quinta-feira, 14 de maio de 2015

esperanças...trovas soltas



brota fonte, cresce verdura
trago meus olhos enxutos
se o destino fôr de ventura
ainda verei crescer os frutos

as palavras que eu escrever
podem não ser obra de arte
mas a mim me fazem crer
e da minha saudade são parte

quem fala de mim não sabe
lenços molhados da saudade
não ouvem o canto da m'ave
criticam sem dó nem piedade

ave que segue pleno vôo
e atrás de si, ninguém vai
leva horas choradas que sou
e ninguém lhe ouve um ai

rugas hoje são montanhas
foram sonhos em desvario
hoje  saudades tamanhas
no coração como um rio

ainda m' trago na lembrança
com o pai cuidando da horta
ladina e inocente criança
trazendo m' alma já morta

do campo trouxe a fragrância
dos ninhos trouxe a poesia
sempre q' regresso à infância
por mim chamo noite e dia...

se a esperança me permitir
o caminho me der descanso
subo a encosta a sorrir
enquanto no sonho avanço

é o vento que move o ramo
da m' esperança derradeira
onde andas que por ti chamo
harmoniza esta m' canseira...

natalia nuno
rosafogo
trova de 2001





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