terça-feira, 17 de março de 2015

juras d'amor...trovas soltas


o amor inda me prende
ateado em brasa ardente
altivo lume que  acende
queima o coração d' gente

ao amor sempre me dei
esquecê-lo mal faria
perdê-lo n'sei...não sei!
sem amor não, nem podia.

dizê-lo n' me envergonha
quero tê-lo por companhia
quero q' o coração disponha
dele, a qualquer hora do dia

cresça ele quanto quiser
já que do coração é rei
amor p'lo teu, só o meu quer
a mais ninguém quererei!

não há bem que vá durar
nem mal que não se acabe
coração nasceu pra amar
segue amando como sabe

no amor ainda eu creio
se no coração me entraste!?
c' juras de amor em cheio
não há razão que te afaste.

natalia nuno
rosafogo
11/2001



Ó terra...quadras/1989




sigo o rasto da charrua
já a noite vem e se alarga
já aponta ao longe a lua
hoje a saudade é amarga

já amornam as sementes
ouço o canto das cigarras
diz coração o que sentes!?
se às lembranças te agarras

bate chuva na minha face
leivas de trigo e de suor
ai se o pão não levedasse!
e o forno perdesse o calor...

que luz viva a do teu luar
nos meus olhos é quebranto
vêm-me os sentidos endoidar
oh terra que quero tanto!

oh terra de portas abertas
vielas que o luar ilumina
seguem as águas incertas
deste meu rio de menina...

levas saudades d' outrora
dos cantos das lavadeiras
logo em ti o o aroma aflora
das flores das laranjeiras...

em meus versos vou cantar
tudo o que me lembra ainda
a fonte o adro, foguetes no ar
Padroeira de beleza infinda

vive ainda a seguir o rastro
os orvalhos da madrugada
estrelas... cor de alabastro
tantas coisas, coisas de nada


natalia nuno
rosafogo

11/1989 (quadras soltas, reunidas de modo a fazer sentido)