quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

QUADRAS LOUCAS















Tenho o dom da previsão
Ou duma intuição maldita
Me sobressalta o coração

De tristeza me deixa aflita.

Trago às costas uma trouxita
- Paciência tenho de Santo!
Este Mundo é coisa esquisita
Até a Natureza está em pranto.

-Pus à prova o bom humor!
E a Vida me pôs em fanicos
- A ela me fiz de superior!
Vão de retro os mafarricos.

Já me arrastou p'los cabelos
Por não querer saber de gritos
Meus sonhos que eram desvelos
Tolhidos andam agora aflitos.

Não nasci em berço de ouro
A Vida nem bonita nem feia!?
Ora eu canto, ora eu choro...
- Sou do Povo sou plebeia.

Sou eu filha de fulano!
E sou eu neta de beltrano.
- Sobrinha sou de sicrano
Sou assim e não me engano.

Alto aí e pára o baile!
- Que a música já acabou
Já pús nas costas meu xaile
- E do baile já me vou...

natalia nuno
rosafogo

sábado, 25 de dezembro de 2010

QUADRAS SEM VOZ

QUADRAS SEM VOZ


Deixei florisse a saudade
Na hora que está a passar
À memória fulgor da mocidade
Na saudade me deixo ficar.


- Por onde terei andado?
Tão depressa aqui cheguei
Nem dei por ter abalado!?
- Lá do sítio que deixei.


Fui sucumbindo pelo caminho
E agora despertei dum sonho
Não há roseiras sem espinho
- Não sou diferente suponho!


Meu Deus a Vida a passar!?
Porquê nos olhos o espanto?
- Cegaram de tanto brilhar!
Queimados de tanto pranto.


- Hoje sou moinho cansado
Velho, no seu moer brando
Cantamos os dois nosso fado
E parece estarmos chorando.


Já me arrasto tanto assim?
Naufrago em temporal perdido?
Negra nuvem se solta por fim.
- Simples troféu esquecido.


-Sei que hei-de partir um dia
Tudo mais mentira e ilusão
Hei-de partir p'rá terra fria
Apagado, feito nada o coração.


Uma só verdade encontrada
Deixo neste verso gentil
As memórias da vida são nada
Mas as minhas são mais de mil.


rosafogo





natalia nuno


















terça-feira, 21 de dezembro de 2010

QUADRAS SOLTAS

QUADRAS SOLTAS

Lá longe deixei o sorriso
Há muito não está presente
Mas às vezes dele preciso!
P'ra me sentir ainda gente.


Já o choro se adiantou
Nada haverá que o afaste?
O contentamento, descontente
E a amargura!?Tanta que baste!


Fosse a alegria então mel
Quem sabe não adocásse!?
A vida que só tem fel
E com a tristeza acabasse.


Se recordar é viver?!
Eu vivo a recordar...
Como hei-de eu esquecer?
Se passo a Vida a lembrar?


Suspiros e ais me consomem
Já nem sei bem o que fazer
Nem só de pão vive o Homem!?
Também o AMOR o faz viver.


Já têm alguns anos de gaveta estas simples quadras
também elas já são lembranças.
rosafogo












quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

QUADRAS SEM RUMO


QUADRAS SEM RUMO

Faço esta quadra ditosa
De belos sonhos vestida
Mas logo a Vida invejosa
Me leva um dia de Vida!.


Me deito e ao travesseiro
Repito queixas sentidas
O sono me pega ligeiro
Ficam as mágoas perdidas.


E sempre o sonho me conforta
Trazendo-me à alma a esperança
Mais uma noite, que importa?!
Se no sonho sou criança?!


Eu sei que sonhos são loucos
E que a Vida é quase nada
Sonhos já são tão poucos!?
E a Vida já está passada...


Assim, escrevo quadra singela
Deixo-me assim descuidada
Se viver é coisa bela!?
Quero viver descansada...


Sinto na alma um descrer
P'la estrada que vou trilhando
Já foi caminho de prazer
De saudades o vou lembrando.


Meus olhos estão chorando
São duas gotas de orvalho
Caídas de quando em quando
Dum lencinho é que me valho.


