já a noite vem e se alarga
já aponta ao longe a lua
hoje a saudade é amarga
já amornam as sementes
ouço o canto das cigarras
diz coração o que sentes!?
se às lembranças te agarras
bate chuva na minha face
leivas de trigo e de suor
ai se o pão não levedasse!
e o forno perdesse o calor...
que luz viva a do teu luar
nos meus olhos é quebranto
vêm-me os sentidos endoidar
oh terra que quero tanto!
oh terra de portas abertas
vielas que o luar ilumina
seguem as águas incertas
deste meu rio de menina...
levas saudades d' outrora
dos cantos das lavadeiras
logo em ti o o aroma aflora
das flores das laranjeiras...
em meus versos vou cantar
tudo o que me lembra ainda
a fonte o adro, foguetes no ar
Padroeira de beleza infinda
vive ainda a seguir o rastro
os orvalhos da madrugada
estrelas... cor de alabastro
tantas coisas, coisas de nada
natalia nuno
rosafogo
11/1989 (quadras soltas, reunidas de modo a fazer sentido)
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