sábado, 4 de junho de 2011

SOLTAS XXIV



Do tempo a conta perdi
Nem sei se retorno desejo
Em tempo de amor padeci
Tão fortuito era teu beijo.


A saudade é tão dolorosa
O mar não me devolve o sal
Mágoa sem fundo custosa
Não te esquecer, pra meu mal.


Morrem os olhos de paixão
Ao avistar do mar as águas
Mil anos de imensa solidão
Para curar minhas mágoas.


Derramei dos olhos meus
Lágrimas que são os sinais
Do meu amor pelos  teus
Quando o ciúme dói demais.


Temporal... que tempestade!
Tudo o que resta é sol-posto
Sempre comigo a saudade
E quantas rugas no rosto...


E passo a Vida  ao redor
À procura de algum indício
Daquele tão grande amor
Que me tinhas no início.


Há olhos que dizem tudo
Mas os teus não dizem nada
Meu rosto anda sisudo
Numa tristeza desenfreada.


Empaledecida de mim
D'outras mágoas nada direi
Pois já não sei ao que vim
O que fiz ou que farei.


Dizes que o amor é perfeito
Como, se ele me põe algemas?
Porquê querer-te deste jeito?
Cantando-te nos meus poemas.


Ferido é este meu canto
Meus lábios vazios à espera
Fel, lágrimas e desencanto
Meu rosto sombrio desespera.


natalia nuno
rosafogo
imagem do blog para decoupage
Quadras de 6/2005

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