segunda-feira, 14 de setembro de 2015

das palavras nem sinais...trovas soltas



cada verão cava a distância
neste círculo que é a vida
ao longe pra sempre a infância
numa data já tão esquecida

ora se foi ontem, que nasci
tão liberta como a água!
como é que não aprendi
a libertar-me da mágoa

queria enganar os dias
e recusar-me à partida
viver de rimas e fantasias
barco a boiar deixar a vida

as coisas que fui deixando
já tão distantes do desejo
o coração louco... amando
até ele perdeu o ensejo...

é quase Setembro agora
já me traz ao ouvido a fala
prepara-te que está na hora
e é teu tempo que já abala

converso com a solidão
até minha fala adormecer
tempo sem tempo de ilusão
que quer comigo envelhecer

das palavras nem sinais!
parecem vestidas de cinzento
este outono em forma de cais
onde abandono o pensamento.

natália nuno




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