho.
 
pouco a pouco vou perdendo
a vida que me estremecia
saudades loucas vou tendo
da vida que me sorria.
 
natalia nuno
rosafogo
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quadras de 2001

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

quadras...trago da flor dos anos

 
 
 
 
minhas quadras são flores
ou primas delas o são...
são belas como os amores
são efémeras, são ilusão...
 
minhas quadras andorinhas
tão pungentes de esperança!
tal como  esperanças minhas
são um balbuciar de criança...
 
quadras que encobrem penas
que trago da flor dos anos...
hoje saudades serenas...
dos amores e desenganos...
 
trazem da virgem, harmonia
e a graciosidade da infância
recordam-na com nostalgia...
trazem da mocidade fragância.
 
quadra louca a da mocidade
com malícia e com feitiço...
 enrubescida de felicidade
traz no coração derriço.
 
natalia nuno
rosafogo
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quadras de 2006

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

quadras ...verso é fado




verso criou asas, partiu
para longe confiante...
nas águas do mar se esvaíu
 água d'minha alma distante
 
verso que andava cansado
queria o céu por destino
voou como se fosse fado
pobre fado peregrino...
 
de madrugada partiu
como estrela se apagou!
mas como flor...floriu...
nos olhos de quem amou
 
e vai chorando a guitarra
aperta-lhe  o coração...
ao verso ninguém amarra
eterniza-se em emoção.
 
natalia nuno
rosafogo
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segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

saudade é benção...

 
 
 
saudade não é tormento...
embora pareça que sim!
saudade nem é lamento
saudade a trago de mim...
 
saudade logo ganha raiz
é um rebento novo, forte
sempre em mim ela quiz
ser do coração contraforte.
 
saudade é benção que vem
acompanha nas horas más
sabe de mim como ninguém
é como rio que torna atrás...
 
natalia nuno
rosafogo
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trovas ...à vida

 
 
digo  à vida que existo
e à saudade que me invade,
que da mágoa já me disto
faço da ilusão verdade...

e se a vida não me ouvir...
não estou aqui nem ali
talvez que assim a fingir
pense que já a esqueci...

assim morta vou andar
como sonho que sonhei
e num lento acordar...
então á vida direi:

estou enraizada ao chão
todo este tempo por fim
meus dias tristes que são
se tu te esqueces de mim.

sou de repente o inverno
quando já fui lua nova...
verso que se quer  eterno
um dos quatro duma trova.
 
sou maré que sobe e desce
água da fonte cristalina
trova que não se esquece
sou sina da minha sina.
 
natalia nuno
rosafogo
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quadras de 2003
 
 









sábado, 1 de dezembro de 2012

trovas...amar a natureza




aprendi a amar a natureza
deu sentido ao meu viver...
o encantamento, a grandeza
que contemplo com prazer

deixo-me a fruir a primavera
a beleza do colorido outono
sempre um inverno à espera
onde triste me abandono...

meu  olhar... observador
surpreendido com pormenores
na chuva. neve, frio e calor
em vendavais e fúrias maiores

um ramo de louro... de cereja
os brincos... que vivacidade!
ousada...infantil... que seja!?
trago de tudo imensa saudade

basta o sorriso duma flor
pra existência valer a pena!
bebendo esperança se vai a dor
sobre o peito a batida é serena

debruço-me sobre o ribeiro
vejo nele espelhado o rosto
da verdura dos anos o cheiro
e no horizonte o sol é posto.

natalia nuno
rosafogo

quadras de 8/2005













sexta-feira, 30 de novembro de 2012

minha terra...

 
 
 
relembro de cor minha terra
assim a  trago na lembrança
páginas que o coração encerra
na suavidade duma criança.
 
se o retrato sai imperfeito
ou de cores esmorecidas
para mim tudo é perfeito
nas páginas por mim vividas
 
nada se pode comparar
traja de verdes laranjais!
num êxtase a venho lembrar
à terra que amo demais
 
nuvens se espelham no rio
numa ingenuidade infantil
no inverno é lareira, faz frio
mas reina o sol em Abril...
 
numa sublime simplicidade
toca o sino todos os dias
quem sabe chora a saudade
de nos chamar às avé-marias
 
e os raios de sol nascente
a cortejam languidamente
convidando toda a gente
a lançar à terra a semente
 
minha terra imorredoira
páginas de livro aberto
amar-te é sol que me doira
lembrar-te é a lua por perto.
 
suspiro é canto de saudade
entretém de horas vazias
lembro de ti e da mocidade
és céu poético de meus dias.
 
natalia nuno
rosafogo
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quinta-feira, 29 de novembro de 2012

volta ao passado...

 
 
 
sempre parto mas volto
na esperança do teu afago
deixo por cá coração solto
e meu olhar feito lago...
 
parto nas asas do desejo
no lago reflecte a lua
levo o doce mel do beijo
morro de saudade tua...
 
um momento de desvario
parto a lembrar-me da vida
já não é lago, mas sim rio
dos meus segredos guarida.
 
sou uma solitária barca
parto de noite ou de dia
minha alma já se encharca
em profunda melancolia.
 
já brame a voz do trovão
e meu coração está vivo
e o poder da imaginação
é com ele que eu sobrevivo
 
parto e vou ao passado
a essa querida infância
o mundo mesmo atolado?
não me tira essa lembrança
 
no lugar onde eu nasci
a velha figueira nasceu
ainda hoje a vejo ali...
tão solitária quanto eu.
 
recordações que conservo
fazem-me eco aos  ouvidos
do que vejo e observo...
sonho, sonhos destemidos.
 
natalia nuno
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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

lembranças d'outras eras

 
 
pende o ramo do salgueiro
tristemente sobre o rio...
das madressilvas o cheiro
aldeia quem a vê, quem a viu!
 
