segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

QUADRAS-TRADIÇÃO



Sempre o Poeta palmeia
Como formiga não pára
Paixões, amores semeia
Feridas depois não sára


Zumbido volteando as flores
Vem a Primavera é verdade
Não sou Poeta de amores
Mas sou Poeta de saudade.


É no remanso das tardes
Que desfio rosários meus
Arrecado em mim saudades
E as contas eu dou a Deus.


Chega-me a paz nessa hora
O tempo é meu companheiro
Já meu combóio foi embora
Fiquei só no apeadeiro.


Meus dedos encarquilhados
Desfiam as contas gastas já
E os meus passos alterados
Num correr de cá p'ra lá.


A rua é de pedra incerta
Rua da minha mocidade
Hoje está de mim deserta
Deixei passos e saudade.


Deixei a janela vazia...
Onde com ânsia te esperava
Agora está a pedra fria...
Mais os beijos que te dava.


Chora o rio com saudade
Meus olhos perderem brilho
Já vai longe a mocidade
Há muito perdi o trilho.


Namorei em janela alta
Minha mãe sempre dizia
Aqui o rapaz não salta!
Não saltavas...eu descia.


Os tempos estão mudados
Romperam a velha tradição
Dantes havia beijos roubados
Hoje ninguém os quer se dão..


Hoje há flores sem côr
Há flores desaromatizadas
Hoje há namoro sem amor
Gestos e ternuras simuladas.


rosafogo
natalia nuno
imagem retirada do blog-imagens para
decoupage.

4 comentários:

Unknown disse...

"Os tempos estão mudados
Romperam a velha tradição
Dantes havia beijos roubados
Hoje ninguém os quer se dão.."

A tradição já não o que era.

Beijo.

orvalhos poesia disse...

Verdade amigo já não é bem a mesma coisa, há mais liberdade, mas será o mesmo sabor?

Beijo, obrigada Manuel.

Líricas Imagens disse...

O maior presente que podemos
oferecer a alguém, é aquele que
não se vende e nem se compra....
O amor, o carinho e o sentimento
de uma bela amizade".

Aqui deixo meu carinho...Bom FDS! M@ria

orvalhos poesia disse...

Oi minha amiga carinhosa, tens razão, uma palavrinha amiga é melhor do que tudo quanto há... obrigada Maria, é com imenso gosto que sempre leio tuas palavras amigas.

Beijinho e boa semana.