segunda-feira, 19 de outubro de 2020

à minha aldeia...

trago ainda nos meus dedos
os  fios longos duma teia
trago sonhos e segredos
que me ligam à aldeia

 trago de novo esperança
 ainda longe de ceifar...
 tão longe estou da criança
 na minha aldeia a brincar

 já nem se aquietam as águas
 rio que corre no pensamento
 rio AlMONDA leva mágoas
 que embaciam o meu alento

 ao passares lá pela horta
 o salgueiro q' tanto amei
 olha-me lá, ao alto na porta
 que deste amor te falarei!

 se em dias de nevoeiro
 ficares por mim à espera
 quero ver-te em Janeiro 
 ou quiçá na primavera...

 oiço o soar das alcatruzes
 respiro o ar doce dos figos
 cantam  pássaros nas urzes
 sinto-os todos meus amigos

 rodaram no tempo moinhos
 o trigo que deu nosso pão
 foram outros meus caminhos
 mas não me sais do coração.

LAPAS és um favo doce
da colmeia que te ama
quem dera que ontem fosse
quando juventude era chama.

natalia nuno
(rosafogo)