sexta-feira, 30 de novembro de 2012

minha terra...

 
 
 
relembro de cor minha terra
assim a  trago na lembrança
páginas que o coração encerra
na suavidade duma criança.
 
se o retrato sai imperfeito
ou de cores esmorecidas
para mim tudo é perfeito
nas páginas por mim vividas
 
nada se pode comparar
traja de verdes laranjais!
num êxtase a venho lembrar
à terra que amo demais
 
nuvens se espelham no rio
numa ingenuidade infantil
no inverno é lareira, faz frio
mas reina o sol em Abril...
 
numa sublime simplicidade
toca o sino todos os dias
quem sabe chora a saudade
de nos chamar às avé-marias
 
e os raios de sol nascente
a cortejam languidamente
convidando toda a gente
a lançar à terra a semente
 
minha terra imorredoira
páginas de livro aberto
amar-te é sol que me doira
lembrar-te é a lua por perto.
 
suspiro é canto de saudade
entretém de horas vazias
lembro de ti e da mocidade
és céu poético de meus dias.
 
natalia nuno
rosafogo
imagem net
 
 
 



quinta-feira, 29 de novembro de 2012

volta ao passado...

 
 
 
sempre parto mas volto
na esperança do teu afago
deixo por cá coração solto
e meu olhar feito lago...
 
parto nas asas do desejo
no lago reflecte a lua
levo o doce mel do beijo
morro de saudade tua...
 
um momento de desvario
parto a lembrar-me da vida
já não é lago, mas sim rio
dos meus segredos guarida.
 
sou uma solitária barca
parto de noite ou de dia
minha alma já se encharca
em profunda melancolia.
 
já brame a voz do trovão
e meu coração está vivo
e o poder da imaginação
é com ele que eu sobrevivo
 
parto e vou ao passado
a essa querida infância
o mundo mesmo atolado?
não me tira essa lembrança
 
no lugar onde eu nasci
a velha figueira nasceu
ainda hoje a vejo ali...
tão solitária quanto eu.
 
recordações que conservo
fazem-me eco aos  ouvidos
do que vejo e observo...
sonho, sonhos destemidos.
 
natalia nuno
rosafogo
imagem da net




quarta-feira, 28 de novembro de 2012

lembranças d'outras eras

 
 
pende o ramo do salgueiro
tristemente sobre o rio...
das madressilvas o cheiro
aldeia quem a vê, quem a viu!
 
esplendorosa brancura
nuvens novelos de lã
olhar abstracto, ternura
telhados de telha vã
 
trigo...cevada...aveia
todos o vento saudando
a paisagem não é feia!
espantalho afugentando
 
demónios e ruindades
nutridos pela má língua
logo se zangam comadres
a amizade morre à míngua
 
ai a pureza das coisas
longuínquos pensamentos
ouvindo coisas e loisas
sombreados de lamentos
 
consola-me como benção
este recordar com saudade
trago a aldeia no coração
recordo-a com docilidade
 
natalia nuno
rosafogo
imagem da net




terça-feira, 27 de novembro de 2012

falei com os pássaros

 
 
 
 
ao chegar da aurora
com os pássaros falei
perdida na hora...
com eles conversei
 
e a terra orvalhada
me falou de saudade
no cabelo a geada...
côr branca da idade
 
por milagre talvez
verde o olhar escapou
esperança que fez...
no tanto que amou.

são mãos de espuma
os lábios de mel...
as rugas caruma
que enruga a pele.
 
os lábios são frutos
morango...medronho
pensamentos lutos
fechados no sonho.
 
natalia nuno
rosafogo
imagem da net




trovas...verso esquivo



criou asas voou na ilusão
ausentou-se durante horas
nos sulcos do meu coração
ai...verso, aí aprimoras!
 
verso que ri ou que chora
 ruge... a um outro que canta
com a saudade se apavora!
languidez do lírio o encanta.
 
preso... quem o desprendeu?
a mão que fugiu nervosa?
que o criou e amor lhe deu?
ah! palpitar de ave medrosa.
 
tanto suspiro e fantasia...
cântico melodioso, sonoro
que suaviza a noite e o dia
é do poeta... alegria e choro.
 
olho aceso no caminho
verso, madrugar vespertino
o poeta o trata com carinho
mas ele voa...voa, peregrino.
 