Nas vidraças cai o granizo
Pedrinhas caídas do Céu
Também cai o meu sorriso
Pedras a Vida lhe deu!


natalia nuno
rosafogo

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Quadras - ESTRANHA FORMA

Quadras - ESTRANHA FORMA

Meus olhos são dois rios

Cansados de tanto amargor
Já estão presos por dois fios
Causou-lhes dano o AMOR.


É assim por mais que doa
Que andem por aí  perdidos
O cansaço já não  perdoa
Traz meus olhos esquecidos.


O vai e vem dos meus dedos
São como o bater do coração
Os movimentos meus segredos
Pássaro preso na minha mão.


Se gostares do que eu gosto
Eu te digo tudo o que sei...
Invento com  coração e aposto
Que outro tanto  te exigirei.


Para mim tu és meu centro
Gosto de saber tuas mãos
És o Mundo em mim adentro
Dono de meus sins, meus nãos.


Escoa o tempo grão a grão
Eu sem saber encontrar-te
Talvez sim ou talvez não!?
Valha a pena procurar-te.


Talvez sejas só um capricho
No sotão da minha memória
Não sei que sou, se sou lixo
E fui pra ti apenas estória.


rosafogo
natalia nuno

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

QUADRAS AUSENTES
















Já fui nova, novinha em folha
Mas ai de mim, já nem sei!
Se o espelho quando me olha?!
- Pensa que outra serei!


Nem sei qual estou sendo
Pois ai de mim já nem sei!
Meus olhos verdes morrendo
- Depressa daqui me irei.


Já fui de amores e afagos
Já fui ave do céu com ninho
Já fui dum cacho seus bagos
Agora que sou? Nem adivinho!?



- Já fui moça estremecida
- Um pedaço de horizonte!
- Já fui lezíria de Vida,
Hoje? Não passo dum monte.


Já fui virgem na campina
- Já fui beijo e abraço
- Leito de noivado, menina
Não sei de mim. O que faço?


- Já fui sorrisos, aurora
- Já fui rajada com furor!
- Hoje sou brisa que chora
Sei lá! Seja lá eu o que fôr?!


Sou um temporal desfeito
Sou chuva, sou tempestade
Sou noite negra no peito
Sou menina, feita saudade.
natalia nuno
rosafogo

domingo, 12 de dezembro de 2010

Quadras ( COISAS MINHAS)


Quadras ( COISAS MINHAS)

Vim da aldeia pr'a cidade
Disse-lhe adeus a chorar
Hoje dou conta da saudade
E morro pra lá voltar!


Desde sempre me conheço
Mas falar-me não me falo!
Se comigo à fala começo?!
De tristeza jamais me calo.


 Com o decorrer dos anos
Fiquei de sonhos despida
E com tantos desenganos
Minha barca anda perdida

Saudade de coisas perdidas
Brasas em conbustão lenta
Minhas esperanças ardidas
Minha alma vazia e cinzenta


 Sorvo  a Vida e palpito
Vai a Morte colher-me breve
E logo meu coração aflito!?
Queixoso bate ao de leve.

Plantei rosmaninho no quintal
Salva e pé de erva cidreira
Farei chá... que passo mal!
Amor por ti trago cegueira .

Era um amor mais que perfeito
Um amor maior que o mar...
Era um amor maior que o peito
Onde só eu o sabia arrumar

Hão-de rebentar novas folhas
Em mim  lá p'la madrugada
Para veres quando me olhas
Que ainda me sinto amada


Da Vida já não dou conta
Nem do que ela me ensinou
Minha memória, já tonta!
Também com a Vida cortou


Já não gasto a Vida toda
Me diz o destino ingrato
Gira a Vida numa roda
De m'nha alma é o retrato


A saudade é meu abrigo
Deixem que viva com ela
Às vezes parece castigo
É minha sombra e eu dela.





rosafogo
natalia nuno

Quadras (PETALAS CAÍDAS)

Quadras  (PETALAS CAÍDAS)

Trago meus olhos nos teus
Meu coração em sobressalto
São eles pecados meus...
Raios de Sol que já vai alto.

