quinta-feira, 15 de novembro de 2012

quadras...já tenho a boca cerrada






chora o rio e chora a nora
e eu debruçada à janela
também m'ha alma chora
por não ser mais donzela
 
choram estrelas chora a lua
enrodilhadas em saudade
choram as pedras da rua
outro tempo...outra verdade!
 
chora o cravo na lapela
por andar a rosa ausente
quem tem um amor cautela
que às vezes subtil(mente)!
 
amareleceram as folhas
doce o outono há-de ser
doura a vida se me olhas
primavera se me vens ver
 
choram as flores no galho
lágrimas de aflição...
teus beijos meu agasalho
tua ausência maldição
 
chora o vento no arvoredo
enquanto a aurora agoniza
levo comigo um segredo
no sangue q'em mim desliza
 
chora o sino lá no alto
está dobrando a finados
traz' aldeia em sobressalto
e os vivos amedrontados
 
alguma coisa está doente
trago minh'alma estranha?!
choram meus olhos sómente
sobeja esta dor tamanha.
 
ai alma não digas nada,
e tu voz vê se adormeces,
assim de boca ... cerrada!
tu coração... vê se esqueces.
 
natalia nuno
rosafogo
(girassol)
 
 
 
 
 



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