terça-feira, 27 de agosto de 2024

menina mistério

 
esta menina que eu conheci
 corria a aldeia d'arco na mão
 hoje não lembra d' mim n' de ti
 mas ainda a trago no coração

 corria a aldeia d´arco na mão 
 no pensamento ébrias fantasias
 menina mistério, ternura, paixão
 inda hoje vive junto ao m/coração

 hoje não lembra de mim n/de ti
 no pensamento vendaval louco
 hoje ao recordá-la ainda senti
 que amá-la, será sempre pouco

 mas ainda a trago no coração
 vai ser sempre assim até ao fim
 menina mistério, ternura, paixão
 corria a aldeia de arco na mão.

natalia nuno
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terça-feira, 20 de agosto de 2024

sol de verão...quadras singelas


mágoa do silêncio crescia
torpor de sombras escutei
troar de trovões dia a dia,
para tudo acalmar implorei

fui ao destino das águas
soltei-me tão lentamente
esqueci todas as mágoas
enchi de luz minha mente

fiquei a mulher erguida
pés bem assentes no chão
que o resto da minha vida
igual sol, radiante de Verão

natalia nuno
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sábado, 10 de agosto de 2024

quando a água rompe nos olhos...quadras soltas

- anunciadora claridade
daquilo que nunca vem
reina em mim a saudade
que dói como a ninguém

alcançar mais não pude
encontrei algum prazer
mas a vida já não me ilude
foge-me sem eu perceber

ventos frios no horizonte
a vida já não resplandece
os pensamentos a monte
vida que ninguém merece

navio perdido na bruma
longo inverno solidão
aos ouvidos coisa alguma
folhas de outono no chão

sombra azul do arvoredo
solitária e triste perdida
como uma cicatriz o medo
e o segredo celeste da vida

da dor e do esquecimento
deste meu caminho errante
não esqueço só um momento
da minha existência distante.

natalia nuno
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quarta-feira, 7 de agosto de 2024

era então Janeiro...


na terra ocre dos olivais
era imenso o azul do céu,
nos ramos cantavam pardais
e a este mundo chegava eu

perco-me já na memória
no entanto nunca esqueci
pássaros da minha história
q' cantavam quando nasci

trinados, música, nostalgia
sol, astro e companheiro
à raiz profunda me prendia
naquele primeiro Janeiro

tocada p'las ondas do vento
acabavam canções de estio
oscilava o meu pensamento
na fronteira do inverno frio

ao chegar os confins da tarde
as pálpebras da bruma abri,
rapariga alegre de verdade
inicia seu despertar, o rio ri.

logo as borboletas fazem soar
o rebuliço da minha chegada
uma folha em branco a elevar a
terra que seria plo Poeta amada. 

natalia nuno
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quinta-feira, 1 de agosto de 2024

pedras no caminho...



para aumentar o estrago
da vida escassa e adiada 
esta saudade sempre trago
dentro do coração calada

tempo cego que me acolhe
pouco consola nesta hora
não há lágrima q' não molhe
um rosto quando olhar chora

tempo que é já desapiedado
que investe com pulso d'ira
traz meu passo desterrado
adensa na pela e vida me tira


aqui dentro de mim já tudo é
pulsar que aviva o sobressalto
duras as sombras mas tenho fé
que a morte não me fará assalto.

natalia nuno
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trovas 2008/02