Arqueás-te as sobrancelhas
Fiquei sem ouvir respostas
Teus olhos são como abelhas
Das donzelas flores tu gostas.

Cobre-te o cabelo o chapéu
O bigode te cobre a boca...
Eu cubro o rosto com um véu
Olho-te e o calor me põe louca


Os teus olhos são botões
São cinzentos como o mar
São minhas preocupações
Deles me não quero afastar.

É tanto o que a gente sente
Que de amor o peito está cheio
Já que colhemos a semente
Que a colhamos sem receio.

Com a minha falta de jeito
- Eu até sou paciente!
Nasce-me a poesia no peito
E é assim que me sinto gente.

Fazer poesia é minha vocação
Não tenho adornos nem oficina
- É da minha boca o pão!
- Sou assim desde menina.

Já me perco p'lo caminho
Já nem me dou por achada
Nem por sombras adivinho
Pró que a vida me tem guardada.

As lembranças estão presentes
Verdades, por mim passadas!
Meus passos são diligentes
Meus sonhos pequenos nadas.

Conto os dias conto as horas
E os anos são já uns quantos
Porquê tu morte me apavoras
Me levas da vida os encantos

natalia nuno
rosafogo



sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

QUADRAS- «AFAGOS»

QUADRAS- «AFAGOS»


Já o Sol vai nascendo
Trazendo côr à minha Vida
Fico a Deus agradecendo...
Poder olhá-lo embevecida.


Se é tão curta esta Vida
Chorosa logo ao nascer
Não me quero saber cativa
Quero ser livre até morrer.


Sou triste, me aflijo tanto
Mas ninguém suspeita sequer!
Vou chorando este meu pranto
Sofro cá dentro! Sou Mulher!


Já usei tranças um dia
E ninguém mais se lembrou
Da Mocidade me despedia
Silenciosa a dor não curou!


Minhas tranças eram escuras
Com laços côr de solidão...
Agora nas horas das ternuras?!
As lembro com comoção.


Meus sonhos eram futuro
De Amor trazia o peito cheio
Ainda agora procuro...
Mas Sonhos? São devaneio!


rosafogo



natalia nuno

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

QUADRAS CANTADAS

QUADRAS CANTADAS


Meu nome é bem singelo
Foi-me dado ao nascer
Não que eu o ache belo!?
Mas o conservo até morrer.


Não costumo dar ouvidos
Dizem que poeta é louco
Versos já trago esquecidos
E de poeta tenho eu pouco.


Do que escrevo nada é novo
Mas da minha propriedade...
- Nasci no meio do Povo!
Dele me vem esta saudade.


Falo de mim e do destino
Da alegria e insatisfação
Meu caminho de perigrino
Feito saudade e solidão.


Expresso-me acanhadamente
Nada escrevo, sou coragem
Dirão todos provávelmente
Poeta... de pouca linhagem.


Junto letras, faço traços
Desenho com os meus dedos
Versos são meus cansaços
E meus passos já são ledos.


Trago nas veias a dor
E meu coração já faminto
À terra eu tenho amor...
Já saudades dela sinto!


Lá no alto lá em cima
Lá no sítio onde nasci
Fui trovadora com rima
Foi com rima que cresci.


Sentinela fico à espreita
Nalguma esquina da rua
Lá ao longe o sol se deita
Já me acaricia a Lua...


Cantarei a saudade forte
E a esperança sonho em flor
Cantarei à vida e à morte
Cantarei p'ra esquecer a dor.
natalia nuno
rosafogo

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

QUADRAS À SAUDADE

QUADRAS À SAUDADE

Minha saudade se cansou
De tanto me apoquentar
Com saudades dela estou.
Saudade...podes voltar!

A saudade disse-me adeus
E até a Vida já me voa!
Nestes versos que são meus?!
- De saudade canto à toa.

Por onde passo deixo aroma
Da saudade que anda no peito
Saudade com saudade é soma
- Desta saudade sem jeito.

- Já não encontro saída!
- Já toda eu me embaraço,
-Troca-me as voltas a Vida,
-E eu à Vida troco o passo.

