segunda-feira, 3 de outubro de 2016

frio e lonjura...



cai a chuva nos loureiros
descendo sobre a folhagem
passaram tantos janeiros
passou também m'imagem

escuto o alento da terra
já a tarde se desvanece
na minha alma se enterra
a mágoa que não esquece

tua mão amiga no ombro
quando cresce a nostalgia
e eu olho com assombro
o findar... de mais um dia

dia que comovido chora
choram as águas do rio
não vejo chegada a hora
de alcançar o casario...

de repente uma janela
numa penumbra ferida
não está quem estava nela
levou-a a morte da vida

loureiro agita a ramagem
e olha o rio impaciente
lá deixei a minha imagem
com um sorriso pungente...

natalia nuno
rosafogo

aldeia 20/09/2002




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