segunda-feira, 17 de agosto de 2015

O jogo do berlinde



criança só pode ser
toda de alegria cheia

joga para se entreter
ignora a vida feia...

na aldeia à vontade
na rua brinca contente
ó que bela a liberdade
vai aprendendo a ser gente

rua abaixo, rua acima
dois berlindes na mão
enquanto faço uma rima
sobre o meu belo torrão

nascem como erva danosa
que nasce por entre o trigo
mas são filhos duma rosa
amigos do seu amigo...

jogam berlinde no chão
são todos de grande riso
cai a tarde lá vão então
levam na boca um sorriso

às vezes uma triste queda
na aldeia a choradeira...
é a lágrima que não veda
vem o sono é  bebedeira

enxuga os olhos e o rosto
faz à dor mais resistência
vai esquecendo o desgosto
promete a si mais prudência

no adro encontra alegria
lança o berlinde ao chão
a pobreza sobeja e enfastia
brinca e acha  consolação...

natalia nuno
rosafogo

Sem comentários: