os fios longos duma teia
trago sonhos e segredos
que me ligam à aldeia
trago de novo esperança
ainda longe de ceifar...
tão longe estou da criança
na minha aldeia a brincar
já nem se aquietam as águas
rio que corre no pensamento
rio AlMONDA leva mágoas
que embaciam o meu alento
ao passares lá pela horta
o salgueiro q' tanto amei
olha-me lá, ao alto na porta
que deste amor te falarei!
se em dias de nevoeiro
ficares por mim à espera
quero ver-te em Janeiro
ou quiçá na primavera...
oiço o soar das alcatruzes
respiro o ar doce dos figos
cantam pássaros nas urzes
sinto-os todos meus amigos
rodaram no tempo moinhos
o trigo que deu nosso pão
foram outros meus caminhos
mas não me sais do coração.
LAPAS és um favo doce
da colmeia que te ama
quem dera que ontem fosse
quando juventude era chama.
natalia nuno
(rosafogo)
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