terça-feira, 28 de junho de 2011

SOLTAS XXVII



Cai a noite, morre o dia
A vida ora chora, ora sorri
Lá atrás ficou minha alegria
Ao longe... quando te perdi.

A Vida ora chora, ora sorri
A felicidade deixei um dia
Da mocidade me despedi
Por lá deixei minha alegria.

Também eu cantei um dia
Mas logo no outro chorei
Quem dera voltar ao dia
Mas jamais... lá voltarei.

Logo no outro... chorei!
Por deixar a mocidade
Hoje relembro quanto amei
E se choro... é de saudade.

Não choro só por querer
Mas porque o coração pede
Os sonhos, não esquecer
Ele que de bater não cede.

Mas às vezes já se cansa
De tanto se ter esforçado
Já nem meu passo avança!
De tanto ter caminhado.

Cantam pássaros à noitinha
Quando regressam ao ninho
Lembro da tua mão na minha
Saudade... do  teu carinho.


natalia nuno
rosafogo


GERÊS, 27/06/2011

segunda-feira, 20 de junho de 2011

SOLTAS XXVI



Saia fora da corrida
Quem fôlego não tiver
Que alegre se quer a Vida
Enquanto por cá se estiver.


Já o tempo me arrasta
Não se apieda de mim
Já da Vida me afasta
Teimando levá-la ao fim.


Surge o clarão do luar
Quando a noite chega enfim
Mato a sede de te amar
Quando me apertas assim.


Mas então querem lá ver
És capaz de ter razão!
Deitei tudo a perder
Ao dar-te meu coração.


Havemos de ir à capela
Assim que a gente puder
Chegarei lá donzela
Sairei de lá mulher.


Mas não puxes p'la corda
Que eu posso tropeçar
Raios parta, raios me morda
Se não chego virgem ao altar.


Uma vontade que me anima
Subo, nem muito, nem pouco
Mas quero com esta rima
Meu amor deixar-te louco.


Vai bem boa a desgarrada
Num repente de repente
De amor fico rosada
Mulher morena, ardente.


Mandáste-me calar tremi
-Meus lábios abri a medo
Zangado porque descobri
Me enganavas em segredo.


A cerca de novo pulei
Mas sempre és o culpado
Ao crepúsculo te beijei
Deixei-te agora envergonhado?


Ai aquele tempo de amores
Quando tudo era a nosso favor
Hoje o tempo é de desamores
Que angústia me dás amor.


De amores guardei segredo
Talvez te conte algum dia
Mas amor não tenhas medo
Paixão só tenho p'la Poesia.


Ai...ser jovem quem dera!
Ter inspiração e doce amor
Oh Mocidade,  Primavera
Sinto-te  em cada flor.


Já não sou rosa em botão
Mas abro ao sol isso sim!
Já fechei meu coração
Já secou o meu jardim.


A estrelejar passo o dia
Para que não me falte luz
Dantes tão bem que te via
Já te não vejo...ai, Jesus!


De sonhos ando despida
Só tenho um canto a saudade
No meu jardim ela é vida
Flores trazidas da Mocidade.


rosafogo
natalia nuno
imagem-blog para decoupage

sexta-feira, 17 de junho de 2011

ANIVERSÁRIO






Falo baixo e em segredo
Pode a pequenina acordar
Nasceu há pouco ainda é cedo
Germina a esperança devagar.


...A vida rompe devagarinho
Cai a noite rompe o dia
Venho cantar-lhe baixinho
Estes versos com alegria.

Que este dia seja perfeito
Nasçam risos e gargalhadas
Que tudo seja a teu jeito
Como o orvalho nas madrugadas.

Erguemos a taça de vinho
E acendemos as velas
Os parabéns com carinho
E foguetes p'las janelas.

Quando mais forças não houver
As palmas ainda batemos
Parabéns a ti MULHER!!!
Poeta que bem sabemos!

À minha
mana ANTONIETA, muitas Felicidades e um beijo carinhoso, contes muitos com muita saúde paz e amor.
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domingo, 12 de junho de 2011

SOLTAS XXV



Esperança pouco restou
Da Vida já quase nada
Só sei que o que ficou
É esta saudade apertada.


Já se foi a Primavera
Outono nem sei ao certo
Agora pouco se espera
Parece a Vida um deserto.


Cai a noite a manhã nasce
Aperto o coração no peito
Nasce o sol o dia faz-se
E eu solitária do meu jeito


Os tempos estão mudados
Já foram dias de festejos
Trago meus sonhos fechados
E saudades dos teus beijos.