verso feito de harpejos
sons vindos do coração
leva da  boca os beijos
que as ilusões luzindo irão
 
verso rosal que deu rosas
no roseiral da lembrança....
pérolas rosadas formosas
sonhos vindos de criança.
 
natalia nuno
rosafogo
 
 
 



segunda-feira, 26 de novembro de 2012

trovas...ao amor

 
 
 
Crepita o amor é chama
é luz que sempre alumia
o coração sofre e ama
quer de noite quer de dia
 
é tal o poder da ternura
que qualquer um se rende
nem sempre o amor dura
sempre o coração aprende
 
pelo amor anda rendida
traz o coração em fogo
no cabelo fita colorida
seu capricho é um jogo
 
agridoce é o amor...
como os salpicos do mar
e o coração num furor
deixa-se de amor salgar
 
sôfrega de beijos espera
um beijo enamorado...
como flor de primavera
nunca um lírio desmaiado.

natalia nuno
rosafogo

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

trovas... à rosa






uma rosa é sempre uma rosa!
mesmo o tempo a despetalando
vai ela da vida saudosa...
chorando de quando em quando

o tempo é que é tempo infame
levou o rosto deixou o traço
não há quem... a vida não ame!
mesmo q'ela lhe troque o passo
 
traz os sonhos ébrios de amor
o sonho pisa caminhando...
radiante de côr e esplendor
no coração a chama inflamando.
 
natalia nuno
rosafogo
imag. da net



trovas...ao lusco-fusco

 

 
 
 
ando louca à procura
e procuro até ao fim...
o porquê desta loucura?
q' me põe louca a mim?!
 
é o verão que me deseja
e me queima o coração!
é o outono que me beija
e me leva pela mão...
 
a lágrima ficou salgada
foi-a o tempo abafando
a alegria desejada...?
não a acho nem procurando.
 
vou descendo a escadaria
quero sair deste mundo!
nem eu nem ninguém sabia
q' ele é um poço sem fundo
 
também às vezes sorrio
guardo lembranças no peito
as lágrimas caem em fio!
morrem os sonhos a eito.
 
as horas... agora bateram!
voltaram aves aos beirais,
só os sonhos se perderam
nestes dias sempre iguais.
 
trago o passado amarrado
e o presente não responde
trago o futuro cansado...
ao lusco-fusco se esconde.
 
natalia nuno
rosafogo
imagem da net
 










terça-feira, 20 de novembro de 2012

trovas...palavras que inventei





fiz poesia com rima
sem rima também trovei
caíram metáforas em cima
ai as lágrimas que chorei.

tantos poemas escrevi
com papel e sem papel
falei de mim e de ti...
amargo fel, doce mel

andei às cegas p'la vida
no fundo do mar salgado
onde uma lágrima incontida
largou do olhar naufragado

não me peçam que não rime
a rima em mim é natural
quem este dom me reprime
tira-me o toque pessoal...

rimo palavras com cetim
explosivas de sol e maresia
borboletas  trago em mim
que rimam com valentia...

sempre a esperança fica
tempo me confunde agora
e eu fico sempre mais rica
rimando a qualquer hora

foram tantos os passos
que não olho para trás
poesias são abraços...
rimem ou não tanto faz!

natalia nuno
rosafogo
imagem da net


domingo, 18 de novembro de 2012

trovas....fala a saudade

 
 
 
 
 
quando choro sem razão
vem á fala a saudade...
ouve que diz teu coração
que te fala com verdade
 
amarra a tristeza a cordel
esquece da vida vendaval
deixa a mágoa no papel...
esquece o que te faz mal
 
liberta qualquer prisão
deixa-te de tanta cegueira
se te é amarga a solidão?!
não pares à sua beira...
 
navega quem sabe encontras
na vida bem mais calor...
felicidade com que contas
virá  carregada d'amor.
 
natalia nuno
rosafogo
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trovas de 2006




sábado, 17 de novembro de 2012

trovas...só palavras






as palavras que vos deixo
são em arcos trepadeiras,
escritas com o pretexto
serem flores... nas maneiras.
 
talvez que regresse um dia
vinda de longa distância
nas asas da poesia...
onde me sinto criança...
 
tranquilas águas dos charcos
ou ondas do mar serenas
não são navios, são barcos
apenas palavras pequenas.
 
palavras às vezes bonitas
tanta coisa, coisa alguma
serenas...ou até aflitas
parto não levo nenhuma.
 
natalia nuno
rosafogo
imagem da net
trovas de 2006

trovas...calaram-se as fontes

 
 
já se calaram as fontes
já não geme o ribeirinho
pôs-se o sol atrás dos montes
já vem a morte pertinho...

já o rouxinol entoa
um doce cantar de amor
não há dor que não doa
ou amor que não traga dor.

traz-me a brisa em segredo
longos prantos de saudade
suspiros chegam a medo,
lá das bandas da mocidade.

meu peito é um baú...
de lembranças da juventude
do primeiros beijos que tu
me davas numa infinitude.
 
natalia nuno
rosafogo
imagem da net





quadras...agora o nada é resto





pudesse pra sempre ficar
aqui bem presa às raízes
meus versos iriam falar
da sorte de dias felizes
 
agora o nada é resto ...
feito de nada medonho
sempre ao nada empresto
um pouco do meu sonho.
 
as palavras estão em mim
desde logo do ínicio...
só Deus sabe ao que vim
e fará luz no precipício...
 
foram tantos os passos
a vida por lá ficou...
já só restam os traços
restos o tempo deixou.
 
natalia nuno
rosafogo
imagem da net
quadras de 2006

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Trovas... feiticeiro da poesia

 
 
 
 
Poeta de destino adverso
Feiticeiro da poesia...
Cantas a vida num verso
Esquecendo a tua agonia
 
És um rio enfurecido
Tua esperança proíbida
Teu sonho não tem sentido
Andas de vida perdida.
 
És livre, tens liberdade!?
Teus olhos são de menino
Trazes neles a saudade...
É teu riso cristalino...
 
Tuas lágrimas ninguém
Algum dia te viu chorar!
Porque Poeta sempre tem
Dor no coração a vazar!
 
Tudo é mortal na vida
Mas o teu poema não!
Escreve-o de forma sentida
Ainda que amarga canção
 
natalia nuno
rosafogo
imagem da net
 
quadras de 12/2005
 










quinta-feira, 15 de novembro de 2012

quadras...já tenho a boca cerrada






chora o rio e chora a nora
e eu debruçada à janela
também m'ha alma chora
por não ser mais donzela
 
choram estrelas chora a lua
enrodilhadas em saudade
choram as pedras da rua
outro tempo...outra verdade!
 
chora o cravo na lapela
por andar a rosa ausente
quem tem um amor cautela
que às vezes subtil(mente)!
 
amareleceram as folhas
doce o outono há-de ser
doura a vida se me olhas
primavera se me vens ver
 
choram as flores no galho
lágrimas de aflição...
teus beijos meu agasalho
tua ausência maldição
 
chora o vento no arvoredo
enquanto a aurora agoniza
levo comigo um segredo
no sangue q'em mim desliza
 
chora o sino lá no alto
está dobrando a finados
traz' aldeia em sobressalto
e os vivos amedrontados
 
alguma coisa está doente
trago minh'alma estranha?!
choram meus olhos sómente
sobeja esta dor tamanha.
 
ai alma não digas nada,
e tu voz vê se adormeces,
assim de boca ... cerrada!
tu coração... vê se esqueces.
 
natalia nuno
rosafogo
(girassol)
 
 
 
 
 



quarta-feira, 14 de novembro de 2012

trovas AO POETA






Andam por aí sensaborões
armados em presumidos...
soltando provocações
como se... em berço nascidos.

Provocações esgrouviadas
com as musas em desalento
alguns de caras tapadas
espalhando ódios ao vento.

Mas tu Poeta...que cantas
e tanto perfume exalas...
com tua luz abrilhantas
sempre que vens às falas.

O mais perfeito Poeta
deixa o seu peito suspirar
paixão verte na sua dilecta
poesia, que só ele sabe amar.

não largues a pena dos dedos
mesmo que de ti escarneçam
segue teu sonho sem medos
deixa teus versos envaideçam.

Não caias na vulgaridade...
sempre que possas esvoaça...
um dia vais sentir saudade
que a vida é instante e passa.

girassol
rosafogo
natalia nuno

Um dia se sentir saudade, também voltarei...
Um abraço a todos os meus amigos.


Estas trovas estão sem métrica, foram feitas aqui directamente sem arranjo (estão um pouco em desarranjo)...coisas de aprendiz de poeta.