esplendorosa brancura
nuvens novelos de lã
olhar abstracto, ternura
telhados de telha vã
 
trigo...cevada...aveia
todos o vento saudando
a paisagem não é feia!
espantalho afugentando
 
demónios e ruindades
nutridos pela má língua
logo se zangam comadres
a amizade morre à míngua
 
ai a pureza das coisas
longuínquos pensamentos
ouvindo coisas e loisas
sombreados de lamentos
 
consola-me como benção
este recordar com saudade
trago a aldeia no coração
recordo-a com docilidade
 
natalia nuno
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terça-feira, 27 de novembro de 2012

falei com os pássaros

 
 
 
 
ao chegar da aurora
com os pássaros falei
perdida na hora...
com eles conversei
 
e a terra orvalhada
me falou de saudade
no cabelo a geada...
côr branca da idade
 
por milagre talvez
verde o olhar escapou
esperança que fez...
no tanto que amou.

são mãos de espuma
os lábios de mel...
as rugas caruma
que enruga a pele.
 
os lábios são frutos
morango...medronho
pensamentos lutos
fechados no sonho.
 
natalia nuno
rosafogo
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trovas...verso esquivo



criou asas voou na ilusão
ausentou-se durante horas
nos sulcos do meu coração
ai...verso, aí aprimoras!
 
verso que ri ou que chora
 ruge... a um outro que canta
com a saudade se apavora!
languidez do lírio o encanta.
 
preso... quem o desprendeu?
a mão que fugiu nervosa?
que o criou e amor lhe deu?
ah! palpitar de ave medrosa.
 
tanto suspiro e fantasia...
cântico melodioso, sonoro
que suaviza a noite e o dia
é do poeta... alegria e choro.
 
olho aceso no caminho
verso, madrugar vespertino
o poeta o trata com carinho
mas ele voa...voa, peregrino.
 
verso feito de harpejos
sons vindos do coração
leva da  boca os beijos
que as ilusões luzindo irão
 
verso rosal que deu rosas
no roseiral da lembrança....
pérolas rosadas formosas
sonhos vindos de criança.
 
natalia nuno
rosafogo
 
 
 



segunda-feira, 26 de novembro de 2012

trovas...ao amor

 
 
 
Crepita o amor é chama
é luz que sempre alumia
o coração sofre e ama
quer de noite quer de dia
 
é tal o poder da ternura
que qualquer um se rende
nem sempre o amor dura
sempre o coração aprende
 
pelo amor anda rendida
traz o coração em fogo
no cabelo fita colorida
seu capricho é um jogo
 
agridoce é o amor...
como os salpicos do mar
e o coração num furor
deixa-se de amor salgar
 
sôfrega de beijos espera
um beijo enamorado...
como flor de primavera
nunca um lírio desmaiado.

natalia nuno
rosafogo

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

trovas... à rosa






uma rosa é sempre uma rosa!
mesmo o tempo a despetalando
vai ela da vida saudosa...
chorando de quando em quando

o tempo é que é tempo infame
levou o rosto deixou o traço
não há quem... a vida não ame!
mesmo q'ela lhe troque o passo
 
traz os sonhos ébrios de amor
o sonho pisa caminhando...
radiante de côr e esplendor
no coração a chama inflamando.
 
natalia nuno
rosafogo
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trovas...ao lusco-fusco

 

 
 
 
ando louca à procura
e procuro até ao fim...
o porquê desta loucura?
q' me põe louca a mim?!
 
é o verão que me deseja
e me queima o coração!
é o outono que me beija
e me leva pela mão...
 
a lágrima ficou salgada
foi-a o tempo abafando
a alegria desejada...?
não a acho nem procurando.
 
vou descendo a escadaria
quero sair deste mundo!
nem eu nem ninguém sabia
q' ele é um poço sem fundo
 
também às vezes sorrio
guardo lembranças no peito
as lágrimas caem em fio!
morrem os sonhos a eito.
 
as horas... agora bateram!
voltaram aves aos beirais,
só os sonhos se perderam
nestes dias sempre iguais.
 
trago o passado amarrado
e o presente não responde
trago o futuro cansado...
ao lusco-fusco se esconde.
 
natalia nuno
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terça-feira, 20 de novembro de 2012

trovas...palavras que inventei





fiz poesia com rima
sem rima também trovei
caíram metáforas em cima
ai as lágrimas que chorei.

tantos poemas escrevi
com papel e sem papel
falei de mim e de ti...
amargo fel, doce mel

andei às cegas p'la vida
no fundo do mar salgado
onde uma lágrima incontida
largou do olhar naufragado

não me peçam que não rime
a rima em mim é natural
quem este dom me reprime
tira-me o toque pessoal...

rimo palavras com cetim
explosivas de sol e maresia
borboletas  trago em mim
que rimam com valentia...

sempre a esperança fica
tempo me confunde agora
e eu fico sempre mais rica
rimando a qualquer hora

foram tantos os passos
que não olho para trás
poesias são abraços...
rimem ou não tanto faz!

natalia nuno
rosafogo
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domingo, 18 de novembro de 2012

trovas....fala a saudade

 
 
 
 
 
quando choro sem razão
vem á fala a saudade...
ouve que diz teu coração
que te fala com verdade
 
amarra a tristeza a cordel
esquece da vida vendaval
deixa a mágoa no papel...
esquece o que te faz mal
 
liberta qualquer prisão
deixa-te de tanta cegueira
se te é amarga a solidão?!
não pares à sua beira...
 
navega quem sabe encontras
na vida bem mais calor...
felicidade com que contas
virá  carregada d'amor.
 
natalia nuno
rosafogo
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trovas de 2006