Desfio um rosário já velho
Com minhas mãos já gastas
Agora me vejo ao espelho
Sei porque é que te afastas.


São duas horas da tarde
Lembranças que vêm e vão
São como aves em liberdade
Aceleram o ritmo do coração.


Lá vou seguindo viagem
Tal qual a Vida também
Mas vou encher de coragem
Quero ir um pouco além!


Já não oiço o ouvi contar!
O que se viu outro dia...
Escondidos a namorar
Enquanto a Lua descia.


Casos de dor e tristeza
Coisas de negrume pesado
Outras de tanta beleza
Como o azul do céu anilado.


Gente boa, gente forte
Qua ainda a memória traz
A todos chegou a morte
Pois que descansem em paz.


E minha lembrança voando
Corre, não se deixa prender
É lavra de fogo incendiando
Dando á Vida,  ainda prazer.


rosafogo
natalia nuno

sexta-feira, 10 de junho de 2011

A BELEZA DA VIDA...ESTÁ



A beleza da Vida está
Nas ondas que marulham
No amor que se dá
Nas rolas que arrulham.


Está na nossa pele morena
Raça preta ou raça branca
Num rosto alegre ou de pena
Numa alma bonita e franca.

A beleza da vida está
Numa canção que se canta
Num lírio que abre já
E os nossos olhos encanta.

Está no campo, ou no jardim
Numa criança que ri
Está em mim
E está em ti!


Está no pássaro e seu chilreio
Na jovem e seu par
Em tanta vida p'lo meio
E na que há-de findar.


Está numa rosa formosa
Numa violeta que se adora
Numa manhã esplendorosa
No sol que vai embora.


Está na saudade sentida
Está no meu pequeno rincão
Na minha aldeia perdida
Que trago no coração.

natalia nuno
rosafogo


quadras inspiradas numa frase da amiga Dulce «A beleza da vida está»
imagem ret.blog imagens para decoupage.

sábado, 4 de junho de 2011

NOSSO ROMANCE



Já não sei o que é melhor!
Se é o ouro ou a prata
Ou são teus beijos de amor
Ou teu sorrir que me mata.


Já não sei nem quero saber
Pra quê saber desta desdita?
Se o amor me enlouquecer
Serei louca por ti, acredita.


Teu corpo é sol no poente
Sonho com ele ao adormecer
Não há sonho que mais acalente
Quero nesse pôr do sol morrer.


A saudade que trago em mim
Mais perto sempre mais perto
A esperar que venhas pra mim
As horas caindo são deserto.


Meu corpo tem forma do vento
Selvagem atraz do teu a correr
Vai mais leve que o pensamento
Pra no teu se deixar  morrer


Correm as horas caladas
Espalham sombras pelo chão
Mil saudades trago fechadas
Sombras no meu coração.


Já não quero mais fingir
Que já não sinto o calor
As horas uma a uma a cair
E eu lembrando nosso amor.


Tantos os beijos que trocámos
Que ainda lhes sinto o sabor
E dos outros que roubámos?
Tantos, quantas as juras de amor.


rosafogo
natalia nuno
imagem do blog para decoupage.

SOLTAS XXIV



Do tempo a conta perdi
Nem sei se retorno desejo
Em tempo de amor padeci
Tão fortuito era teu beijo.


A saudade é tão dolorosa
O mar não me devolve o sal
Mágoa sem fundo custosa
Não te esquecer, pra meu mal.


Morrem os olhos de paixão
Ao avistar do mar as águas
Mil anos de imensa solidão
Para curar minhas mágoas.


Derramei dos olhos meus
Lágrimas que são os sinais
Do meu amor pelos  teus
Quando o ciúme dói demais.


Temporal... que tempestade!
Tudo o que resta é sol-posto
Sempre comigo a saudade
E quantas rugas no rosto...


E passo a Vida  ao redor
À procura de algum indício
Daquele tão grande amor
Que me tinhas no início.


Há olhos que dizem tudo
Mas os teus não dizem nada
Meu rosto anda sisudo
Numa tristeza desenfreada.


Empaledecida de mim
D'outras mágoas nada direi
Pois já não sei ao que vim
O que fiz ou que farei.


Dizes que o amor é perfeito
Como, se ele me põe algemas?
Porquê querer-te deste jeito?
Cantando-te nos meus poemas.


Ferido é este meu canto
Meus lábios vazios à espera
Fel, lágrimas e desencanto
Meu rosto sombrio desespera.


natalia nuno
rosafogo
imagem do blog para decoupage
Quadras de 6/2005