Ler mais: http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=235209#ixzz2CD7zYZCR
Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial No Derivatives

Feitas em jeito de despedida, pois neste site tenho muitos amigos, mas já não suporto o ódio, a inveja e as provocações sempre das mesmas pessoas que se pensam o máximo e espezinham quase sempre quem eles veêm que não tem poder de resposta.

Como dizem na minha terra mas vale só que mal acompanhada...

terça-feira, 13 de novembro de 2012

trovas...já agora, vos digo...




desengane-se o que pensa
mais que outro... ser perfeito,
em tempo algum se convença,
que não tem qualquer defeito!

não percas tu a cabeça
ou então está tudo perdido,
antes de teres a certeza?!
não fales, não faz sentido!

chorar por dentro faz bem
oculta dos outros a dor...
que é nossa, de mais ninguém,
e que passará quando se fôr...

não deixes o resto do mundo
rir a bandeiras despregadas
põe o sofrer mais profundo...
e dores no coração cerradas!

vida é breve ou demorada
procurar saber é tolice...!
escrevo já meia estouvada
já nem lembro do que disse.

escrevo versos tristes, tão...
tão tristes como noite escura,
sinto-os perdidos na escuridão
todos embuídos em ternura!

a noite refugia-se nos sinos
crescem espinhos nos sentidos
corpo e alma peregrinos...
e os sonhos trago perdidos

logo a seguir surge o inverno,
noites de perfumada poesia
tomara que fosse eterno...!
coroado de  fantasia...



natalia nuno
rosafogo
imagem da net

quadras de 15/04/2002




segunda-feira, 12 de novembro de 2012

quadras...no silêncio




escrevo versos brancos ou prosa
em minhas horas de inspiração
tempos ídos, luz maravilhosa...
que hoje,  rimo com emoção.

tantos dias perdidos em vão!
o que daria para lá regressar...
tenho lembranças e satisfação
páginas muitas por discodificar.

meus versos são emotividade
intensa é a vontade de rimar...
em cada estrofe minha, saudade
tudo que a vida não chegou a dar

corre a poesia num vôo suave
e nela sinto...minha alma liberta!
subo montanhas num vôo de ave
com humildade faço a Deus oferta.

faço oração por quem não fez
peço-Lhe pão para a humanidade
ergo -Lhe as mãos e assim talvez!
Ele traga ao mundo paz e verdade.

natalia nuno
rosafogo

quadras de 2006 /11



domingo, 11 de novembro de 2012

quadras...minha fé





pensamento não descansa
trago o coração a arder
de granito é a esperança
de rocha é meu querer...

os sonhos são mistérios
que perpassam noite e dia
vagam por aí mistérios...
fingindo-se ser de alegria

no meu rosto de mulher
quantas sombras quantos ais...
quanta vontade de correr
com o tempo que corre demais

ao tempo que faz ameaça
a mágoa não vou esconder!
passa o tempo, só não passa
a vontade de o esquecer...

quem pudera por instante
ser um forte vendaval...
não há palavra bastante
pra findar este meu mal

julgava eu possuir...
tempo que me chegasse
achei-me a descobrir...
que nem se ele parasse

eu sei que Deus existe!
soube-o a vida inteira...
minha face que era triste
alegra-se de fé verdadeira.

natalia nuno
rosafogo






sábado, 10 de novembro de 2012

quadras...ri Poeta!




quadra é a minha enxada
as faço de mágoa e de dor
são a minha terra arada,
fonte de beijos e amor...
 
uma quadra a cada hora
sol enviado p'lo Criador
Deus ma dá e sem demora
a partilho com amor...
 
ri Poeta do meu canto!
ri também da minha dor
já fui clarão...encanto!
já fui jardim com flor.
 
quadra é voz da cotovia
traz a aurora na garganta
também trago  Poesia?!
sou também ave que canta.
 
quadra é luz no meu olhar
apoteose na alvorada...
folha caída... p'lo ar
fúria do vento de nortada.
 
ri Poeta do meu pranto!
ri também da m'nha afeição
Poesia brilha em meu canto
luz... aurora e luar me dão.
 
quadra rainha ou mendiga
que no meu coração habita
de boca em boca é cantiga
cresce, floresce é infinita!
 
