terça-feira, 18 de setembro de 2012

trovas... valha o que valer




valha o que valer
poesia vou deixar
e se alguém a ler..
se vá de mim lembrar

despojo desejo legar
a todo o vindoiro
que há-de apreciar
guardar como tesoiro

assim parece evidente
é o mais vivo de mim
de mim que inda sou gente
gente a chegar ao fim...

é todo o meu percurso
como se abrisse uma porta
é meu rio em livre curso
a deixar depois de morta

tudo deixo à posteridade
meu prazer mais delicado
e toda a minha saudade
deste caminho andado

e quando a morte chegar
e eu não existir mais
lembrem só de a amar
pois não quero pedestais

trago comigo o nevoeiro
que fragiliza minha estrada
meu mês é janeiro, primeiro
início da minha caminhada

há menos risco se viajar
agora com tranquilidade
não ganho senão tentar
levo comigo a saudade.

rosafogo
natalia nuno

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