- Mas se a saudade voltar!?
E me disser quem ainda sou?
O meu coração vai ter lugar
P'ra saudade que o abandonou.

 
natalia nuno
rosafogo

QUADRAS ESQUECIDAS

QUADRAS PERDIDAS


O tempo é inquietação!
Sonhos tive noite e dia
Nenhum ao alcance da mão
P'ra quê o sonho servia?

Volto costas, vou deixando
Remo já contra a corrente
Na viagem, vou remando...
Levo raiva sigo impotente.

Fica a Vida cor de cinza
Remei milhas deixei atrás
Estou cansada embora finja
Que a mim, já tanto me faz!

Não sei para onde vou
Nem para onde quero ir
Já meu barco se soltou
Sem razão para partir.

Aumento o rítmo da remada
- Sou p'la Vida coagida!
Pela corrente sou levada
- Nesta tarde já caída.

Quero muito, muito pouco
Já nem do tempo dou conta?!
- Ando neste Mundo louco.
Já levo a Vida a uma ponta.


natalia nuno
rosafogo

QUADRAS SINGELAS


QUADRAS SINGELAS

Tenho um pássaro no peito
Dia e noite sempre a cantar
É a esperança!Divino feito!
Que a cantar me vem saudar.

Vou andando vida fora
Levo o dia a anoitecer
Novo sonho trago agora!
Sobressaltos, esquecer.

Quero amar devagarinho
Tenho tanto amor p'ra dar
Mas se é de vidro fininho?!
Será que não vai quebrar?

As coisas que te não disse
Desejos meus, coisa pouca?!
Àguas passadas, só tolice!
P'ra mitigar sede da boca.

Neste campo de giestas
Eu sou alecrim ao luar
Me disséste:não prestas!
Nem me fiquei a ralar!

Já sou soalho rangendo
Estou na vida de passagem
Eu cá por mim nem entendo
Porquê tão longa viagem?

Dor tenho na partida
Saudade por não ficar!?
Levo a alma dolorida!
Condói-me só de lembrar.

Meus olhos são cativeiros
Lágrimas qu'inda não chorei
Meus ais são verdadeiros
Nesta estrada que esgotei.

Quando revejo o passado
Descanso a alma e espero
De tanto caminho andado!?
Vejo-me ao longe desespero.

natalia nuno

rosafogo

QUADRAS DE AMOR (FANTASIA)

QUADRAS DE AMOR (fantasia)


Eu sempre digo a verdade
Quando amor por ti chamo
Às vezes me dá a saudade
De dizer Amor que te amo.


- Se me vires à janela?!
Passa por lá por favor...
Mas não passes lá com ela
Que vivo morrendo de amor.


À noite quando me deito
Ainda nasce em mim a chama
E logo uma dor no peito!?
Meu coração ainda te ama.


Lá em baixo canta a ribeira
- Daqui ouço o seu rumor
Canta até que Deus queira
E eu sonho contigo amor.


Toda a terra está em flor
Trago a alma renascida
Já te avisto ao longe amor
Na primavera da vida.


Já o pranto em mim rompeu
Já sou um manto de retalhos
Mas não sou a outra, sou eu!
Trago os cabelos grisalhos.


De esperar por ti cansada
Pareço ave no céu sem fim
Trago a voz rouca, calada
Já sou rosa sem jardim.


- Se eu tiver que morrer
Que morra por ti meu bem
- E quando à terra descer
Levo nosso amor também!


natalia nuno
rosafogo

TROVAS (1ºBeijo)

TROVAS (1ºBeijo)

Ai,o beijo,o primeiro lembro
Até a lembrança dele demora
- Foi ousado, era Setembro!
- O atrás, é desejo agora...

Ai,senti bater meu coração
Dentro do peito num anseio
- Só de pensar em tua mão
Dentro da roupa em meu seio.

Ai, a medo dei-te o primeiro
Daí a pouco dei-te o segundo
Fiz do teu colo travesseiro
E esqueci o resto do Mundo.

Ai, tanta dor se apregoa...
Tanta dor! Tanta fartura
Mas aquela dor que doa?!
Só do Amor a desventura.

- Ai, a mão dum trovador
Que vai escrevendo embalada
A ternura dos beijos de Amor
Quando a Vida já leva cansada


natalia nuno
rosafogo

TROVAS CAMPESINAS


TROVAS (Campesinas)


Colhi um cesto de amoras
Vermelhas lá no silvado
Até me esqueci das horas
Só de te ter ao meu lado.

Olhei então as amoras!
Desejos havia à solta
Esqueci-me até das horas
Por te ter à minha volta.

Olhei teus olhos nos meus
Fiozinhos duma nascente
Brilharam os meus nos teus
No caminho me fiz gente.

Esqueci-me até da fadiga
Ao olhar-te ao meu lado
Cantastes-me uma cantiga
Escutei-te mas com cuidado.

Apanhei pedaços de estrelas
Das que me deste do teu céu
Colhi amoras mas ao colhê-las
Deu-me a fome... ai se me deu!

Nas tenras folhas do milho
Fui escrevendo, sonhos meus
Regressei envolta em sarilho
Porque acreditei, meu Deus?!

Promessas, promessas são!
E tudo ouvi da tua boca
Entreguei-te meu coração
Mas tua paixão era pouca.

rosafogo
natalia nuno
Quadras populares, escritas na aldeia em 2002.





TROVAS Á AMIZADE

TROVAS (Á AMIZADE)

De quem de mim se esquece
Logo saudades trago comigo
No meu peito nunca arrefece
Amizade sentida por um amigo

Amigo, agora, é peça rara!
Talhada por uma mão com arte
De tão rara se torna cara...
Não se encontra em toda a parte.

Não se dê por descontente
Quem tem um amigo por perto
Só quem não tem é que sente
Que Vida sem ele é um deserto.

Um amigo nunca é esquecido
É alguém que nos estende a mão
Vive nossos sonhos, enternecido
Chora conosco momentos de aflição.

A amizade é sentimento nobre
É a mais bela flor dum jardim
Que importa se somos pobre?!
Basta amizade,é tudo p'ra mim.

De rima pobre, rimo com graça
Mínha alma simples tem o condão
De deixar rimas a quem passa
E nelas a amizade e o coração.

 
natalia nuno
rosafogo
(Trovas antigas), há alguns anos apenas escrevia trovas, atrevo-me a deixá-las, espero sejam bem recebidas, tudo passa de moda, e elas também cairam em desuso, mas serão sempre a voz do Povo.



A MINHA MUSA

A MINHA MUSA

É minha musa a saudade
Por causa dela chorei
E logo depois mais tarde
Tive saudade e cantei.

Nostalgia me afaga a vida
Deixa embalar na esperança
Lembro a infância querida
E o riso solto de criança.

É minha musa a saudade
Tive saudade e cantei
E logo depois mais tarde
Por causa dela chorei.

Saudade da Mocidade
Saudade que não sarei
Na madureza da idade?!
Só a saudade cantarei.

Saudade exala o perfume
Das folhas do madrugar
Ela ouve meu queixume
Faz-me rir, faz-me chorar.

Na noite a saudade vem
Prende-se no meu cabelo
Eu e ela e mais ninguém
Sabe que ardo no seu gelo.

natalia nuno
rosafogo 

MELODIA SIMPLES



MELODIA SIMPLES


Corre meu dia apressado
Na pressa de ir mais além
E meu coração está fechado
Hoje não está p'ra ninguém.



Chega a noite e a escuridão
Transforma a vida em labirinto
Até meus sonhos são em vão
Já é triste tudo o que sinto.



Caem folhas secas ao chão
Dos meus olhos lágrimas caem
Saudades, são o que são!
Do meu coração não saem.



Que importa q'outros dirão?!
Se a vida é quem me desarruma?!
- Trago comigo inquietação,
Peço à tristeza não me consuma.



De noite me chega a solidão
E eu fico serena à espera
Os meus sonhos regressarão?!
Pobre de mim! Quem me dera.



Hoje o céu está estrelado
Meus olhos surprendidos
Foi tanto o caminho andado
Tantos os passos perdidos.



natalia nuno
rosafogo