natalia nuno
rosafogo
girassol
 


quinta-feira, 8 de novembro de 2012

quadras...faço versos




faço verso e poema
a fazê-los não recuso
faço-os de qualquer tema
mas da saudade abuso
 
faço verso esfarrapado
descalço e sem camisa
ainda que desprezado
de o pisar ninguém precisa
 
faço verso a pão e água
até de barriga vazia...
vaso nele minha mágoa
outras vezes alegria
 
assim sem vírgula o faço
logo é o verso frustrado
furto simples é meu traço
quem o lê tenha cuidado
 
faço-o gemido e chorado
a implorar liberdade...
sempre ao peso vergado
duma imensa saudade...
 
faço verso e a vida passa
brinco com a imaginação
e de novo o sonho se faça
poema em meu coração.
 
rosafogo
natalia nuno

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

trovas...verso menino




nasce verso em liberdade
cresce como um menino...
fica velho e a saudade
o acompanha no destino

nasce em forma de canção
gosta de ser trauteado...
na boca do povo com paixão
que faz dele o seu fado...!

tantas vezes ama e jura
ser p'la saudade tocado,
verso és fado és ternura!
um sentimento soluçado

tímido...  com muita graça,
ou sempre muito à vontade
agita um lenço quando passa
grita à multidão com saudade


frescor das nossas paixões
som longuínquo dum sino
versos em mim...vibrações
passado, presente, destino.

de temperamento impetuoso
cai à rua de boca em boca
ora silencioso ora ruidoso
com entusiasmo se desloca

indício de imortalidade?
verso, verso, um sem abrigo
verso feito de tanta saudade
vais prá sepultura... comigo!

esmaga-me a terra o peso
vai-se o encanto da vida
verso, verso por ti rezo...
e me declino comovida...

e passas de mão em mão
és loucura, ou és feitiço?
verso fugaz... ilusão!
trazes contigo o enguiço

sou bardo... canto poemas
sonho cheio de andorinhas
para esquecer minhas penas...
para esquecer penas minhas

natalia nuno
rosafogo
imagem da net







terça-feira, 6 de novembro de 2012

trovas simples




assim mesmo que se fala
assim com desembaraço
como quem pega na mala
e despede com um abraço

trova sim com alegria
esquece o que te rodeia
vida é apenas um dia...
trovando a chama se ateia

és o lírio da campina
que da minha janela vejo
lindo lírio és tu menina
do coração segue  beijo.



trovas dedicadas a uma amiga

natalia nuno
girassol


 

trovas ...o tempo me atropela






digo o que a mim respeita
dos outros não falo não!
por não querer ser suspeita
como aquelas que o são...

assim eu tenho a certeza
que assim fui e assim sou
sou assim por natureza...
assim era quem me criou

desce a noite faz sinal
tarde há muito findando
silêncio, que tudo se cale!
está a saudade chegando.

sonhava eu acordada...
saudade por companhia
entorpeço...cansada!
vai a vida fugidia...


a juventude foi um mito
o caminho é em frente
assusta-se o coração aflito
ruga-se a face indiferente.

a vida assim me espantou
muro entre mim e mocidade
já quase tudo me levou...
deixou a musa... saudade.

natalia nuno
rosafogo
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sábado, 3 de novembro de 2012

trovas ...dedicadas




os teus olhos de menino
a olhar ninguém se atreva!
são como  astro divino...
que à noite alumia a esteva

teus olhos ninhos de rola
aos meus os trago presos
olhá-los... me deixa tola!
loucos os sentidos acesos

o meu olhar fica cego...
vendo perfeição nos teus
os meus os amam não nego
são a luz dos olhos meus...

meus olhos estão sujeitos
à luz que olho em teu rosto
não lhe ponhas tu defeitos
podem morrer de desgosto

são os teus olhos culpados
da paixão que me venceu
andam meus olhos pesados
desta cruz que Deus lhes deu

os teus olhos são tão belos
são dois botões de roseira
são da côr dos teus cabelos
trazem os meus na cegueira

nos teus olhos eu habito
num remanso de prazer
anda meu olhar esquisito
de há tanto, eu não te ver

sou planta que quer água
que se abre ao raio de sol
sem teu olhar sinto mágoa
ao lusco-fusco do arrebol

olho teus olhos sem pejo
só dos meus eu trago medo!
há muito suspirando o beijo...
sem pudor, mas em segredo.



natalia nuno
rosafogo
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